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21 DE MARÇO DE 1956 597

geiros que em cada um dos anos de 1950 e 1955, inclusive, entraram pela nossa fronteira, segundo o registo dos respectivos serviços da alfândega.

Este requerimento vai ser imediatamente expedido.

O Sr. Magalhães e Couto: - Sr. Presidente: quando no início da presente legislatura pela primeira voz usei da palavra nesta alta Câmara não me furtei à triste obrigação do mostrar quanto de sombrio tinha o quadro das urgentes necessidades do Guimarães e quanto de imerecido havia no abandono e quase completo esquecimento a que, há longas décadas, estava sujeita aquela terra por parte dos Poderes Públicos.
Mas também não tive dúvidas em afirmar que esperava ter motivos mais que bastantes para trazer aqui, já na presente legislatura, a expressão dos mais veementes sentimentos do gratidão da cidade e concelho de Guimarães pelo interesse e carinho com que seriam recebidos os seus anseios por Salazar e o seu Governo.
Em nada, me enganei, Sr. Presidente.
Se é certo que ainda não posso trazer aqui a noticia do obras já concluídas em Guimarães, posso ser, alegremente, o portador das novas de uni próximo início de importantíssimos melhoramentos e do interresse com que actualmente estão sendo tratados, por parto do Governo da Nação, os problemas vimaranenses.
Das obras que então mencionei, o Palácio da Justiça está em plena construção e deu-se inicio do estúdio.
Os Paços dos Duques de Bragança, tão justamente acarinhados por Salazar, estão prestes a receber adequado mobiliário. É ultimamente o ilustre Ministro das Obras Públicas, Ex.mos Sr. Engenheiro Arautos e Oliveira, quis estudar, ele mesmo, no próprio local, acompanhado de abalizados técnicos do seu Ministério, os problemas da construção do novo liceu, da escola técnica, dos novos Paços do Concelho, do alargamento do centro da cidade o da supressão das duas perigosas passagens de nível do Castanheiro e de Covas.
Outras obras mereceram ainda a sua especial atenção.
Poderia S. Ex.a - o que já seria muito para agradecer- ordenar que os seus técnicos estudassem os problemas e lhe trouxessem as soluções.
Em qualquer terra, Sr. Presidente, a abertura de uma nova rua, a construção ou adaptação de um edifício para instrução ou outros fins será sempre motivo para regozijo. Em Guimarães, porém, isso só não basta.
É necessário que a rua ou edifício, além de satisfazer o seu fira especial, não desmereça, mas mais o aumente e valorize, o rico património arquitectónico, histórico o artístico de que Guimarães é possuidora e nobremente se orgulha.
À deslocação a Guimarães do ilustro Ministro das Obras Públicas, às suas grandes canseiras, a que o seu natural dinamismo o sujeitou, deram os Vimaranenses a interpretação justa do querer encontrar para cada problema, não uma solução qualquer, mas a mais consentânea com os altos interesses de Guimarães. E é assim, debaixo desse ponto de vista, que quero endereçar daqui desta alta tribuna, como Deputado o como vimaranense, ao ilustro Ministro das Obras Públicas, Ex.mo Sr. Engenheiro Arantes e Oliveira, as minhas mais entusiásticas saudações e os calorosos agradecimentos de toda a grei vimaranense.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Além dos que já estão em curso, muitos outros melhoramentos necessita Guimarães de receber para alcançar o nível do engrandecimento a que tem incontestável direito pelo seu passado histórico o pela sua presente importância industrial, comercial e agrícola.
Foram sempre. Sr. Presidente, os Vimaranenses tradicionais defensores das suas liberdade, dentro da lei e da moral.
Quebrado por longos anos o elo que a todos nos ligava às grandezas do passado, nunca os Vimaranenses deixaram que entre si pudesse a demagogia argentar os seus arraiais, e, quando a Providência revelou ao Mundo conturbado um genial orientador, que por Sua munificência fez português, os Vimaranenses, com aquela presciência que lhes advém das mais fundas raízes da nacionalidade, por eles ali há oito séculos implantada, logo lho outorgaram a sua confiança, o tiveram por chefe e o seguiram.
Isto foi há trinta anos. Desde então, constantemente debruçado sobre os problemas nacionais, continuamente imolado ao bem da Pátria, ao chefe da Revolução Nacional não lhe era possível remediar do pronto todos os males. O imerecido abandono e esquecimento continuou para Guimarães.
Mas isso em nada alterou o modo de pensar e confiança dos Vimaranenses, que tinham a certeza de que Salazar, por imperativos do seu espirito e da sua inteligência, havia do dar guarida no seu próprio coração ao que de justo, alevantado e nobre existia no sentir dos Vimaranenses, o estes já podem hoje agradecer para a sua torra - e pela minha voz o fazem com veemência - o esplendoroso alvorecer de uma nova e auspiciosa ora.
Ao desejarem, Sr. Presidente, o engrandecimento da sua terra, não o fazem os Vimaranenses por estulta vaidade ou fátuo amor próprio, mas sim com a nítida consciência do que honrar o venerar, amar e dignificar os primeiros padrões da nossa nacionalidade, ali implantados, o mesmo é que, numa inigualável lição de civismo, que aproveita a todos os portugueses, venerar, dignificar e amar a própria Pátria.
Em plena adesão e segura crença sem desfalecimentos e desde a primeira hora na política do Estado Novo, corta de que por Salazar e o seu Governo jamais lhe será negada a justiça que lho é devida, a cidade de Guimarães, almejando um progressivo futuro, do que sem dúvida é merecedora o que por honra de todos os portugueses deseja próximo, serenamente espera e confia.
Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Pedro Cymbron: - Sr. Presidente: decorreu no dia 13 último o centenário do nascimento do Dr. Alfredo Bensaúde, mas porque estive ausente só hoje me posso referir a esse homem de invulgar capacidade intelectual, que não passou na vida despercebido. Figura de tão larga projecção na organização e no ensino de Engenharia em Portugal, deve, creio, sor lembrada nesta Casa, e a obrigação de o fazer cabe a um dos representantes da terra que se honra de ter sido o seu berço o de lhe guardar os últimos despojos.
Foi Alfredo Bensaúde, que possuía vasta cultura e excepcional habilidade manual, a par de músico distinto e amador de arte de grande sensibilidade, cientista e investigador de extraordinário mérito; mas onde a sua personalidade se manifesta com maior utilidade paru o Pais é como pedagogo, na orientação do ensino técnico superior.
Para o cumprimento da missão que lhe coube neste mundo adquiriu o Dr. Bensaúde, por vontade própria, magnífica preparação e, por motivos alheios ao seu querer, trazia da infância e do berço manifesto interesse e vocação para a pedagogia.
Cultivou a inteligência na Escola de Minas de Clausthal, que lhe deu o diploma de engenheiro, e na Universidade de Goetingen, onde se doutorou em Filosofia Natural.