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1072 ACTAS DA CÂMARA CORPORATIVA N.º 82

Tal como um ano antes, o incremento do crédito bancário distribuído foi em 1970 a determinante principal da mencionada expansão do stock monetário, seguindo-se-lhe o acréscimo das disponibilidades líquidas em ouro e divisas. Mas notava-se um afrouxamento sensível no movimento ascensional do crédito bancário: a taxa de acréscimo, que se elevara de 14,5 para 21,5 por cento entre 1968 e 1969, descia para 18,8 por cento em 1970.
Concomitantemente, atenuava-se a multiplicação de meios de pagamento com base na "moeda legal" criada (a emitida pelo banco central e pela Casa da Moeda). Com efeito, a relação entre o acréscimo da "moeda escritural pura", e o daquela "moeda legal" atingia, no ano passado, sòmente 4,41, quando subira de 3,83 para 5,77 entre 1968 e 1969.

28. Quanto à evolução no corrente ano dos meios de pagamento e seus factores, conclui-se, dos elementos do quadro XV, que entre os 1.°s semestres de 1970 e 1971 se elevou bastante a expansão do stock monetário, mantendo-se o predomínio, neste comportamento, dos "meios quase imediatos de pagamento".
No que respeita aos principais factores monetários, julga-se notar especialmente o seguinte: Ao passo que no 1.° semestre de 1970, a um acréscimo de 6695 milhões de escudos no crédito bancário se contrapusera uma diminuição de 2125 milhões nas disponibilidades líquidas em ouro e divisas, na primeira metade do corrente ano, à subida de 7679 milhões naquele crédito conjugou-se uma outra de 1573 milhões, nessas disponibilidades.

29. Importará agora observar, posto que apenas nos seus aspectos mais relevantes, as posições das diversas categorias de instituições de crédito que constituem o mencionado sector monetário da estrutura bancária metropolitana.
Quanto ao Banco de Portugal, as posições constantes do quadro XVI evidenciavam a manutenção das principais características da sua situação fundamental: predomínio, nas "Reservas e outras garantias", dos montantes das disponibilidades em ouro e divisas e do crédito por carteira comercial e, nas "Responsabilidades-escudos à vista", dos quantitativos de notas em circulação e dos saldos dos depósitos bancários e da conta-corrente com o Tesouro; elevado excesso daquelas "Reservas e outras garantias" sobre essas "Responsabilidades-escudos à vista"; e a alta taxa de cobertura da emissão monetária global pelas disponibilidades em ouro e divisas.

QUADRO XVI

Banco de Portugal

Reservas, outras garantias e responsabilidades-escudos à vista

[Ver quadro na imagem]