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26 DE JANEIRO DE 1956 335

numa situação meritória de libertação de interesses materiais, e ainda da apresentação do Teatro de Bonifrates, se o cinema dizia, é susceptível da produção de filmes que falem uma linguagem adequada à sensibilidade e modo de ser da criança, em mensagens compreensivas e facilmente assimiláveis, recreando-a e ajudando a formá-la, não se fique, então e apenas em boas intenções, e decidamo-nos a condicionar e a viabilizar o processo prático de juntar um reforço à eua situação e educação, divertindo-a simultâneamente.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Sei, gostosamente sei, que o Ministério da Educação Nacional está atento, mas permito-me lançar um apelo à competência, espírito provado de compreensão o dinamismo dos serviços do Secretariado Nacional da Informação, Cultura Popular e Turismo, cujas brigadas automóveis de cinema muito poderiam fazer, parece-me, em concordância com a aspiração que acabo de esboçar.
Por último, Sr. Presidente, a enunciação de saborosas palavras de justiça e de aplauso, que por tantos títulos são duvidas. Por declarações expressas do ilustre titular do Subsecretariado da Educação Nacional, vindas a lume em 3 de Dezembro do ano findo, a utilização do cinema terá maior expansão e pensa-se afincadamente no propósito de arranjar uma filmoteca com fins didácticos. Para um futuro mais imediato prcvê-se a realização dum programa mínimo de doze documentários culturais de l6 mm (as palavras são textuais) sobre temas prèviamente designados, além do outras metragens em função marcadamente didáctica; e, além da projecção fixa, far-se-á a projecção de filmes em regime itinerante. Rejubilo com o facto e, insisto, rendo inteira justiça e merecidos louvores a quem partilba das altas responsabilidades do Ministério da Educação Nacional, servindo-as e sabendo honrá-las.
Sr. Presidente: peço muito perdão a V. Ex.ª e desculpa aos Srs. Deputados pelos estirados momentos de atenção que lhes subtraí.

Vozes: - Não apoiado.

O Orador: - A tanto me ousei porque, sinto cada vez mais o peso do mandato de Deputado e as obrigações que ele inculca; não posso abafar a palpitação, viva e fremente, do meu coração de pai; tenho bem presentes no meu espírito as profundas reflexões do alguém deste País que tanto se tem debruçado sobre o estudo das variadas causas da formação e destino de vida das camadas jovens da Nação e que me apraz reproduzir:

Disse um pensador que a juventude caída nos acusa. Não justifiquemos a justiça desse labéu com erros e omissões que esteja em nossa mão evitar.
Só assim seremos dignos do respeito e da consideração das gerações que deixarmos atrás de nós.

Sobretudo, Sr. Presidente, não olvidei o sentido da lição que aprendi da leitura dos avisados ensinamentos de um aluno, predestinado aluno do liceu da minha cidade de Viseu n hoje um mestre, que tem a audiência da Nação e até do mundo civilizado, o qual dizia já em l909, vão, portanto, decorridos quarenta e sete anos:
São as ideias que governam e dirigem os povos e são os grandes homens que têm as grandes ideias.
E nós não temos homens, e não temos homens porque não nos formamos, porque não nos importam nunca os métodos de educação.

Gradas a Deus, Sr. Presidente, e mercê das luzes do privilegiado espírito do homem incomparável que é o nosso Presidente do Conselho, da sua doutrina, dos seus eminentes colaboradores, o Estado Novo também no mais importante sector da vida nacional, que a pasta da Educação abarca, corrigiu o passado, constrói o presente e, rasgadamente, prepara e abre os horizontes do futuro.
Com base no activo de múltiplas realizações levadas a cabo e noutras que se desenham, não nos faltam sobejas razões para que persistamos em crer, esperar e seguramente confiar.
Também neste capítulo o apostolado da Revolução Nacional continuará. Exultemos, Sr. Presidente.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Augusto Simões: - Sr. Presidente: com muita satisfação se vai tomando conhecimento do compreensivo interesse que vem merecendo ao Governo a situação da grei rural, multidão sofredora de almas boas e simples, quase inteiramente dedicadas à terra o submetidas, por isso, aos princípios imutáveis das ingentes tarefas de servi-la, regando-a com o suor das frontes, para que, com maior ou menor abundância, ela vá propiciando o pão de cada dia, Necessário à manutenção da existência dos que nela trabalham ou, por imperativo do destino, dela têm de viver afastados.
Esse conjunto de direitos, tão admiravelmente sintetizado na trilogia do trabalho, pão e lar, elementos que é mister conseguir no mais alto grau, para a felicidade dos Portugueses, está a suscitar de alguns sectores da alta Administração um carinho muito especial, o que registo com o muito aprazimento que me confere n expectativa legítima de muito mais paz e muito mais concórdia em muitos lares deste renovado país.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Os direitos sociais, que a previdência culmina, capítulo bastante nebuloso, mas importantíssimo, no mundo dos direitos dos trabalhadora do campo e do artesanato, estão na linha de preocupações do ilustre Ministro das Corporações, merecendo destacada citação as suas nobres e claras palavras, em que, iluminado pelos fulgores da sua viva inteligência, posta ao servira do mais puro ordenamento corporativo, corajosa e reiteradamente vem proclamando esses direitos irrecusáveis, insuflando em muitos, onde ela começava a fenecer, a esperança de se verem um dia considerados como valores nacionais, cujos braços, mesmo perdido o vigor e a robustez que os animara nos múltiplos serviços do engrandecimento comum, continuam erguidos, clamando porque se lhes reconheça a doação integral, reiterada no tempo, concedendo-lhes a alíquota de justiça que lhes pertence.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - A complexidade deste magno problema é soltamente conhecida, sabendo-se até que, aparentemente, se resvala de paradoxo em paradoxo, quando se lança a inteligência em busca de soluções de ajustado conteúdo; porém, a solução dos problemas, por mais candentes que se apresentem, acaba sempre por encontrá-la, apropriada e útil, quem, como o ilustra Ministro das Corporações, tão apaixonada e devotadamente a procura.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Alegremo-nos, portanto, Sr. Presidente, com os homens bons dos nossos campos, que legítima