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168 DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 98

João Maria Teles de Sampaio Rio.
João Mendes da Gosta Amaral.
João Xavier Camarote de Campos.
Joaquim de Moura Relvas..
Joaquim Saldanha.
Jorge Viterbo Ferreira.
José Alberto dos Reis.
José Alçada Guimarãis.
José Dias de Araújo Correia.
José Gualberto de Sé Carneiro.
José Maria Braga da Cruz.
José Maria Dias Ferrão.
José Pereira dos Santos Cabral.
José Teodoro dos Santos Formosinho Sanches.
Júlio Alberto de Sousa Schiappa de Azevedo.
Juvenal Henriques de Araújo.
Luiz Cincinato Cabral da Costa.
Luiz da Cunha Gonçalves.
Luiz Figueira.
Luiz José de Fina Guimarãis.
Luiz Maria Lopes da Fonseca.
Manuel Pestana dos Beis.
Manuel Rodrigues Júnior.
D. Maria Baptista dos Santos Guardiola.
D, Maria Luíza de Saldanha da Gama Van-Zeller.
Mário Correia Teles de Araújo e Albuquerque.
Sebastião Garcia Ramires.
Sílvio Duarte de Belfort Cerqueira.
Ulisses Cruz de Águias Cortês.
Vasco Borges.

Srs. Deputados que entraram, durante a sessão:

Álvaro Henriques Perestrelo de Favila Vieira.
Artur Rodrigues Marques de Carvalho.
Carlos Mantero Belard.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Guilhermino Alves Nunes.
Joaquim Rodrigues de Almeida.

O Sr. Presidente: - Vai proceder-se à chamada.
Eram 15 horas e 42 minutos. Fez-se a chamada.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 67 Srs. Deputados.
Está aberta a sessão.

Eram 15 horas e 50 minutos.

Antes da ordem do dia

O Sr. Presidente: - Está em reclamação o Diário da última sessão.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Visto não haver reclamações, considero-o aprovado.
Tem a palavra, antes da ordem do dia, a Sr.ª Deputada D. Maria Baptista Guardiola.

A Sr.ª D. Maria Baptista Guardiola: - Sr. Presidente: em magnífico editorial de domingo passado, é Diário de Noticias fazia um comovente apêlo em favor das crianças vítimas doa horrores da guerra actual, a mais deshumana, a mais impiedosa ë devastadora, dê todas as que a História regista.
Nunca, como nesta guerra, 0 sentimento cristão da piedade humana foi tam violentamente calcado, tam dolorosamente esquecido.
A Europa em chamas sofre esmagada os horrores do maior cataclismo que jamais pesou sobre a humanidade.
Centenas de milhares, de vítimas sucumbiram já ao peso da horrível tragédia, em que os homens se debatem. E, se o ardor desenfreado da luta nos permite avaliar os horrores dos morticínios, devastações e ruínas que a guerra já produziu, ainda nada deixa prever o termo deste flagelo, que ameaça tudo e todos, numa verdadeira derrocada social, em quê os povos e as nações se exterminam e aniquilam.
O apêlo sentido e generoso do Diário de Notícias, em favor das crianças vítimas inocentes das paixões e dos desvairos dos homens, fez vibrar a alma nacional. Portugal inteiro, de norte a sul, sente comovidamente, cristãmente, a angústia desses milhões de crianças mie se debatem espavoridas num mar de miséria moral e material.
Quantas não deram já a vida em holocausto de conceitos que não compreendem, de direitos que se não arrogam!
Quantos milhares ainda não vagueiam entre os destroços da enorme fogueira, fugindo espavoridas em face da morte que as espreita, da fome que as persegue, do abandono que as martiriza!
O apêlo que o Diário de Notícias dirigiu ao mundo inteiro teve não só o sentido cristão de querer minorar o sofrimento alheio - o que já seria tanto e tam grande! -, mas também o alto e transcendente desígnio de procurar salvar o futuro e a civilização da Europa. Já que não é possível valer-lhe no presente, acautele-se, ao menos, o seu futuro.
Salvemos as crianças vítimas da guerra!». Não há um só coração português em que este grito não tenha ecoado profundamente, despertando sentimentos de carinho, amor e ternura por todas as crianças que, sem distinção de povos ou de classes, sofrem indefesas os horrores de uma culpa que não lhes cabe, de um mal para que não contribuíram. Por isso, de toda a parte onde a voz do Diário de Noticias fez chegar o grito dilacerante dessas crianças que sofrem acorrem adesões morais e materiais em prol da mais construtiva das obras que podem efectivasse na hora de destruição que pesa sobre a Europa.
Mas não é só a nossa sensibilidade cristã que vibra perante a generosa idea que a todos empolga. Também o nosso sentimento patriótico desperta e sê manifesta.
Portugal goza, perante o mundo, de uma posição moral que todos reconhecem e admiram.
A exemplar neutralidade portuguesa, base da política externa a que a alta figura moral do Sr. Presidente do Conselho dá prestígio e repercussão universais, fará ecoar em todo o mundo a voz que hoje se levanta em Portugal, com um sentido e uma autoridade incontestáveis. E são êsse sentido e essa autoridade que podemos neste momento, ao serviço da obra de maior elevação moral é beleza cristã, quê à humanidade Cumpre realizar em defesa da civilização.
As mulheres portuguesas compreendem e sentem a devoção que terão de despender em benefício dos pequeninos que, confiantes na sua generosidade e na sua ternura, virão agasalhar-se sob o céu azul de Portugal.
Nenhuma faltará no momento da chamada.
Era esta afirmação que eu queria fazer hoje nesta Assemblea, em nome das mulheres da nossa terra.

Vozes: - Muito bem! muito bem!

O Sr. Juvenal de Araújo: - Sr. Presidente: pedi a palavra para fazer também, dêste lugar, uma referencia ao apelo, dirigido aio domingo passado pelo Diário de Notícias, em termos tam particularmente