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838 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 176

A índia Portuguesa ocupa um lugar com características próprias e tradicionais dentro das parcelas da nossa pátria, parcelas espalhadas pelos diversos continentes do Mundo. Há que ter sempre presente esta particularidade.
Tenho responsabilidades no exercício do mandato que me foi conferido pelo povo da índia Portuguesa, e dentro deste, especialmente, por razões óbvias, pelo povo hindu. E não estaria bem com a minha consciência de português se lealmente não tivesse levado ao conhecimento, quer do Governo local, quer do Governo Central, da necessidade que surgia de evitar que medidas tomadas na metrópole, sem qualquer intenção de propositadamente alterar os usos e costumes, tradicional o nobremente respeitados por Portugal, fossem, quando uniformemente aplicadas no nosso ultramar, objecto da especulação política que pudessem fazer os mal-intencionados e os que procuram dividir para melhor fazer a sua colheita.
Procurei, assim, por melhor conhecer o meio local, levar ao conhecimento de S. Ex.ª o governador-geral do Estado da índia e do Governo Central o assunto peculiaríssimo da instrução dos maometanos e hindus da Índia Portuguesa.
Pela boa solução dada a tão importante assunto, conforme a portaria a que me referi, sinto-me na obrigação moral e patriótica de trazer ao conhecimento de V. Ex.ª, Sr. Presidente, e de VV. Ex.ª, Srs. Deputados o meus ilustres colegas, em meu nome e no de todos os hindus e maometanos da nossa índia, a grande satisfarão por reconhecermos mais uma vez que não fui perturbada nem deturpada a sempre, bem-intencionada e subia política portuguesa.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:-Política esta cuja superioridade está precisamente em ter sido orientada por uma nação constituída de elementos diversos, apoiada por línguas e tradições peculiares, mas coberta pela língua e pela bandeira de Portugal.
(Nesta altura assumiu a presidência o Sr. Coita Morais).

O Orador:-Esta associação recíproca, que causa admirarão a outros povos, é uma realidade natural entre nós e baseada numa moral peculiarmente nossa.
Muito recentemente, e numa oportunidade internacional que a premência dos conflitos ultramarinos exigia, esta associação cultural foi objecto da notável conferência do Prof. Doutor Adriano Moreira, levada a efeito na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, sob o título: «A Unidade Política e o Estatuto das Populações».
Precisamente pelas razões que acabo do apontar, a portaria dimanada do Governo Central e que vai permitir o statu quo do tradicional ensino hindu e maometano não oferece, nem oferecerá, Sr. Presidente, qualquer afastamento ou desinteresse dos habitantes da índia Portuguesa em aprender a falar e a escrever a língua imortal de Camões.
Timoja falava marata.
O grande Albuquerque falava português.
Contudo, aquele aprendeu português e os dois compreenderam-se, compreensão mais que secular e que se manterá através da eternidade da Nação.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente ! Ilustres colegas! Os hindus e maometanos de Goa, Damão e Diu pedem que eu, sou mais próximo representante, venha trazer a esta Assembleia a afirmação do seu reconhecimento e da sua gratidão a todos os que em Goa, e em especial a S. Ex.ª o Governador-Geral, brigadeiro Vassalo e Silva, e ao ilustre Sccretário-Geral, Dr. Pamplona Corte Real, acolheram com o melhor espírito do compreensão a solução de tão importante problema.
A sua gratidão, também, ao Governo Central, na pessoa de S. Ex.ª o Ministro do Ultramar, almirante Vasco Lopes Alves, a S. Ex.ª o Subsecretário de Estado do Fomento Ultramarino, engenheiro Carlos Krus Abecasis, a S. Ex.ª o Subsecretário de Estado da Administração Ultramarina, que foi o Dr. Álvaro Rodrigues da Silva Tavares e é agora S. Ex.ª o Prof. Dr. Adriano Moreira, o qual com larga visão de estadista e profundo conhecimento dos problemas ultramarinos, se apercebeu tão prontamente da acuidade do problema, dando-lhe total e imediata solução.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. José Sarmento: - Sr. Presidente: pedi a palavra para agradecer ao Sr. Ministro da Saúde e Assistência a rapidez com que me foram fornecidas as informações sobre as despesas com o funcionamento das cantinas escolares anexas às escolas primárias.
Espero que as informações pedidas sobre o mesmo assunto através do Ministério da Educação Nacional também se não façam esperar, para assim poder tratar, ainda nesta legislatura, do problema das cantinas anexas às escolas primárias.
Disse.

O Sr. Carlos Moreira: - Sr. Presidente: esta Assembleia, fiel aos imperativos nacionais, não tem ficado indiferente à comemoração de factos e a lembrança de valores que a santidade, o génio ou o heroísmo consagraram. Por isso estou certo de quo as breves palavras que vou proferir, não por elas em si mesmas, mas pelo sentido que pretendem exprimir, calarão no seu seio e terão cabimento nos seus anais.
As pátrias, como as famílias (e que é a pátria senão uma grande família?), recordam as datas que lhos são queridas: festejam as suas alegrias e choram também as suas mágoas. As vezes, nesses surtos, expandem-se além do lar e das fronteiras, porque os acontecimentos ou valores festejados passaram a ser património universal.
E que são, afinal, a santidade e o génio senão a sublimação do homem dentro dos destinos para que Deus o criou?

Vozes: - Muito bem !

O Orador:-Sr. Presidente: hoje e nos dois dias que se seguem, em Fátima palavra que exprime para nós motivo de glória da nossa terra o do nosso tempo-, tem lugar um desses acontecimentos - comemoração que ultrapassa, como um clarão de alvorada perene, as fronteiras dos povos, e abraça na sua obra 70 nações do Mundo, na Europa e na Ásia, da África à América e à Oceânia.
Refiro-mo ao primeiro centenário da sociedade salosiana.
Com a assistência de S. Ex.ª Rev.(tm) o Núncio Apostólico e de três ilustres prelados das nossas dioceses, comemoram os salesianos portugueses 100 anos de existência, da sua sociedade.
Fundada esta congregação em 18 de Dezembro de 1859, em Turim, apenas com 17 membros, incluídos o fundador e mais um sacerdote, contava à morte do