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30 DE ABRIL DE 1960 839

mesmo santo fundador, em 1888. 774 irmãos, repartidos por 57 casas. Doze anos depois, em 1900, os números elevavam-se a 2723 salesianos e 248 casas.
Em 1900, após cem anos de operosa actividade, conta a grande família salesiana 20400 irmãos e 1350 casas! Educam-se nas suas escolas (internatos, externatos, oratórios festivos) 550 000 alunos !
Deu à Igreja mais do meia centena de bispos e arcebispos.
Em terras portuguesas mantém 23 casas, ministrando educação e ensino a 8000 alunos e mais 6000 em oratórios festivos.
Operosa actividade chamei à desta benemérita sociedade salesiana, e, na verdade, assim tem sido. Pasma-se de tal obra, e quase só se encontra para o seu desenvolvimento a explicação de um milagre: o da inspiração divina do seu fundador e as largas bênçãos derramadas sobre a sua obra.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Orador:-É que o sonho nascido na mente de uma criança de uma dezena de anos - tal era a idade do pequeno João Bosco - atingiu as proporções do incrível na prodigiosa realização operada. Não é o educador formado nos conceitos correntes das doutrinas em voga, nem preparado nas escolas destinadas a viveiro de mestres ou educadores; também não o é por atracção ao ambiente em que só criou e viveu, nessa Itália da época e na presença e ao contacto da juventude transviada o revolta do seu tempo. O meio operou nele apenas as reacções que o levaram a enfrentar os males; o processo é seu, nada devendo aos educadores da sua época.
Desde a Sociedade da Alegria, fundada ainda quando estudante, até à sua transformação no Oratório, após a sua ordenação de padre, o mesmo sopro de alegria insuflou toda a sua acção de educador.
No espírito da sua obra de atracção dos jovens para o conhecimento da doutrina cristã com humanidade e paciência, lembra-nos João Gerson, que no princípio do século XV proclamava que «o mestre deve amar os seus discípulos como um pai ama a sua família», aquele Gerson a quem o educador e escritor suíço François Gueux chamou com tanta propriedade e carinho «o doce Gerson».
Aquele Oratório iam acudindo rapazes de todos os lados, sobretudo os que não tinham amparo, e a tal ponto que o arcebispo de Turim dizia para o padre João Bosco: «O vosso Oratório é a paróquia, dos rapazes abandonados».
Era ali que vinham receber o comunicativo calor de um amparo e de uma alegria que não conheciam. Esse calor insuflava-lhes uma alma nova.
E essa alma nova é a alma da sociedade que fundou e dos discípulos que criou.
Eis porque, Sr. Presidente e Srs. Deputados, julguei serem cabidas estas pálidas mas sentidas palavras de homenagem à obra salesiana, sempre ao serviço da Igreja e de Portugal, fiel ao primeiro ditame educativo do grande mostre fundador: perseverança no cumprimento do dever.
Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Amaral Neto: - Sr. Presidente: parece que não há dúvida na conclusão de que o melhor aproveitamento de largos tractos da terra portuguesa será votá-la à exploração florestal. E V. Ex.ª Sr. Presidente, como muitos dos Srs. Deputados que me escutam, poderão ainda ter presente aquela informação contida nos estudos preparatórios do actual Plano de Fomento de que seria necessário entregar à floresta 500 000 ha actualmente utilizados em culturas arvenses.
O fomento da floresta, em Portugal tem interesse e actualidade, porque as aplicações da madeira não cessam o os mercados internacionais continuam com muito apetite deste produto, em obra e para transformação.
De entre as espécies que mais interesse estão despertando deve citar-se o eucalipto, que já ultrapassou há muito aquele carácter de novidades que entusiasmou propagandistas apaixonados e suscitou curiosidades e deu foros de notabilidade às primeiras grandes plantações, uma pelo menos iniciativa de cidadãos estrangeiros.
Concordam todos quantos se debruçam sobre os problemas de economia agrária da bacia mediterrânea e dos países de clima afim que o eucalipto oferece uma das melhores formas de valorizar as terras de sequeiro e de solos magros, e os que a vários títulos e de diversas maneiras acompanham e preconizam a sua propagação sabem que o nosso pais não se tem atrasado nesta tendência; mas importa que intenções mal justificadas não venham desanimar quantos se estão votando a enriquecer, por essa via, a terra portuguesa.
Ora acontece que, tendo-se desenhado há um ano ou dois uma corrente de exportação da madeira de eucalipto para certos países da Europa, e tendo o preço dessa madeira, em consequência disso, atingido um valor interessante em relação ao rendimento das magríssimas terras em que é feita a cultura da planta, ao que consta por pressão de certos interesses industriais internos, igualmente desejosos de utilizar nos seus fabricos esta matéria-prima, foi proibida a exportação da referida madeira. E o que sucedeu logo, Sr. Presidente e Srs. Deputados? Quase automaticamente com a proibição de exportação veio uma baixa de cerca de 30 por cento nas cotações que os principais consumidores nacionais de madeira de eucalipto estavam fazendo aos seus fornecedores.
Não sei se é conveniente aos interesses da economia nacional que a indústria receba a matéria por preço tão nitidamente em desproporção com o que o comprador estrangeiro poderia dar por ela.
É velha a queixa dos produtores agrícolas portugueses por frequentemente não se olhar aos seus interesses na determinação do justo preço e das condições de comercialização das matérias-primas que produzem. Fixa-se o conveniente preço do produto acabado: estabelecem-se, com maior ou menor rigor, as justas margens de beneficio da comercialização e da industrialização; mas, para o produto da matéria-prima, o que fica, em regra, é só a diferença, seja grande ou pequena...

O Sr. Melo Machado: - Seja compensadora ou não.

O Orador:-Seja compensadora ou ruinosa, exactamente.
E pede-se-lhe, em nome do interesse nacional, que vá trabalhando, que a indústria tem de viver. A indústria tem de viver, mas a agricultura não menos!

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - É fácil a V. Ex.ª e a todos os Srs. Deputados calcular os longos desenvolvimentos que uma pessoa de disposição mais verbosa poderia agora fazer sobre este tema. Não quero ir tão longe, pois a matéria que tenho a expor, o ponto preciso que desejo focar, ó simples e resumo-se num singelo pedido ao Sr. Ministro da Economia e aos Srs. Secretários do Estado do Comércio e da Agricultura para que vejam e façam es-