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A evolução recente da economia metropolitana

1— O comportamento da procura e da oferta globais

8. As insuficiências, ou deficiências, dos elementos esta-

tísticos disponíveis em vários capítulos de superior impor- tância para a análise económica (contas nacionais, estatis- ticas de produção e de emprego, estatísticas de preços, etc.) — e não obstante os prestimosos resultados que em diversos outros casos já advieram dos esforços feitos pelos órgãos do sistema estatístico nacional, em particular pelo Instituto Niacicnal de Estatística — continuam a dificultar uma apreciação, «suficientemente completa e segura, de evolu- ção recente, em termos reais, da economia metropolitana. Porque assim é, e porque, em face das perspectivas aber-

tas ao nosso pais pela conjuntura internacional, se torna cada vez mais instante dispor, em tempo oportuno, de satisfatórios dados quantitativos para neles poderem as- sentar-se a definição e a execução das políticas econó- micas, monetárias e financeiras, de estrutura e de con- juntura, e por eles se avalinrem os efeitos gerais e sectoriais de tais políticas, julga a Câmara dever, nova- mente, chamar a atenção do Governo para as insuficiên- cias das séries estatísticas existentes.

Repare-se n este respeito que, de acordo com cs dados dos últimos quadros conhecidos das contas nacionais — dados reviatos para 1970, dados ainda provisórios para 1971 e simples estimativas para 1972 —. a taxa de acrés- cimo do produto interno bruto, ao custo dos factores e a preços de 1963, teria passado de um pouco mais de 8 por cento em 1970 para cerca de 7 por cento no ano passado e menos de 3 por cento no corrente ano. Isto, no que toca a 1972, pcr efeito de quebras, mais ou menos sensíveis, no ritmo de expansão do produto da maior parte dos ramos de actividade económica, especialmente

no conjunto das indústrias extractivas e transformadoras, na construção e no comércio por grosso e a vetalho.

Todavia, refere-se no relatório da proposta de lei de meios:

No ano que decave os indicadores disponíveis le- vam a admitir a possibilidade de a taxa de cres- cimento da economia metropolitana ultrapassar a atingida em 1971. De facto, a par do dinamismo que caracteriza a actividade industrial e a dos serviços, os resultados da produção do seotor primário, quiando comparades com os do ano anterior, apresentam-se, no seu conjunto, relativamente satisfatórios.

Na verdade, a análise das séries disponíveis, embora parcelares, para períodos homólogos de 1971 e 1972, in- culea, pelo menos, que o comportamento global e em ter- mos reais da economia metropolitana no corrente ano não terá sido menos favorável do que o registado no ano precedente.

Simultâneamente, julga-se que se haverão mantido, sem modificações consideráveis, os tendências observadas ao longo dos*últimos anos, a saber:

a) Continuidade da expansão, a ritmo sensível, do consumo global, mais por efeito do incremento das despesas dos consumideres em bens e ser- viços que pelo do acréscimo das despesas cor- rentes do Estado;

b) Progressão de formação bruta de capital fixo (a que se haverá talvez somado, no ano corrente, uma variação positiva dos stocks, donde maior crescimento do investimento lwunto total);

ACTAS DA CAMARA CORPORATIVA N.º 1»

c) Consequentemente, persistência do moviment ascensional da procura interna que, conjugada com a subida das exportações de bens q serviços, terá ocasionado novo aumento sensível) da procura global;

d) Por outro lado, manutenção do desequilíbrio re. lativo entre a expansão daquela procura global e a da oferta interna representada pelo pro. duto nacional bruto a preços de mercado, deter. minando a necessidade de vultoso recurso àimportação de bens e serviços.

Quer dizer que continuava a insuficiência relativa da rencçião da oferta interna aos impulsos da procura global, E de novo o equilíbrio final entre a procura e a oferta globais se efectuava a nível mais alto dos preços médios,

Procurar-se-á seguidamente analisar, na medida do possível, os aludidos comportamentos recentes da eco. nomia metropolitana e, bem assim, a evolução verificada nos domínios monetário, cambial e financeiro.

2— A produção de bens e serviços

9. Quanto ao sector agrícola, a avaliar pelos elementos constantes do quadro 1, ter-se-ia verificado no ano pas- sado uma quebra de produção, apesar da acentuada me. lhoria registada no grupo dos «cereais». E, segundo as estimativas elaboradas pelo I. N. E., essa quebra não pôde ser compensado senio em parte pelos acréscimos que se haverão registado nos domínios da silvicultura e da pecuária.

Por sua vez, o sector da pesca, depois da melhoria notada em 19%0, teria acusado no ano transacto now decréscimo de produção.

QUADRO I

Índices de produção agricola

(Base : 1947 = 100)

Produtos 1964 1970 1971

Cereais. ....c.cc..... 14,3 116,2 1710 'Tubéreulos e legumes ...... 10,7 | 1182 | 1110 Vinho. .cuscscacsesa. 799 | 1120 814 dzeito ..cllclc cc... a 9,2 450

Total. .cccccl 1045 | 1184 | 1182 eo

Origem : Índices de quantidades, ponderados pelos preços do ano tomado para base e referidos ao conjunto de produtos de mais Es na produção agricola, caleulados pelos serviços do Banco ortugal sobre os clementos das Estatisticas Agricolas do Instituto

Nacional de Estatística.

Sobre os resultados globais do sector agrícola em 197% admite-se no relatório da proposta de lei de meios quê venham a exceder os do ano passado. É certo que & estimativas mais recentes apontam quebras nas produções de trigo, milho, centeio, feijão e vinho; mas, por outro lado, terão progredido outras produções, nomeadamente as de batata, azeite, tomate, cortiça, madeiras e resinosos.

Relativamente à pesca, os elementos de que presente mente se dispõe apontam mais no sentido de uma not quebra em 1972 dos resultados globais do que no de umê recuperação, donde a necessidade de quantiosas import* ções, quer para satisfação do consumo público, quer pa'* abastecimento em matéria-prima da indústria de conse” vas.