5 DE MARÇO DE 1947 738-(3)
nar a evolução da Anda da organização nestas matériaS:
a) Dirigentes;
b) Pessoal;
c) Receitas e sua proveniência;
d) Despesas ou, em gera), aplicação discriminada das receitas.
Com o questionário económico-social pretendeu-se oferecer aos organismos um paradigma, que, conforme a natureza particular deites, tornasse possível elaborai-as respostas dadas de modo a poder fazer-se uma ideia bastante aproximada da influência da organização sobre a economia nacional.
No paradigma que, para o efeito, revestia maior importância, dizia-se expressamente que o que com o questionário se pretendia, era «conhecer a evolução da economia do produto e a medida em que ela foi determinada pela organização corporativa e de coordenação, em razão da sua actividade económica e social».
Não tinha a com i suão a segurança, dada a variedade dos organismos a que se dirigia o questionário, de que este, na maneira, como se achava formulado, representasse o melhor meio de atingir o resultado desejado em relação a todos os organismos. Por isso, em vez de lhe atribuir um carácter rígido, expressamente dizia:
Conhecidos os objectivos que se pretendem alcançar, os organismos estão em melhores condições do que a comissão para preencherem as lacunas que notem na enunciação dos elementos que se pedem ou para os esclarecer, assim como para discriminai-as questões a que hão-de responder em presença do paradigma geral que se lhes oferece.
Deixaram-se, pois, os organismos à vontade para, conhecido o fim que se tinha em vista, porem a comissão nas melhores condições de dar satisfação a esse fim.
Á. comissão estava convencida de que a generalidade dos elementos que pedia não podia ou não devia deixar de ser conhecida dos organismos, designadamente dos de coordenação e grémios obrigatórios. Na verdade, dificilmente poderia admitir-se que eles tivessem como função intervir na economia do produto sem conhecerem os factores que podem determiná-la no tempo e no espaço: os factores naturais, técnicos e legais, e ainda os mercados.
Pessoas afeitas à direcção de actividades industriais e comerciais esclareceram a comissão de que o seu pensamento era exacto e ainda de que os organismos aos quais o questionário de que se fala era dirigido não deviam ter dificuldade em lhe dar uma resposta rápida.
Por isso a comissão a pediu.
8. As respostas aos questionários foram muito demoradas.
Ao questionário administrativo responderam quase todos os organismos. Muitos responderam tarde; bastantes responderam tardíssimo, apesar das instâncias da comissão.
No questionário escapou à comissão pedir a indicação das despesas de expediente e outras. Apesar de ser visível que a comissão pretendia conhecer todos os encargos da organização, em geral os organismos só aludiram nas respostas aos que expressamente se enunciaram. Não se lhes tornam, no entanto, culpas que à comissão pertencem e de que é seu dever penitenciar-se.
Com o questionário económico-social, os males agravaram-se.
No momento em que se escreve este relatório ainda alguns dos mais importantes organismos, mesmo de coordenação económica, lhe não deram resposta; outros,
apesar do luxo dos seus serviços de estatística, dir-se-ia que olharam para o questionário, mas, não obstante a massa de funcionários de que dispõem, não se demoraram a considerá-lo. Mandaram uns elementos quaisquer que lá tinham, sem sequer se preocuparem com adaptá-los à satisfação do fim que se visava.
E foi pena, porque o que desordenamente enviaram mostra, quanto a alguns, que possuem uma organização técnica competente para, sem dificuldade, realizar com adequação perfeita os trabalhos que convinham.
Alguns responderam com a compreensão do que se desejava. Isso constitui um motivo de tranquilidade para a comissão, pois lhe traz a demonstração prática de que era possível responder ao questionário no plano em que foi posto.
9. Teve, a comissão muitas dificuldades na elaboração dos dados fornecidos pelos organismos em resposta aos questionários administrativo e económico-social.
Quanto ao questionário administrativo, foram poucos os organismos que deixaram de responder, e estes mesmos sem bastante importância para dever considerar-se de interesse o facto de não serem tomados em conta para formar juízo acerca dos resultados gerais a que, através daquele questionário, se chegou.
Importância tem a circunstância de muitos, ao responderem, não haverem feito uma discriminação suficiente das verbas que se pediam ou a de, embora obedecendo ao mesmo método geral de escrita, qualificarem diversamente certas receitas e despesas, de modo a aparecerem em rubricas diferentes receitas ou despesas da mesma natureza.
Assim - e para exemplificar -, sentiu-se uma certa repugnância dos organismos em referir, como receitas provenientes de lucros de operações realizadas, muitas que se adaptavam a essa rubrica melhor do que a qualquer outra, amalgamando-as sob a rubrica «Outras fontes», onde perdem muito da expressão que poderia
pedir-se-lhes; como se sentiu a mesma repugnância em indicar como despesas com a instalação, apesar da expressa referência que no questionário se lhes fazia, as rendas de casa.
Por outro lado, poucos fizeram a discriminação das receitas conforme o destino, não obstante isso se lhes haver pedido.
Crê-se que tudo isto terá tido apenas como cauusa o facto de a técnica de contabilidade que adoptam ter como base discriminações diferentes das que se pediam, tornando, por isso, difícil o trabalho de adaptação aos quesitos como apareciam formulados.
Ainda, por virtude da técnica de contabilidade usada, a mesma receita e a mesma despesa aparecem duplicadas, dando a impressão de um volume de receitas e despesas que pode induzir em erros de apreciação, às vezes difíceis de corrigir. Ë um empréstimo que aparece como receita e como receita aparece o produto da venda das coisas que com ele se adquiriram; é o pagamento do empréstimo que aparece como despesa e como despesa aparece o que se despendeu com a aquisição das coisas para cujo pagamento foi contraído. Não se escreve isto para se criticarem técnicas contabilísticas, mas para se mostrarem as dificuldades de elaboração dos dados fornecidos e para se estar precavido quanto à apreciação de números que podem exprimir só movimento de capitais e não verdadeiras receitas, ou só expedientes de contabilidade.
Quanto ao questionário económico-social, as dificuldades da comissão agravam-se.
Faltaram ou chegaram tarde, em bastantes casos, os dados para elaborar; foram, em outros casos, fornecidos incompletamente ou fora da orientação geral proposta