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DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 60 182

que os Portugueses necessitam do amparo do Céu os governantes interpretariam bem o sentimento do povo se, seguindo os exemplos passados, também fizessem um voto que ficasse a perpetuar o favor dum benefício nacional: o de mantermos a integridade da nossa pátria!

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Poderia ainda o Governo implorar esta graça, subsidiando por uma forma substancial as igrejas actualmente em construção sob a invocação da Virgem Santíssima e intensificando os auxílios às nossas missões religiosas do ultramar, como reparação de agravos passados, certo de que só a maior expansão do catolicismo impedirá o avanço das ideias da heresia comunista, com todas as suas consequências nefastas à unidade nacional.
Assim, Portugal, livre e unido sob o manto da sua padroeira, continuaria mais eficazmente a sua nobre missão de dilatar a Fé!
Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Vaz Monteiro: - Sr. Presidente: pêlos nossos territórios ultramarinos está a correr uma onda de progresso que põe claramente em evidência a vitalidade criadora e renovadora dos Portugueses, a excelência cios princípios da administração do Estado Novo, a constância e clarividência do Sr. Presidente do Conselho em assegurar dia a dia os destinos gloriosos de Portugal.
Referi-me lia dias à conclusão antecipada do assentamento do último carril do caminho de ferro do Limpopo, junto à fronteira com a Rodésia, para salientar e louvar o esforço português que se tem desenvolvido na província de Moçambique.
Hoje desejo referir-me a um grande empreendimento em Angola, ao colonato europeu da Cela, pelo êxito que se antevê estar-lhe reservado como garantia das mais decisivas para o futuro da província.
Por o Sr. Presidente do Conselho o inspirador desse arrojado empreendimento do colonato europeu da Cela, que está a causar admiração no estrangeiro e entre nós atende ao excesso demográfico metropolitano, ao desenvolvimento rural de Angola, à melhoria de vida de alguns casais agrícolas, ao futuro e prosperidade da Nação Portuguesa.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Quando em Julho deste ano o alto-comissário da África Equatorial Francesa, Sr. Paul Chauvet, visitou a província de Angola declarou que, de tudo quanto viu, o que mais interesse lhe despertou foi a obra de colonização portuguesa levada a efeito na Cela e que aquele colonato europeu constitui um alto exemplo que os povos colonizadores deverão encarar com. admiração.
Esta declaração feita por aquele alto-comissário é bastante para se avaliar como na África Equatorial Francesa se admira a nossa obra de colonização branca realizada no colonato da Cela.
E meu desejo abordar algumas considerações sobre este empreendimento, em plena execução e já com raízes em Angola, porque me parece que o seu alcance se irá projectar no futuro daquela província ultramarina e no prestígio glorioso de Portugal, e, portanto, merece, que esta Assembleia lhe dedique a sua melhor atenção.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O colonato europeu da Cela, além de ser arrojada tentativa de colonização agrícola dirigida, é também audaciosa experiência do emprego exclusivo do braço europeu na exploração agrícola da terra africana, prescindo-se totalmente do auxílio da mão-de-obra indígena.
E para isto se conseguir foi preciso lutar, vencer dificuldades e resistências que naturalmente surgiram ao pôr-se em prática a ideia do colonato europeu da
Cela, que para muitos estaria condenada a retumbante fracasso.
Todos são unânimes em desejar a colonização branca, mas -poucos admitiam a possibilidade do emprego exclusivo do trabalhador metropolitano.
Não há dúvida de que o povoamento europeu é reconhecido, por todos aqueles que pelo assunto se interessam, como o problema número um da mossa acção nas grandes províncias ultramarinas do continente africano.
Várias foram já as tentativas (por nós realizadas e os sistemas empregados, apontando-se Sá da Bandeira como exemplo destacado d" colonização dirigida na província de Angola.
Sobre este sistema de colonização europeia em África há em Angola certo cepticismo, proveniente, sem dúvida alguma, das tentativas que foram consideradas frustradas ou de reduzido rendimento.
No entanto, por várias vezes tenho afirmado " expandido a opinião de que, se essa" tentativas não foram coroadas de pleno êxito, isso se deve atribuir, em grande parte, à falta de continuidade administrativa e governativo.
Mas a ideia de o branco se poder dedicar à agricultura africana unicamente com o seu braço, sem auxílio do preto, vai ganhando terreno, mercê do exemplo edificante da Cela.
Citarei dois casos a confirmar esta asserção:
A Sociedade de Colonização Missionária, instituída pelo padre Gil Alferes como dilatação da obra do padre Américo, vai instalar brevemente em Angola a sua primeira colónia agrícola de europeus, em local que fica a 100 km da barragem da Matala.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A Companhia do Açúcar de Angola pediu já quatrocentos, trabalhadores brancos.
Não há dúvida de que o exemplo da Cela frutifica.
Onde, porém, as opiniões nunca divergiram foi na necessidade imperiosa que há de ocupar o mato africano, o terreno que ainda se encontra, desaleitado em Angola e Moçambique e que, de preferência, deveria sei1 ocupado por casais agrícolas da metrópole.
As ambições alheias espreitam-nos. Há que nos precaver contra a cobiça que podem despertar os terrenos desalentados como espaços vitais.
Coube no Estado Novo a honra de iniciar a resolução do magno problema da ocupação agrícola desses espaços vazios por casais europeus, com a publicação do grandioso Plano de Fomento.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Foram criados novos serviços e destinados milhares de contos a barragens e obras complementares de irrigação, em Angola e Moçambique, com o fim de preparar a ocupação agrícola do vale do Cunene e do vale do Limpopo por casais agrícolas metropolitanos.
Por determinação do Sr. Ministro do Ultramar, comandante Sarmento Rodrigues, estas obras grandiosas