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6 DE MARÇO DE 1964 3511

estranhos, a quem os factos davam todo o direito de não irem dizendo bem de nós.
Assim não foi, nem era, possível fazer turismo com um tal clima político. Só depois, com o advento do clima de paz, de ordem, de trabalho de Salazar, foi possível levar ao estrangeiro o bom nome de Portugal, dizer do seu glorioso passado, lembrar ao Mundo o que nos devia pelos nossos esforços a bem da humanidade, os novos mundos que ao Mundo havíamos dado e que, apenas pelo nossa esforço pessoal, havíamos posto não apenas as finanças em ordem, mas que esta chegara às ruas e ao espírito da gente portuguesa.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Então não foi suficiente para uma larga, aberta e boa propaganda portuguesa apenas uma modesta Sociedade Propaganda de Portugal, pois que o Estado, a Nação, tinha ela mesma de dar a conhecer no estrangeiro a sua própria revalorização. E sempre atento a todos os problemas nacionais, Salazar criou para tal fim o Secretariado Nacional da Informação e pôs na sua direcção um dos maiores jornalistas dessa época, o saudoso António Ferro. Este correra o Mundo no seu serviço profissional, ouvira em célebres entrevistas as maiores figuras mundiais de então, sabia por conhecimento directo e próprio do que pensavam não só acerca dos grandes problemas que então afligiam o Mundo, mas do conceito que faziam de Portugal, do seu valor económico e espiritual.
Depois, Salazar confiou a António Ferro as suas ideias políticas e administrativas para a construção futura de um Portugal melhor; disse-lhe como se iria estruturar o seu futuro, reconstituindo o que se quebrara nas lutas e nos ódios políticos, anunciando a construção de largos e vastos trabalhos materiais para a melhoria da vida portuguesa. E para este fim escolheu Salazar um incansável trabalhador, o saudoso algarvio Duarte Pacheco.
Foi então, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que com segurança se pôde começar verdadeiramente a fazer turismo em Portugal, só então começou a ser visitada e admirada a terra portuguesa. Só então, pode dizer-se, se construíram estradas em Portugal próprias para o turismo e para o automóvel, que começara a entrar na sua época dourada de desenvolvimento, só então se construíram os aeroportos para os aviões, novo meio de transporte, só então podíamos dispor de vida financeira e de saldos orçamentais para obras, se não supérfluas, pelo menos sumptuárias.
A Nação, o País, não dispunha de meios próprios, hotéis e outros, para bem acolher e receber os que vinham até à nossa terra.
O que então existia, salvo uma ou duas excepções, mais nos ridicularizava do que bem propagandeava.
Surgiram as simples, mas acolhedoras e originais, pousadas do Secretariado Nacional da Informação; aqui e além, por toda a terra portuguesa, espalhados pelos mais lindos outeiros ou pelos pontos onde os olhos alcançam maiores belezas, se ergueram, podemos dizer, esses primeiros templos do turismo português.
Começaram então despertando, acordando para a vida do turismo, os valores provinciais. A capital criou novos hotéis, iguais aos bons de outros países; ergueu-se, e ainda por lembrança e como que em homenagem a Salazar, ao grande e incansável trabalhador do ressurgimento nacional, um sumptuoso hotel, um verdadeiro e grande palace em qualquer parte do Mundo, o Ritz.
A zona turística da capital embeleza-se, o Estoril começa a aparecer como grande cartaz de turismo mundial, pelas províncias despertam os homens de boa vontade e de acção turística.
Fala-se, apontam-se os exemplos turísticos da Itália, da Suíça, da França. Portugal olha o exemplo espanhol, começa a saber do seu alto valor económico, quanto ele contribui para o seu equilíbrio financeiro. Os turistas que vão ao Sul da Espanha começam a aparecer no Algarve, tornam-se admiradores e propagandistas do seu óptimo clima, das belezas e grandeza das suas inigualáveis praias, do seu mar ameno e quente, dos seus campos, da sua flora sem igual, do feitio alegre e acolhedor do seu povo. Por toda a terra algarvia ressurgem para o trabalho as até ali apagadas comissões de turismo.
Em Vila Real de Santo António a acção e dinamismo de Matias .Sanches fazem-se sentir em Monte Gordo: ergue um casino próprio para o seu tempo, impulsiona os caminhos, as estradas, as ruas.
Mais além, em Quarteira, a vontade forte dos louletanos Drs. José Pedro e José Soares rasga uma linda avenida à beira-mar; constróem nela as primeiras vivendas, incitam amigos, entusiasmam o regionalismo e bairrismo louletanos, e surge como que uma nova e histórica Carteia.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Mais adiante, em Armação de Pêra, a bondade bairrìsticamente algarvia do saudoso nacionalista Dr. Francisco Neto Cabrita toma por direito e méritos próprios a presidência da comissão de turismo e abre a futura e grandiosa avenida marginal. Tudo isto, pode dizer-se, foi o alerta, o princípio, pois que os passos maiores e mais vastos surgiram ainda, e como sempre, da acção de Salazar: foram as comemorações henriquinas.
Dali, das praias algarvias, daquela gigantesca Sagres, que vira o infante D. Henrique, os mestres e navegadores das suas naus, seriam lembradas ao Mundo as melhores páginas da história deste povo de santos, de heróis e de mártires.
Sob a orientação superior de Salazar, o Ministério das Obras Públicas e o Secretariado Nacional da Informação preparam a linda região de Lagos, a cidade dona e senhora da maior e mais linda baía do Mundo, e a histórica Sagres para receber, para acolher, os que através das comemorações henriquinas viessem a Portugal em verdadeiro preito de vassalagem e gratidão pelo que a bem do Mundo fizera.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O Ministério das Obras Públicas, sob a dinâmica, inteligente e valiosa acção do seu ilustre Ministro, Eng.º Arantes e Oliveira, transforma a cidade de Lagos, rasgando-lhe a mais linda avenida algarvia, e, como que em homenagem à sua grandiosa baía, abre através dela uma nova estrada para a Sagres da Escola Náutica do Infante.
No Secretariado Nacional da Informação, o Dr. Moreira Baptista prepara pelos seus serviços a unidade hoteleira capaz e digna do nosso querido e ilustre Chefe de Estado, o valoroso marinheiro Sr. Almirante Américo Tomás, oferecer hospitalidade ao sempre amigo de Portugal Dr. Kubitschek de Oliveira, então digníssimo presidente da pátria irmã, o Brasil.
Assim, nasceu a primeira e moderna unidade hoteleira do Algarve, o histórico Hotel da Meia Praia, assente nas areias da grandiosa baía de Lagos.
E foi sem dúvida a partir das comemorações henriquinas que se abriu para voos mais largos e mais vás-