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DIÁRIO DAS SESSÕES N.° 64 4

com o Sr. Presidente do Conselho como Chefe do Governo e com os representantes supremos do Exército e da Aeronáutica pela decisão que tomaram e exprime ao ilustre marechal das Forças Aéreas os sentimentos do seu profundo respeito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr: Presidente:-Srs. Deputados: a hora avançada a que acabou a última sessão da convocação extraordinária não me aconselhava prolongá-la ainda com algumas palavras de devido louvor e de justiça à Câmara pela fornia como se conduzia na apreciação do Plano do Fomento.
No escasso tempo que pôde ter para estudo de tão importante diploma, a Câmara realizou um trabalho da maior seriedade e proficiência, aprovando e louvando uma iniciativa de transcendente alcance para o desenvolvimento da riqueza do Pais e para o seu progresso social, mas formulando algumas discordâncias e reservas a ter em conta pelo Governo na execução desse plano.
A seriedade, o brilho das intervenções, o espírito construtivo, o optimismo e confiança no futuro do Pais que as animou e as fortes preocupações de justiça social que delas transluz fariam honra às mais ilustres assembleias políticas que por esta Casa têm passado. Eu devia-lhes, Srs. Deputados, estas simples palavras de elementar justiça. E os meus votos neste momento são para que a Camará conserve vivo o sentimento das suas altas responsabilidades e da grandeza das suas funções perante o País.
Nos regimes políticos contemporâneos, sejam eles quais forem, é indispensável a existência de uma representação nacional, e do comportamento desta pode depender a vida do próprio regime de que façam parte. É por meio delas que essencialmente se estabelece a comunicabilidade política do País e se lhe dá a consciência da sua intervenção, embora indirecta, na condução dos destinos da grei.
Corresponder na prática a este pensamento, mantendo sempre integra a noção da disciplina que a própria gravidade da função impõe, é prestar o mais relevante dos serviços à Nação.
Dentro destes pensamentos, cuja execução exige naturalmente austeridade e coragem moral, vamos iniciar os nossos trabalhos. Espero que deles possa resultar, pelo espírito com que forem afrontados, algum importante concurso para se varrer a atmosfera de alguns resquícios doentios que ficaram da última campanha eleitoral.
Não percamos de vista que, desmentindo os presságios de alguns, as manifestações pujantes de vida e de progresso e de atenção aos grandes problemas nacionais se multiplicam aos nossos olhos.
Para citar apenas os mais recentes, os Congressos da Pesca em Angola e da Marinha Mercante na metrópole e a criação do Banco do Fomento são disso um testemunho eloquente. Ponto é que saibamos ver as coisas na sua realidade e acautelarmo-nos de nós próprios.
O mundo político é tantas vezes a criação da nossa visão interior das coisas, do estado do nosso espírito colectivo- Daqui, de dentro desta Assembleia, há- de partir sempre, pairando alto sobre os interesses e os egoísmos dos indivíduos ou dos grupos, sobre as paixões que dividem, enfraquecem e minam a vida dos regimes e das nações, o espirito de unidade, de perfeita lealdade a Salazar, de incondicional sujeição aos interesses superiores de Portugal. Outro não pode ser o nosso espirito. Outros interesses não são de servir.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - Está na Mesa uma relação de elementos fornecidos por vários Ministérios, durante o interregno parlamentar, em satisfação de requerimentos apresentados por alguns Srs. Deputados, que vai ser lida.
Foi lida. É a seguinte:
Elementos fornecidos pelo Ministério das Comunicações em satisfação do requerimento apresentado pelo Sr. Deputado Abranches de Soveral na sessão de 15 de Outubro findo;
Elementos fornecidos pelo Ministério das Obras Públicas em satisfação do requerimento apresentado pelo Sr. Deputado Camilo de Mendonça na sessão de 7 de Outubro findo;
Elementos fornecidos pelo Ministério das Corporações e Previdência Social em satisfação do requerimento apresentado pelo Sr. Deputado João Cerveira Pinto na sessão de 14 de Outubro lindo;
Elementos fornecidos polo Ministério da Economia em satisfação do requerimento apresentado pelo Sr. Deputado Homem Ferreira na sessão de 15 de Outubro findo;
Elementos fornecidos pelo Ministério do Ultramar em satisfação do requerimento apresentado pelo Sr. Deputado Urgel Horta na sessão de 26 de Março último.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Rodrigues.

O Sr. Paulo Rodrigues: - Sr. Presidente: pedi a palavra para agradecer ao Governo a construção, que dentro de breves dias se inicia, do novo hospital sub-regional das Caldas da Rainha.
Ele ficará a marcar, na própria terra que a rainha D. Leonor fundou, a melhor homenagem à memória da excelsa fundadora - neste ano jubilar do seu 5." centenário. É que-por muito que pese à estreiteza de animo de alguns- a obra da rainha não visava de modo exclusivo esta ou aquela benemerência, mas a realização omnímoda da verdadeira caridade pela prática evangélica de todas as obras de misericórdia.
Espera a cidade das Caldas da Bainha poder manifestar directamente aos Ministros das Obras Públicas e da Saúde o seu reconhecimento pelo grande beneficio que lhe é dado. Bem o merecem o Eng.° Arantes e Oliveira, por certo um dos maiores colaboradores da obra de Salazar e o Dr. Martins de Carvalho, que, pela sua inteligência e integra formação, é uma das mais seguras garantias de continuidade da mesma obra.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:- Do Ministro da Saúde e Assistência confiadamente espero a definição do regime jurídico que, pela forma que melhor sirva o interesse geral, regule a aplicação das verbas destinadas à construção do novo hospital.
Essa definição virá consagrar o esforço das entidades locais, que, com o apoio do ilustre governador civil e do nosso querido colega Dr. Melo e Castro - hoje como presidente da Comissão Nacional das Comemorações do Centenário da Rainha D. Leonor e antes como Subsecretário de Estado da Assistência -, conseguiram servir verdadeiramente o interesse da terra. E permitiram, até àqueles que sistematicamente negam a própria existência de quaisquer benefícios concedidos pelo Governo, ocupar-se -sem grande lógica- da sua localização.
Mas, para além disso, a grande imprensa deste país, à qual a minha terra tanto deve, fez-se eco do receio justo de alguns -justo em si mesmo, mas, felizmente, infundado - de que a construção do hospital geral