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778 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 172

com a economia em despesas de conservação das estradas e, se assim não fosse, nunca devemos esquecer que já produzimos pneus e talvez possamos dentro de tempos auto-abastecermo-nos.
Além de que ó sempre possível por um sistema de beneficiação a betuminoso, do pavimento de granito, torná-lo menos áspero e, portanto, menos ofensivo dos pneumáticos.
O nosso problema principal é realmente o que advém da conservação das estradas.
Eliminadas as causas de desgaste destas, julgo que teremos vencido a principal causa da nossa apreensão.
Perdõem-me os técnicos que eu meta foice nesta seara, mias, assim como aos térmicos não está proibida a política, assim também aos políticos mio está de todo proibida uma, incursão em técnica. Não há cessas atitudes qualquer incompatibilidade.
Ora, Sr. Presidente, penso que abandonamos as boas regras do nosso sistema de construção estradal e quero crer que urge e impõe-se que voltemos a elas, que voltemos ao sistema da calçada à portuguesa, agora muito aperfeiçoada pelo domínio de novas técnicas e constituída hoje pelo sistema do construção de empedramento a cubo de granito, que reputo de óptimo.
Posso dar um exemplo que suponho frisante para demonstrar a conveniência e a necessidade de se tornar, em verdadeira recuperação, a este sistema.
Em 1946, como referi ao defender a necessidade da construção e reparação de algumas estradas do meu distrito, apontei, entre outras, três estradas situadas a norte que então mereceram a minha atenção mais imediata.
Uma delas, a que vai de Espinho a Feira, foi entretanto construída, a cubos de granito; uma outra, que vai de Oliveira de Azeméis a Estarreja, foi revestida a betuminoso; outra ainda, que vai da estrada nacional n.º 1 a Canedo e que em Cinfães toma o desenvolvimento de uma estrada internacional para a fronteira, foi construída a macadame. Pois actualmente a única que está em boas condições é a que foi construída em macadame, digo, em cubos de granito. As outras - uma a caminhar para a ruína o outra em ruína completa.

O Sr. Paulo Cancella de Abreu: -V. Exa. dá-me licença?

O Orador: - Faz favor.

O Sr. Paulo Cancella de Abreu: - Mas é fundamental saber-se qual o movimento de trânsito em cada uma dessas estradas. A mim parece-me estranho que uma estrada de macadame resista mais que uma de granito.

O Orador: - Peço desculpa a V. Exa. mas eu rectifiquei.
Das três estradas a que me referi, a única que es Lu liou é a construída a cubos de granito; as outras estão impróprias.
Mas já que V. Exa. levantou a questão, esclarecerei que a de maior trânsito é, sem dúvida, a que está construída a cubos de granito.
Eu quis, Srs. Deputados, deixar aqui esta nota da minha observação, que me parece realmente útil neste momento, em que se debate o problema das nossas estradas e, sobretudo, o problema da sua reconstrução - modo da sua conservação.
Investimos na conservação das estradas, todos os anos. uma importância sempre superior às dotações para construção, e já não há motivo para isso. Compreende-se que no começo da nossa reconstrução estradai a conservação absorvesse mais quantiosa verba do que propriamente a construção, mas, após a ingente caminhada que fizemos para a reconstrução das nossas estradas, já se não justificava que, ainda hoje, aquelas dotações tenham de ser assim divididas.
Torna-se por isso urgente reduzir os encargos com a conservação para de preferência se destinarem as dotações à solução dos problemas da construção.
E para tanto torna-se absolutamente necessário cuidar dos pavimentos, por forma a que a conservação seja fácil e barata.
Fica à consideração do Governo e de VV. Exas. este apontamento de que penso a respeito deste importante assunto.
A nossa tradição ensina-nos que se deveria utilizar, de preferência, a calçada a cubos de granito, único sistema que possibilitará reduzir ao mínimo as despesas de conservação das estradas.
Sr. Presidente: não queria tomar muito tempo a VV. Exas., mas não quero também deixar de fazer um apontamento a respeito da rede de estradas do meu. distrito e da sua insuficiência e incapacidade, a começar pela estrada nacional n.º 1, do Porto a Lisboa, no troço que atravessa o distrito de Aveiro, onde se acham muitas deficiências, que carecem de ser urgentemente remediadas, e a terminar na estrada nacional n.º 109, do Porto à Figueira da Foz. Sei que se trabalha intensamente nalguns pontos na reparação daquelas, mas há troços dessas estradas que necessitam de ser imediatamente rectificados, anomalias que precisam de ser desfeitas para que as estradas possam cumprir a sua função útil, nomeadamente no que diz respeito à cidade de Aveiro e sua periferia, onde se torna urgentíssimo modificar por completo o traçado da estrada Porto-Leiria, que passa por Aveiro e Figueira da Foz, por forma a dar a Aveiro as possibilidades de acessos por que anseia há muitos anos e de que, infelizmente, ainda não dispõe por forma conveniente.
Outras estradas, possivelmente do menor movimento, mas de igual importância, precisam de ser reparadas, tendo-se em vista que a região a que me refiro è uma das de maior densidade de população do País e uma daquelas em que se está desenvolvendo com maior intensidade o nosso crescimento económico.
Precisam, nomeadamente, de urgentes reparações e beneficiações as estradas nacionais n.ºs 109, 222, 223 e 224.
Aqui deponho, pois, o pedido ao Governo para que não deixe de olhar com benévola atenção para a rede de estradas do meu distrito, por forma a torná-la compatível com a importância, riqueza e progressivo desenvolvimento da região.
Não me demorarei na análise do problema do turismo em relação com o das estradas, ruas não deixarei de sublinhar aqui umas considerações postas em relevo tão judiciosamente no parecer das Contas Gerais do Estado pelo nosso ilustre colega Sr. Eng.º Araújo Correia, naquele ponto em que precisamente afirma o princípio do nosso desenvolvimento turístico em relação com o nosso desenvolvimento estradal.
É que, efectivamente, o turismo em Portugal está a fazer-se de uma forma que passou a merecer a nossa maior atenção e que, como já foi dito e redito, constitui hoje uma das fontes principais das nossas divisas. Mas as massas de turistas que nos visitam não vêm, nor-