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84 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 57

João Antunes Guimarães.
João Cerveira Pinto.
João Mendes da Costa Amaral.
Joaquim Dinis da Fonseca.
Joaquim Mendes do Amaral.
Joaquim de Moura Relvas.
Joaquim de Oliveira Galem.
Joaquim de Pinho Brandão.
Joaquim dos Santos Quelhas Lima.
José Cardoso de Matos.
José Dias de Araújo Correia.
José Garcia Nunes Mexia.
José Gualberto de Sá Carneiro.
José Guilherme de Melo e Castro.
José Luís da Silva Dias.
Luís Filipe da Fonseca Morais Alçada.
Luís Maria Lopes da Fonseca.
Luís Maria da Silva Lima Faleiro.
Manuel Colares Pereira.
Manuel França Vigon.
Manuel José Ribeiro Ferreira.
Manuel Lopes de Almeida.
Manuel de Magalhães Pessoa.
Manuel Maria Múrias Júnior.
Manuel Maria Vaz.
Manuel de Sousa Meneses.
Manuel de Sousa Rosal Júnior.
D. Maria Baptista dos Santos Guardiola.
Mário Correia Teles de Araújo e Albuquerque.
Mário de Figueiredo.
Miguel Rodrigues Bastos.
Paulo Cancela de Abreu.
Pedro de Chaves Cymbron Borges de Sousa.
Ricardo Malhou Durão.
Ricardo Vaz Monteiro.
Salvador Nunes Teixeira.
Sebastião Garcia Ramires.
Teófilo Duarte.
Tito Castelo Branco Arantes.
Vasco de Campos.
Vasco Lopes Alves.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 79 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.
Eram 16 horas e 10 minutos.

Antes da ordem do dia

O Sr. Presidente: - Vai dar-se conta do expediente.

Expediente

Exposição

De Alfredo Pinto, de Lordelo, pedindo providências para a situação difícil em que se encontram cerca de seiscentos regentes escolares, por virtude da extinção dos postos onde exerciam a sua actividade.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado João Ameal.

O Sr. João Ameal: - Sr. Presidente: ninguém estranhará, decerto, que nesta Assembleia, onde têm natural cabimento os factos relacionados com quaisquer actividades e interesses da Nação, onde, sem dúvida, «tudo que é nacional é nosso», uma voz se erga para assinalar, em breves palavras de homenagem, a morte recente de um dos autênticos valores da actual cultura portuguesa- Alfredo Pimenta.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Foi, na verdade, um homem que dedicou a sua vida a um esforço constante de inteligência, aplicada aos mais diversos temas da cultura, e que deixou uma série de trabalhos de investigação, de esclarecimento, de crítica erudita e minuciosa, uma obra, enfim, graças à qual se tornou digno de ser colocado a par dos maiores nomes que nesses domínios se ilustraram.
Foi, também, um doutrinado! persuasivo e veemente, em cujas páginas se definiram os princípios de uma política fiel à linha soberana da nossa tradição e a um conceito positivo e realista das ciências sociais. Foi ainda, por outro lado, um polemista de espírito combativo e, algumas vezes, de agressividade implacável.
Como polemista, sobretudo, despertou vivas reacções e atraiu mesmo sérias antipatias, tanto mais naturais quanto, no ardor vivo dos combates de ideias, lhe teria porventura sucedido praticar excessos ou cometer injustiças.
O polemista, portanto - sem que se lhe possa negar o poder verbal, a força da argumentação, a vivacidade fulgurante -, tinha de ser discutido e continua a ser discutível.
O erudito e o doutrinador, esse ficou já entre os grandes da nossa história literária ...

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:- ... e julgo que há-de crescer ainda, à medida que o tempo afaste de nós o que na imagem do homem pareceu, a alguns, demasiado agreste, à medida que a paixão ou o ressentimento dos contemporâneos se atenuem e apenas avultem a admiração e o respeito das gerações futuras.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Bastam para isso livros como os dois volumes de Estudos Filosóficos e Críticos, Elementos de História de Portugal, D. João III, os vinte e tantos opúsculos de Estudos Históricos, quantos e quantos mais!
Mas não é apenas por isto que Alfredo Pimenta tem direito a ser recordado com louvor e apreço. É também pelo tríplice exemplo que a sua vida constitui e que julgo um dever lembrar aqui.
Exemplo de trabalho. Durante cerca de meio século trabalhou sempre com um método, uma persistência, um escrúpulo singulares. Desde muito cedo iniciava todas as manhãs, sobre a sua larga mesa, que uma espessa muralha de altos volumes isolava do mundo, a tarefa quotidiana.
Horas e horas, sem um momento de descanso ou de trégua, examinava problemas, buscava informações, comparava e decifrava textos, enquanto longe, para além do abrigo claustral do seu escritório, o bulício da cidade corria e tantos inúteis perdiam o tempo na ociosidade estéril, na má língua frívola ou na luta por simples objectivos inferiores.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Entre nós, Portugueses - onde infelizmente são tão numerosos os gozadores e os superficiais -, o caso excepcional desse homem apenas devotado às exigentes canseiras do espírito merece relevo à parte.

Vozes: - Muito bem, muito bem!