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852 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 210

e mantidas por iniciativa particular, tenho ouvido como gruta:; se confessam pelo interêssse que lhes merece o seu governador-geral quando, visitando, Sem distinção, todas as escolas de Goa, nas suas constantes digressões oficiais pelo interior, as acarinha e lhes oferece sacolas escolares.

Estes aspectos de ordem espiritual que entendi ser dever meu trazer ao conhecimento de VV. Ex.ªs, pois que os de ordem material estão consubstanciados em documentos oficiais na programação de dois planos de fomento que, não obstante, unitrariedades de todos conhecidas, prosseguem persistentemente para alcançar os seus objectivos.

E ainda neste aspecto,, não quero deixar de me referir à cerimónia " que à meia-noite de 31 de Março deste ano vê a honra de assistir paxá entrega do porto e do raminho de ferro de Mormugão ao Governo Português, complemento natural do que foi já feito quanto às companhias majestáticas do Niassa e Moçambique, traduzindo, assim; a eliminação completa de qualquer sobra de dependência ou restrição da nossa soberania no mundo português.
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - Preside à Junta Autónoma dos Portos e Caminhos de Ferro do Estado da Índia o nosso ilustre colega Sr. Eng.º Muniz de Oliveira. Da sua competência e do "eu portuguesismo, nós, que o conhecemos no seio desta Assembleia, podemos afirmar que em boas mãos está entregue a administração do porto de Mormugão. Dele trago a mensagem de saudação para V. Ex.ª, Sr. Presidente, e para VV. Ex.ªs, Sr. Deputados.

Vou terminar, Sr. Presidente, afirmando que o povo de Goa, tal como uma grei moldada sob um substracto anímico, mentalidade, hábitos e tradições distintas, está integrado, através do edifício genialmente singular, no que constitui hoje o Estado Português da índia, anunciando a todo o Mundo a nossa política de fixação. Goa fixou para a eternidade o destino histórico de Portugal. Goa imortaliza Portugal.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem! O orador j ai muito cumprimentado.

O Sr. Augusto Cerqueira Gomes: - Sr. Presidente: os juízos da história, para serem válidos, hão-de meditar-se das grandes altitudes. Ali donde se domina o espaço e o tempo, para que os factos e as ideias, os homens e as instituições, possam ser abrangidos em todos os seus aspectos e implicações, situados no contexto da época e projectados na trajectória dos séculos. Ali, também, onde esmorecem as paixões, para que os olhos vejam sem névoas e se julgue com espírito sereno e coração isento.

Pois, olhada assim, rasgadamente, a essa luz, a época histórica que estamos a viver, a partir do levante nacional do 28 de Maio. avulta com grandeza e significado verdadeiramente transcendente na vida quase milenária da Nação.

Depois do esplendor da nossa idade de ouro, é esta segura mente a hora de mais alia afirmação da nossa vitalidade, da nossa energia, da nossa personalidade inconfundível.

De longe, muito de longe mesmo, vícios profundos e quase .constitucionais, graves desvios de rumo da nossa evolução histórica, atrasos e deficiências seculares, vinham a acumular-se e a avolumar, afectando gravemente o corpo e a alma da Nação. E quando, da confluência de tantas adversidades, a Nação parecia ameaçada na sua sobrevivência e desesperançada do seu futuro, a revolução de Maio, infiectindo a linha da história, iniciou o movimento de resgate nacional, que prossegue em caminhada ascensioinal. E necessário assegurar eficientemente a continuidade e a projecção deste movimento renovador.

De há tempos -porque não há-de dizer-se?- verifica-se uma certa frouxidão na afirmação ideológica, e na actividade política está, em muitos dos nossos, amortecida a fé, é menos caloroso o aplauso e o entusiasmo popular em torno do Regime, alastram as divisões e as críticas e andam entre nós e - o que é muito
mais grave- vemos nos postos de comando da Administração e até da política muitos sem doutrina ou sem fé u sem acção ou sem tudo isto ao mesmo tempo.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Destaco a este respeito a fauna, ao parecer em proliferação, dos que dizem administrar, mas sem serem políticos nem fazerem política, o que, quando não quer dizer que têm outra política, implica uma grave inconsciencia, porque toda a administração é, mo fim de contas, solidária de uma política ...

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - ... e a política que proclamamos, rasgadamente nacional, pode e deve ser perfilhada por todos os que querem administrar "em prol do comum".

O Sr. Simeão Pinto de Mesquita: - Esses administram contra quem?

O Orador: - Dir-se-ia que os Regime manifesta sinais de decrepitude, de declínio, de esgotamento. E, no entanto, nada mais falso, nada mais longe das realidades. Temos doutrina segura e certa - a única segura e certa. Temos uma obra imponente e que prossegue amplamente; sem afrouxar, em todos os planos da vida nacional.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Temos connosco altos valores humanos - no cimo o maior do todos os portugueses, orgulho da nossa grei, farol supremo- da cristandade no plano do mundo temporal.

Vozes: - Muito bem !

O Orador: - Temos um escol.. Temos dos melhores portugueses, muitos ainda desinteressados e idealistas, muitos prontos a todos os sacrifícios, ansiosos de servir, cheios de fé.

O Regime está, afinal, rico de possibilidades, pujante de vida., de seiva e de força criadora,.

O que falta então? Falta que saibamos proclamar bem alto "-s razões da nossa- razão e manobrar as forças da nossa força, para bem utilizar a razão -e a força que temos e criar mais razão e mais força. E preciso, sobretudo, formar e informar. Formar, espalhando II doutrina, num movimento de apostolado ardente que nos dê portugueses caria vez mais conscientes do seu portuguesismo, que nos prepare um escol cada vez mais esclarecido e mais amplo. E, neste desígnio, interessar mais que tudo a mocidade - o grande penhor do futuro. Informar para que todos os portugueses tenham a noção da grande época que estamos a viver, da hora alta que porventura soou para a nossa grei, hora alta não só porque é de renovação e de resgate para nós, mas também porque nesta confusão e desvairo em que anda