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728 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 153

Herculano Amorim Ferreira.
Jaime Joaquim Pimenta Prezado.
Jerónimo Salvador Constantino Sócrates da Costa.
João Carlos de Assis Pereira de Melo.
João Luís Augusto das Neves.
Joaquim Dinis da Fonseca.
Joaquim de Oliveira Calem.
Joaquim dos Santos Quelhas Lima.
Jorge Botelho Moniz.
José Dias de Araújo Correia.
José Diogo de Mascarenhas Gaivão.
José Garcia Nunes Mexia.
José Guilherme de Melo e Castro.
José Luís da Silva Dias.
José dos Santos Bessa.
Luís Maria Lopes da Fonseca.
Manuel Colares Pereira.
Manuel Domingues Basto.
Manuel Hermenegildo Lourinho.
Manuel José Ribeiro Ferreira.
Manuel de Magalhães Pessoa.
Manuel Maria Vaz.
Manuel Marques Teixeira.
Manuel de Sousa Meneses.
Manuel de Sousa Rosal Júnior.
D. Maria Baptista dos Santos Guardiola.
Mário Correia Teles de Araújo e Albuquerque.
Mário de Figueiredo.
Miguel Rodrigues Bastos.
Paulo Cancela de Abreu.
Ricardo Malhou Durão.
Ricardo Vaz Monteiro.
Salvador Nunes Teixeira.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 66 Srs. Deputados.
Está aberta a sessão.
Eram 16 horas e 10 minutos.

Antes da ordem do dia

Deu-se conta do seguinte

Expediente

Telegrama

Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Nacional. - Lisboa. - Comércio exportador Luanda reunido Palácio Comércio para apreciar Decreto 38:704 aprovou moção transcrita no final que nos cabe honra levar conhecimento V. Ex.ª por incumbência mesma Assembleia: o comércio exportador da praça de Luanda reunido em sessão magna no Palácio Comércio para apreciar os efeitos da execução do Decreto n.º 38:704 reconhecendo que- a doutrina de tal decreto por mal informada não corresponde à realidade dos factos e não tem em devida conta o esforço até agora produzido pelos colonos de Angola considerando ainda que tal doutrina aplicada ao comércio exportador corresponderá a um golpe mortal dado na sua actividade que em todo o Mundo é considerada de principal interesse na organização económica dos Estados considerando finalmente que por reflexo todas as actividades sofrerão rude abalo pela incerteza e desconfiança quanto a seu futuro nomeadamente o do comércio exportador a quem tem sido normalmente cometido o encargo do auxílio ao pequeno produtor angolano resolve: 1.º dar o seu entusiástico apoio às diligências efectuadas pelos organismos económicos nesta emergência reterando-lhes a sua solidariedade e total confiança; 2.º saudar calorosamente os organismos económicos de Lisboa que com alta compreensão dos interesses nacionais se solidarizaram com os seus congéneres do ultramar; 3.º pedir que sejam transmitidas aos Srs. Presidente do Conselho, Presidente da Assembleia Nacional e Ministro do Ultramar as conclusões desta moção respeitosos cumprimentos. - Direcções organismos económicos.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado Frederico Vilar.

O Sr. Frederico Vilar: - Sr. Presidente: como militar mais graduado entre os que têm a honra de ter assento nesta Assembleia, não posso deixar de fazer uma referência, ainda que muito ligeira, ao desaparecimento do general Ernesto Vieira da Rocha, cuja vida, tantas vezes posta em risco, foi inteiramente dedicada ao serviço da Pátria.
Frequentou este ilustre oficial o Colégio Militar e ao terminar o seu curso alista-se como voluntário e apenas com 18 anos, no regimento de lanceiros 2 de el-rei.
Pouco depois ingressa na Escola dó Exército, e três anos passados era já Vieira da Rocha alferes de cavalaria, em serviço nos dragões de Angola, destacados no planalto de Moçâmedes, então ameaçado pelos Bures.
Foi aí, nas acções contra os indígenas da Luzinda e da Catumba, que, apenas com 21 anos de idade, recebeu o seu baptismo de fogo!
E a sua extraordinária valentia, toda feita de isenção, de calma e de irreprimível anseio de bem cumprir, em pouco tempo o impõe à consideração, estima e admiração, não só dos seus soldados, como dos seus superiores, que passam a escolhê-lo para as mais arriscadas e honrosas missões de serviço.
E é assim que em 1896 tem a honra de tomar parte na- campanha dos Namarrais, como ajudante de campo da maior figura de militar da época da ocupação, o grande Mouzinho de Albuquerque.
É precisamente durante essa campanha, no combate da Mugenga, que Vieira da Rocha é ferido, ao salvar, com a sua já conhecida calma, decisão e valentia, o quadrado, então seriamente comprometido numa das faces, ocupada pelos indígenas.
Um ano depois, já promovido a tenente, mas sempre como ajudante de campo do grande Mouzinho, toma parte na campanha de Gaza, evidenciando-se, mais uma vez, nos combates de Macontene e de Mapulangnene, em que é ferido pela segunda vez, ao pretender apanhar vivo o chefe indígena Maguiguana.
Todos os seus feitos são assinalados pelo Governo por uma série de louvores e de condecorações, que se inicia com a medalha de Sua Majestade a Rainha D. Amélia, seguindo-se a medalha de prata de valor militar e tantas outras que ornavam o peito do ilustre militar.
Terminada a campanha, regressa à metrópole, mas, pouco tempo depois, volta a Moçambique, como ajudante de campo do general Venceslau Teles, encarregado da cobertura da nossa fronteira durante a guerra anglo-bur.
Finda a sua missão, regressa à metrópole e, depois de servir em diferentes regimentos de cavalaria, é promovido a capitão e segue então para Timor, em comissão de serviço.
Terminada ela, regressa à metrópole e ingressa na Guarda Municipal, transitando para a Guarda Republicana a seguir à proclamação da República.
Em 1915 parte para Angola sob o comando do general Pereira de Eça, e mais uma vez se distingue na campanha do Humbe, seguindo daí para o Cuanhama, onde marca nitidamente a sua rija têmpera de militar no célebre combate de Mongua, recebendo então a medalha de ouro com a legenda a Cuanhama - 1915» e a cruz de guerra de 1.ª classe.