O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

82-(106) DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 178

de fraco relevo, mantiveram o mesmo grau, porquanto decaiu a exportação de todos os outros derivados da pesca e também a do açúcar.
De facto, só nos derivados da pesca, houve, em relação ao ano anterior, uma quebra de cerca de 111 000 coutos (436 000 coutos em 1958, para 325 000 em 1959).
E, porque se nos afigura de evidente interesse a análise em pormenor do comportamento de cada um dos principais produtos que constam do quadro anterior, vamos seguidamente, socorrendo-nos não só do referido quadro como também de elementos estatísticos que nos chegam da província, ensaiar uma bevre resenha sobre o referido comportamento:
Conforme se vê no quadro a que nos referimos, de entre os produtos de origem agrícola destaca-se, como habitualmente, o café. Todavia, e conforme aliás já se referiu, o acentuado declínio das cotações deste produto, foi o fenómeno que mais influenciou o valor das vendas da província para o exterior.
As exportações deste produto elevaram-se a 89 000 t, número jamais atingido em anos anteriores a que em relação a 1958 representou um aumento de mais de 15 por cento; todavia, o correspondente valor sofreu uma redução de mais de 118 000 contos. E salientamos que, apesar de a tonelagem embarcada durante o ano atingir mais do dobro da que se exportou em 1954, os respectivos valores foram pràticamente os mesmos, entre os 1 300 000 e os 1 400 000 contos.
Se bem que a esse ano, em que as cotações do café alcançaram, como se sabe, posição culminante, se tenha seguido uma constante queda de preços, foi, contudo, no decurso de 1959, afinal, que o fenómeno se apresentou em termos mais preocupantes.
Com o feito, o preço médio de vendas de café em grão desceu de 19$47 para 15$58 por quilo, circunstância que denota a instabilidade do mercado internacional e contra a qual se tem tentado estabelecer um conjunto de medidas efectivas, do comum acordo, entre os países produtores.
Os principais clientes do café angolano foram, como habitualmente, os Estados Unidos, a Holanda e a metrópole, embora com valores inferiores aos de 1958. A Alemanha, porém, demonstrando boas possibilidades de mercado para a província, aumentou em 9000 contos a importação do café, com compras deste produto no valor do 25 378 contos.
Sob o impulso da tendência favorável do mercado no final de 1958, decorreu em muito melhores condições a exportação do sisal; o aumento em volume não foi grande - 2000 t apenas -, mas o acréscimo em valor foi tão expressivo que o colocou em 3.º lugar no quadro geral das vendas para o exterior, como se vê.
O valor de 290 046 contos alcançado em 1959 pela sua exportação foi o mais alto desde 1951 e excedeu 76 000 contos e do ano anterior, diferença que, como se depreende, provém principalmente de o preço médio por quilo ter subido: de 4$13 passou para 5$40.
O principal cliente foi, como de costume, a frança, que, no entanto, reduziu as compras de 82 000 contos para menos de 66 000 contos. O aumento observado teve, pois, como base as vendas para outros territórios, em especial para a Espanha, que, aparecendo como novo mercado, adquiriu deste produto 6082 t, no valor de 34 420 contos. Foram também bastante superiores aos do ano anterior os embarques de sisal para a metrópole, para os Estados, Unidos e para a Suécia.
As exportações de milho atingiram em 1959 um nível que se, por um lado, não corresponde às possibilidades da colocação, não deixa, por outra parte, de poder considerar-se bastante satisfatório ao fazer-se o cômputo das exportações da província nos últimos anos. Desde 1952, inclusive, as vendas efectuadas em 1959 apenas foram excedidas pelas que se realizaram no ano anterior, mas os preços foram melhores, pelo que o decréscimo registado em valor foi relativamente insignificante: menos 3485 contos apenas.
Há, todavia, que apontar o facto de se terem exportado avultadas partidas para o Reino Unido, que habitualmente não adquiria este produto e que em 1959 importou 22 449 t, no valor de 34 002 contos.
As exportações de algodão em rama, por sua vez, depois de durante o ano de 1958 terem sofrido uma apreciável redução, voltaram em 1959 a ultrapassar a casa dos 100 000 contos, a melhor receita do último decénio, a seguir à de 1957.
As quantidades embarcadas, que ascenderam, como se vê, a 6356 t, destinaram-se na sua totalidade à metrópole.
As vendas de crueira igualaram as do ano anterior, quer em tonelagem, quer em valor, e as de feijão, que ascenderam de 8864 t para 10 806 t, tiveram um aumento acentuado em valor - mais 10 812 contos -, por força das melhores cotações, que conduziram o preço médio F. O. B. por quilo de 2$59 para 3$12.
O principal consumidor da crueira foi também, como de costume, a França, e do feijão, a metrópole.
Pelo que respeita às madeiras, excluindo travessas para caminhos de ferro, que, como se vê, figurámos à parte no quadro em análise, verifica-se que o volume exportado se integra na média relativa aos últimos anos, apresentando, contudo, em confronto com 1958, um aumento apreciável de valor ( +7319 contos).
Os seus maiores consumidores foram a metrópole e a União Sul-Atricana.
Por sua vez, o fornecimento em grande escala de travessas para caminhos de ferro iniciou-se, como se vê, pràticamente em 1957, isto em virtude de contratos celebrados com a União Sul-Africana. As vendas a este país, que em 1958 se elevaram a 39 971 contos, decaíram, contudo, no último ano.
O exame da exportação dos dois principais produtos das indústrias extractivas - os diamantes e os minérios de ferro - evidencia, por sua vez, novos e expressivos aumentos.
Os primeiros, vendidos na sua totalidade para o Reino Unido, excederam pela primeira vez 1 milhão de quilates e alcançaram em valor a verba de 596 405 contos.
Aos minérios de ferro é devida uma referência especial, pois as suas vendas, encaminhadas quase na sua totalidade para a Alemanha, elevaram-se de 77 000 contos para perto de 100 000 contos, mantendo-se, pois, o incremento, embora não tenha atingido, ainda, o ritmo inicialmente previsto.
Quanto aos produtos derivados da pesca, nota-se que foi bastante pronunciada a quebra na sua exportação. A crise da respectiva indústria, que já em 1958 fizera sentir os seus efeitos no comércio externo, incidiu sobre esta, durante o último ano, ainda com maior acuidade.
Os embarques de farinha de peixe sofreram deste modo uma forte redução - de 81 243 t para 51 228 t-, mas as cotações foram melhores, pelo que o preço médio por quilo se elevou de 3$56 para 4$01, e, deste modo, a diminuição que se operou em valor - menos 84 000 contos - foi mais atenuada.
Apenas a Itália elevou substancialmente o valor das compras em farinhas de peixe - de 8700 contos para perto de 54 900 contos; mis vendas para os Estados Unidos, para a Holanda e para o conjunto Bélgica-Luxemburgo, tradicionalmente bons clientes, as aqui-