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44 DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 117

João Xavier Camarate de Campos.
Joaquim Mendes do Amaral.
Joaquim dos Santos Quelhas Lima.
José Alçada Guimarães.
José Dias de Araújo Correia.
José Esquível.
José Gualberto de Sá Carneiro.
José Luís da Silva Dias.
José Maria Braga da Cruz.
José Maria de Sacadura Botte.
José Martins de Mira Galvão.
José Nunes de Figueiredo.
José Penalva Franco Frazão.
José Pereira dos Santos Cabral.
José de Sampaio e Castro Pereira da Cunha da Silveira.
José Soares da Fonseca.
José Teodoro dos Santos Formosinho Sanches.
Luís António de Carvalho Viegas.
Luís Cincinato Cabral da Costa.
Luís da Cunha Gonçalves.
Luís Lopes Vieira de Castro.
Luís Mendes de Matos.
Luís Teotónio Pereira.
Manuel de Abranches Martins.
Manuel Colares Pereira.
Manuel da Cunha e Costa Marques Mano.
Manuel França Vigon.
Manuel Hermenegildo Lourinho.
Manuel José Ribeiro Ferreira.
Manuel de Magalhães Pessoa.
Manuel Maria Múrias Júnior.
Manuel Marques Teixeira.
D. Maria Luísa de Saldanha da Gama van Zeller.
Mário Borges.
Mário Correia Carvalho de Aguiar.
Mário de Figueiredo.
Paulo Cancela de Abreu.
Pedro de Chaves Cymbron Borges de Sousa.
Ricardo Malhou Durão.
Rui de Andrade.
Salvador Nunes Teixeira.
Sebastião Garcia Ramires.
Ulisses Cruz de Aguiar Cortês.
D. Virgínia Faria Gersão.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 84 Sr s. Deputados.
Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 18 minutos.

Antes da ordem do dia

O Sr. Presidente: - Vai ler-se o

Expediente

Telegrama

Subscrito por estudantes católicos de Coimbra, em que pedem que o dia 8 de Dezembro seja considerado o grande dia santo da Nação, tendo sido também este, segundo comunicam, o voto emitido na Semana dos Estudos Marianos e por esta calorosamente aplaudido.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado Froilano de Melo.

O Sr. Froilano de Melo: - Sr. Presidente: numa das sessões do primeiro período da nossa legislatura -vai já hoje para dois anos -, nesta mesma sala em que quis
o destino viesse colaborar convosco, no limite das minhas forças, para a resolução de vários problemas da vida nacional, chamei a atenção da nossa Assembleia, e por intermédio dela da Nação inteira, para o grave problema da lepra em Portugal. A minha consciência de leprólogo, que me levara um dia a expor nesse nobre tablado que aos intelectuais portugueses oferece a actuação, por assim dizer missionária, da Liga de Profilaxia Social do Porto, e em resumida síntese, o problema: «A campanha antileprosa. Como eu agi na índia; como se deveria agir em Portugal», ficara apavorada ao ver nas ruas de Lisboa, nos comboios dos arredores, por vezes nos eléctricos da cidade e em algumas das belas termas do nosso País leprosos abandonados ao seu destino e espalhando o contágio traiçoeiro pelas populações inermes e desprotegidas.
Pois é esta mesma consciência que me obriga moralmente, Sr. Presidente, a vir aqui declarar à Nação inteira, terminantemente e com a pequena autoridade que me dão os meus estudos da especialidade, que o problema da lepra em Portugal se acha hoje plenamente resolvido, com uma amplitude e, o que é mais, com um carinho que podem servir de lição ao Mundo e fazem honra ao intelecto e ao coração da terra portuguesa!
Chegam as malas postais ordinárias de Portugal à índia com um longo atraso de três meses: em vésperas da minha partida para aqui chegaram-me, através do Jornal do Médico, os ecos da bela cruz da inaugurada com a abertura do Hospital-Colónia Rovisco Pais. Li rapidamente os articulados do decreto-lei n.° 36:400 e li com profunda admiração as declarações do Sr. Dr. Trigo de Negreiros sobre a solução portuguesa do problema da lepra.
Eu ajuizara da capacidade de elaboração mental de S. Ex.ª numa sessão de medicina social no Instituto Ricardo Jorge, em que ele presidira a uma conferência do Dr. João Porto. Devo, porém, confessar-vos francamente: nunca supus que S. Ex.ª, que não é médico, pudesse apreender com tanta amplitude e com tanto brilho os problemas de leprologia, como o fez nesses primorosos conceitos com que expôs aos jornalistas tão magno problema de medicina social.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Nestas minhas palavras vai pois Q meu entusiástico aplauso ao seu talento de jovem que com tão larga e carinhosa visão soube integrar-se como apóstolo e cientista em tão difícil e melindroso problema. Possa o seu nome perdurar eternamente na memória dos homens, porque a obra antileprosa tem a coroá-la as preces dos que sofrem e a bênção de Deus! O Sr. Dr. Trigo de Negreiros bem merece do País que lhe foi berço.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E bem merecem deste País todos os precursores que agitaram o problema da lepra em Portugal por forma a impor-se ao estudo reflectido e consciencioso do Governo. Zeferino Falcão, Bombarda, Aleixo Guerra, Álvaro Pimenta, Alfredo de Magalhães, Álvaro Lapa, Rocha Brito, o infeliz Uriel Salvador, Silva Carvalho, Fernando Correia, o grupo devotado e insuflador de tão nobres iniciativas que constitui a reduzida elite da Liga de Profilaxia, precisam de ser recordados nesta Assembleia, para o reconhecimento da Nação Portuguesa.
E a benemerência de Rovisco Pais, que tornou possível a realização de uma obra tão notável, encontra certamente na alma do povo português aquele alto pedestal em que se colocam os grandes e nobres ideais.