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24 DE MARÇO DE 1956 669

À medida que foram desaparecendo limitações de vária ordem, como a insuficiência de produção, do transporte e grande distribuição, a B. E. A., no seguimento da política traçada, iniciou em 1953 um programa de electrificação rural, a efectuar num período de dez anos e que prevê o dispêndio de 130 milhões de libras, dos quais 100 para as redes rurais e 30 para a produção, transporte e grande distribuição da energia correspondente.
Este importantíssimo plano, dividido em duas fases, de cinco anos cada, comporta na primeira fase:

Ligação a redes de 60 000 herdades.
Ligação a redes de 265 000 casas das áreas rurais.
Despesa prevista de 50 milhões de libras.

No segundo período prevê-se:

Ligação a redes de 45 000 herdades.
Ligação dum correspondente número de casas dispersas.
Despesa prevista de 50 milhões de libras.

A estas duas verbas há que juntar os 30 milhões para produção e transporte.
Em 1063 a Inglaterra pensa ter ligadas às redes rurais aproximadamente 85 por cento das suas herdades e casas dispersas, considerando que os 15 por cento que ainda lhe virão a faltar serão casos muito difíceis, que terão de ser estudados à parte.
Este programa foi iniciado e está em marcha para o primeiro período, sendo o seu financiamento assegurado pela Central Authority e pelos Área Boards, conforme a natureza das instalações a realizar, sem recurso a subsídios do Estado, pelo que se conclui que a obra a efectuar é no fundo financiada pelas receitas gerais da venda de electricidade, solução só possível pela nacionalização integral da indústria eléctrica.
Ao fim do primeiro período será revista a situação financeira de cada Área Board s estes ajudados pela transferência de fundos da Central Authority e pelos ajustamentos tarifários necessários, de forma a repor o equilíbrio económico de cada um, pois está verificado que o plano, sobretudo nos primeiros anos da sua execução, dará infalivelmente prejuízo.
Numa recente publicação da R. E. A., dedicada exclusivamente à electrificação rural, lê-se que o processo mais eficaz de fazer desaparecer esse prejuízo consiste em fomentar o uso da electricidade, não só na parte doméstica da vida rural, como nos trabalhos agrícolas propriamente ditos. Um grande esforço de propaganda se está fazendo em uníssono com as associações de agricultores, com o Ministério da Agricultura, etc., para que se atinjam consumos específicos elevados, que permitem eliminar o saldo negativo de tais redes.
Resumindo: o plano inglês comporta o investimento notável de 130 milhões de libras, financiado pelos recursos fornecidos pela venda geral de energia.
Para isso os Area Boards são os executantes do plano dentro das limitada sua jurisdição, revendo-se no Hm do primeiro período de cinco anos a situação económico- financeira de cada um para atenuar os prejuízos que a sua execução infalivelmente acarreta nos primeiros anos de exploração.
A título de informação, acrescenta-se que cada Área Board distribui uma a seis vezes a energia que o nosso país consumiu em 1953.

França

Desde há muitos anos que é preocupação do país a sua electrificação rural.
Reconhecendo-se, por um lado. que o nível baixo de consumo nos meios rurais nunca praticamente permitiu aos respectivos concessionários financiar por si sós as redes rurais de distribuição de energia eléctrica, e, por outro, a necessidade absoluta para a França de realizar a electrificação rural, o Parlamento votou a Lei de 2 de Agosto .de 1933, que permitiu ao Estado financiar os trabalhos correspondentes, sob certas condições.
Essas condições têm variado muito ao longo destes trinta anos, mas podem apontar-se como características fundamentais do sistema existirem três origens diferentes de financiamentos:
Subsidio do Estado. - Só concedido a colectividades públicas, em que o montante de cada subsídio é determinado em cada ano segundo tabelas aprovadas tanto para a alta como para a baixa tensão, podendo no máximo atingir 50 por cento.
Empréstimos a longo prazo pela Caixa Nacional de Crédito Agrícola. - Ó prazo máximo dos empréstimos não pode ultrapassar quarenta anos e o juro não pode ir além de 3 por cento. O montante dos empréstimos não pode exceder duas vezes o capital reunido pelas colectividades interessadas e efectivamente realizado. O juro e a amortização dos empréstimos têm de ser garantidos pelos departamentos ou pelas comunas devidamente autorizadas por deliberação legal.
Participativo do Fundo de Amortização dos Encargos de Electrificação Rural. - A. partir de Janeiro de 1937r foi criado este Fundo, para aliviar os encargos das comunas derivados da electrificação, medida ainda recentemente considerada de largo alcance no desenvolvimento da electrificação rural pelo chefe do serviço comercial nacional da Electricité de France, no recente Congresso da Economia Alpina.
Este Fundo é essencialmente alimentado por uma contribuição anual sobre as receitas de distribuição da energia eléctrica em baixa tensão, que é de 2,8 por cento para as comunas com mais de 2000 habitantes e de 0,56 por cento para as que têm menos de 2000 habitantes. Esta contribuição rendeu na energia vendida pela E. D. F. em 1953 2198 milhões de francos.
Estes métodos permitiram financiar em 1953 a construção de novas linhas e reforço das instalações existentes a titulo de electrificação rural:

Trabalhos novos:

Linhas de média tensão . 3193 Km
Linhas de baixa tensão . 11900 Km
Postos de transformação. 2825

Reforço de instalações:

Linhas de média tensão ..... 3 191 km
Linhas de baixa tensão ..... 3 722 km
Postos de transformação .... 1 020

Com esta acção persistente pode dizer-se que 90 porcento das comunas francesas dispõem hoje de energia eléctrica.
Todavia, subsiste o enorme problema do reforço e conservação destas redes, e só através de um aumento considerável de consumo específico se podem criar as condições económicas capazes de resolver tal problema.
E neste sentido que duas ou três experiências estão sendo levadas a efeito pela E. D. F. a título de demonstração, desenvolvendo ao máximo o emprego da electricidade em todas as possíveis aplicações, constituindo tais aldeias como que um tipo- piloto de futuros desenvolvimentos. Numa das primeiras, a aldeia de Maguet (Allier), o consumo específico de cada um dos 48 consumidores passou de 171 kWh em 1938 para 1320 em 1950.

Outros países

Na Áustria foi iniciado em 1945 um novo plano de electrificação rural com importante ajuda do Plano