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306 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 82

Possuidor de altas faculdades de inteligência, servindo uma vasta e sólida cultura, e ainda de uni conhecimento real das grandes ansiedades da nossa época, em consequência da tendência natural do seu espírito e dos cargos e missões que desempenhou, aqui e lá fora, o Sr. Ministro da Saúde e Assistência vera exercendo as suas funções com o entusiasmo, a vontade e a fé que são condições indispensáveis ao êxito de toda a obra governativa.
Tem-se debruçado sobre os grandes problemas nacionais da saúde e da assistência, inquirido das exigências hospitalares e das necessidades dos pobres, para que os serviços dependentes do seu Ministério possam atingir aquela eficiência que corresponda a um dos maiores imperativos sociais da nossa época.
E não se tem limitado a estudar assuntos e problemas; tem ouvido todos os que possam depor com utilidade sobre matéria tão vasta - técnicos, funcionários, médicos -, revelando assim que o seu espirito, animado dos melhores propósitos, está aberto a todas as ideias e a todos os alvitres destinados a melhorar organismos e instituições de importância fundamental nos quadros gerais da vida portuguesa.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Orador:-E sem ser esperado visita os serviços, entra de madrugada nos bancos dos hospitais, percorre as enfermarias, ouve médicos o doentes, sente o palpitar da alma humana nos seus aspectos mais impressionantes, mais vivos e mais dolorosos.
Mo quero nesta Camará, onde têm sempre eco os acontecimentos e factos que directamente interessam a vida colectiva do Pais, deixar de exprimir ao Sr. Ministro da Saúde e Assistência o reconhecimento público pela acção empreendida e, sobretudo, a esperança fundada que todos temos de que S. Ex., não abandonando os métodos que adoptou, nem esmorecendo no sen entusiasmo, na sua vontade e na sua fé, possa realizar os largos objectivos que estuo no seu nobilíssimo pensamento.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Orador: -Nada pode tocar mais a nossa sensibilidade do que a situação dos pobres e dos que têm em perigo a saúde ou a vida. Isso torna a acção do Sr. Ministro- da Saúde e Assistência particularmente credora da simpatia geral.

Vozes: - Muito bem,- muito bem !

O Orador:-Sr. Presidente: por mais de uma vez me tenho referido nesta Gamara à necessidade de ser revisto e estudado o problema hospitalar da Madeira. Apesar da melhoria obtida nos respectivos serviços nos últimos anos, da boa vontade da Santa Casa da Misericórdia e do esforço de um grupo de profissionais que, pela sua competência e dedicação, são honra da classe médica portuguesa, o hospital do Funchal não só precisa de ser convenientemente apetrechado como deve ter capacidade para receber todos os que tom necessidade de ali serem tratados ou operados, evitando-se as demoras de internamento e a superlotação permanente, com grande número de doentes a dormir no chão.
Várias vezes o problema tem sido encarado e discutido, sem que se assentasse, para ainda numa solução.
Há os que entendem que o problema deve ser resolvido
ampliando o hospital actual. Outros são de opinião que
se deve construir um outro hospital, dotado de um serviço de urgência, num local de menor altitude e mais próximo da cidade.
Mas a verdade é que não se assentou ainda numa solução concreta, o que é, antes de tudo, indispensável para o problema ser resolvido.
Para uma população de perto de 300 000 habitantes o hospital do Funchal dispõe apenas de 375 camas, havendo normalmente um excesso de 60 camas estendidas no chão, das quais 20, em média, no serviço de partos e outras 20 no serviço de crianças,!
Estes números demonstram, por si, a acuidade do problema e a necessidade da sua rápida solução.
Foi há pouco eleito provedor da Santa Casa da Misericórdia do Funchal um dos mais cultos e prestigiosos membros do clero da Madeira: o Sr. Dr. Agostinho Cromes, nosso ilustre colega nesta Câmara.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Orador:-Todos os madeirenses, que tem na mais alta conta as qualidades do novo provedor, confiam que S. Ex. e a mesa da Santa Casa juntem os seus esforços aos do governador do distrito e aos do corpo clinico do hospital para que encontrem para este problema a solução que os interesses da população da Madeira com tanta justiça impõem.
Daqui me dirijo ao Sr. Ministro da Saúde, apelando para S. Ex., em nome da gente humilde e pobre da minha terra, para que resolutamente tome este assunto nas suas mãos e lhe a melhor orientação, de acordo com os princípios que informam a política do Governo em matéria hospitalar, certo de que encontrará a melhor colaboração no Ministério das Obras Públicas, a cujo titular, Sr. Eng. Arantes e Oliveira, a Madeira deve em grande parte a solução de problemas fundamentais para a sua economia e para o seu futuro.
Pelo que conheço da acção e da personalidade do Sr. Ministro da Saúde e Assistência, sei que não faço este apelo em vão. Porque, se há problemas na Madeira que precisam de ser vistos com cuidado e com carinho e de ser resolvidos com urgência, o do hospital é, certamente, um deles.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Franco Falcão: - Sr. Presidente: pedi a V. Ex. se dignasse conceder-me a palavra para enviar para a Mesa, a que V. Ex. preside com tanta elevação e aprumo, o seguinte

Requerimento

e Os problemas relacionados com a assistência médico-social aos meios rurais são daqueles que mais viva e apaixonadamente preocupam o meu espírito, pelo que eles envolvem de noção beneficente e caritativa.
Isto porque a assistência médica as populações rurais impõe-se como medida humanitarista, de dignificação e valorização da pessoa humana.
Só através dê uma assistência médico-social eficiente e segura s possível dar às nossas aldeias - onde, regra geral, a vida é dura e ingrata - as indispensáveis condições de vida, que atraiam e prendam os seus naturais à. terra que os viu nascer.
A falta dê recursos clínicos e farmacêuticos, que tão dolorosamente se faz sentir nas nossas aldeias e lugares, constitui talvez o mais sério e alarmante motivo do seu crescente abandono, por parte não só do trabalhador mas também do próprio proprietário, dando assim lugar a que ao já perturbador problema da falta de braços se venha juntar o não menos grave