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502 DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 147

José Martins de Mira Galvão.
José Nunes de Figueiredo.
José Soares da Fonseca.
José Teodoro dos Santos Formosinho Sanches.
Luís António de Carvalho Viegas.
Luís da Câmara Pinto Coelho.
Luís da Cunha Gonçalves.
Luís Maria Lopes da Fonseca.
Luís Teotónio Pereira.
Manuel Colares Pereira.
Manuel da Cunha e Costa Marques Mano.
Manuel Hermenegildo Lourinho.
Manuel José Ribeiro Ferreira.
Manuel de Magalhães Pessoa.
Manuel Marques Teixeira.
D. Maria Luísa de Saldanha da Gama van Zeller.
Mário Correia Carvalho de Aguiar.
Mário de Figueiredo.
Paulo Cancela de Abreu.
Pedro de Chaves Cymbron Borges de Sousa.
Querubim do Vale Guimarães.
Ricardo Spratley.
Rui de Andrade.
Salvador Nunes Teixeira.
Teotónio Machado Pires.
Ulisses Cruz de Aguiar Cortês.
D. Virgínia Faria Gersão.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 60 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 5 minutos.

Antes da ordem do dia

Deu-se conta do seguinte

Expediente

Telegramas

Janta Província Beira Litoral roga valiosa intervenção V. Ex.ª sentido ser introduzida nova lei inquilinato doutrina decreto n.º 23:465, de 18 de Janeiro de 1934, a favor corpos administrativos. Esta Junta está sendo prejudicada sua acção social por falta disposição daquele teor. Apresento a V. Ex.ª respeitosos cumprimentos. O Presidente, Bissaia Barreto.
O Sr. Presidente:-Estão em reclamação os n.03143, 144 e 140 do Diário das Sessões.
Pausa.

O Sr. Presidente: - Como nenhum dos Srs. Deputados deseja fazer qualquer reclamação sobre esses números do Diário, considero-os aprovados.
Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado Antunes Guimarães.

O Sr. Antunes Guimarães: - Sr. Presidente: este vastíssimo problema dos transportes está sempre na grande ordem do dia nacional, constituindo tema para as atenções e preocupações de governantes e governados de todos os pontos do País e dos variados sectores sociais.
Numa das últimas sessões foi tema da minha intervenção antes da ordem do dia o que, respectivamente em Casa Branca (na inauguração do serviço de automotoras) e no Porto (ao inaugurar a estação provisória da Trindade), afirmaram o ilustre titular das Comunicações e o Sr. Fausto de Figueiredo, da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses. O primeiro falou de grandes
obras e de avultadas aquisições, determinadas para a urgente e notoriamente indispensável actualização dos caminhos de ferro, para se conseguir segurança, comodidade e velocidade e para que não falte o material circulante e de tracção exigido pelas necessidades do tráfego, tanto de passageiros como de mercadorias. Traçou também as providências que ordenara para a revisão do plano da rede ferroviária, tendo eu aludido à conveniência de os respectivos trabalhos de tão fundamental capítulo dos transportes serem oportunamente enviados à Assembleia Nacional, a fim de serem apreciados pelos representantes da Nação.
O segundo dos oradores citados anunciou a electrificação do troço Porto - Vila do Conde - Póvoa de Varzim - Famalicão, do sistema de bitola reduzida e de grande valor, que abrange a zona florescente das indústrias dos vales do Ave e Vizela e serve algumas das mais prósperas praias do Norte, tendo eu salientado a oportunidade e grande importância daquele melhoramento e posto em evidência quanto se impõe adoptar o traçado das linhas às exigências locais, como em Vila do Conde, que deseja, e com razão, que ela passe junto da vila e da sua inigualável praia.
Também realcei a necessidade de se prolongar, como, aliás, consta do plano em vigor da rede ferroviária, a linha do Norte Litoral, para servir Apúlia, Fão, Ofir, Esposende e Neiva, até Viana, e de lá prosseguir, vale do Lima arriba, até à fronteira.
E recordei a imperiosa precisão de se construir, com início em Caniços, a linha do Ave, que, depois de servir as zonas industriais de Riba de Ave, Pevidem e Campe-los, de atravessar a vila das Caldas das Taipas e passar no sopé da Citânia de Briteiros e em Lanhoso, subiria até às cabeceiras daquele rio, para em Casares atingir a região de Basto, onde ligaria com a linha que na Livração entronca com a do Douro.
E referi-me também à grande vantagem de se unificar a bitola daquele sistema com a da Carris do Porto, para valorização mútua, fazendo dos transportes colectivos a cargo da Câmara daquela cidade o grande fulcro de todo o vasto sistema ferroviário nortenho a que venho de aludir, o qual - quem sabe? -, talvez no futuro, e através da projectada ponte da Arrábida e da de D. Luís, pudesse vir a prqlongar-se até Espinho e ali estabelecer valiosa conexão com o sistema ferroviário, também de bitola reduzida, da Beira Alta.
Sonho?... mas que pode vir a ser realidade vantajosissima!
Sr. Presidente: tive ontem a satisfação de ler na imprensa que o distinto engenheiro militar que sobraça a pasta das Comunicações, ao receber a grande comissão dos distritos de Leiria e Santarém, a qual, mais uma vez, foi expor as grandes razões em que se apoia a antiga aspiração daquela importantíssima zona para que se estabeleça o troço ferroviário de ligação das linhas de Leste e Oeste, depois de dissertar sobre o problema ferroviário com fartura de conhecimentos, afirmara estar quase concluído o estudo do novo plano ferroviário, o qual seria brevemente transformado em proposta de lei para ser submetido à Assembleia Nacional.
Congratulo-me com tão oportunas palavras do ilustre titular das comunicações.
Sr. Presidente: de facto, este problema dos transportes é deveras empolgante e preocupa todos os que olham a sério pela defesa dos altos interesses nacionais.
E assim é que, na sessão de ontem, ouvimos com prazer os substanciais discursos dos nossos distintos colegas o Sr. engenheiro Mira Galvão e Dr. Figueiroa Rego, os quais, respectivamente, e com numerosos argumentos, mais uma vez recomendaram a construção dos troços ferroviários de Beja a Ermidas, e o de ligação das linhas de Leste e Oeste.