3512 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 140
tos o turismo algarvio. O já falado e conhecido Algarve começava a andar mais, mas bem, nas bocas do mundo. A Casa Regional do Algarve em Lisboa grémio de bons e ilustres algarvios, homens de são regionalismo e patriotismo, renova de ânimo para propagandear o seu, o nosso, querido Algarve. Os incansáveis homens dos seus corpos directivos espalham actividade em prol do regionalismo algarvio e não param, e não pararam, mais em defesa da grandeza e dos interesses do Algarve.
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - A imprensa algarvia volta a agitar os problemas turísticos da província em cada número do Correio do Sul e o incansável algarvio Dr. Mário Lyster Franco elogia o Algarve, pede para ele, como que repete sempre aquela sua admirável conferência que há anos nos fez ouvir na Praia da Rocha: «Por que me orgulho de ser algarvio».
O Algarve o velho mas sempre novo jornal defensor dos interesses provinciais, que das mãos fortes de Ferreira da Silva passou para as de seu filho, enche colunas de elogios às belezas regionais. E a juntar-se a estes aparece, com José Barão, já conhecido e hábil jornalista, o Jornal do Algarve, abrindo como que uma verdadeira batalha em prol do Algarve, pela sua constante e permanente acção, a já histórica «Operação Algarve-Turismo».
O dinâmico c ilustre presidente da Câmara Municipal de Faro, Dr. Luís Gordinho Moreira, que ao seu Município e à sua província vem dando o melhor da sua inteligência e valioso labor administrativo, consegue a desafectação do domínio público marítimo da linda ilha de Faro. Abre-se, assim, a praia da capital algarvia, hoje justo orgulho dos farenses, sempre vaidosos do seu torrão natal.
Nas reuniões do Conselho Nacional do Turismo ergue-se sempre a voz do Dr. Luís Gordinho Moreira em prol do turismo algarvio: e torna-se pela sua dedicada acção como que um delegado no Algarve do Secretariado Nacional da Informação, e nele encontrou sempre o seu ilustre secretário, Dr. Moreira Baptista, inesquecível amigo do Algarve e que, e só por justiça, nunca esquece o seu alto valor no turismo nacional, como que um prestimoso e desinteressado auxiliar dos seus serviços turísticos.
O industrial algarvio Domingos Uva não receia fazer acreditar que o capital empregado no turismo é rentável, e apenas em 180 dias, quase um milagre de Júlio Verne, levanta e abre um luxuoso e artístico hotel de 1.ª classe-A; começara, sem dúvida, a «Operação Algarve-Turismo». Tavira, até então a bela adormecida, é fortemente sacudida pela acção moça e inteligente do nosso estimado colega Jorge Correia ao assumir a presidência da sua Câmara Municipal. Electrifica-se melhor a cidade e o concelho; alindam-se ruas, rasgam-se hortejos que embaraçavam até o desenvolvimento do próprio centro daquela linda cidade, tão linda e pitoresca pela divisão que lhe faz o rio que se tornou conhecida pela Veneza algarvia.
O ilustre nacionalista algarvio e distinto militar coronel Joaquim dos Santos Gomes acode a Armação de Pêra, faz dela uma das melhores zonas do turismo algarvio, e com o justo auxílio do Secretariado Nacional da Informação transforma a sede da comissão de turismo no mais belo, no maior, no mais frequentado, casino do Algarve. Estava lançada para. grandioso futuro a nossa querida Armação, de Pêra, e tanto assim foi que o Secretariado Nacional da Informação em breve facilitava a criação do Hotel do Garbe, aspiração maior de Santas Gomes. A Câmara Municipal de Silves, através da incansável e valiosa acção administrativa do seu presidente, Dr. Meneres Pimentel, leva para lá a água canalizada, velho anseio dos Armacenenses, bebendo até ali MS águas das cisternas, e que por ser pouca era um dos maiores entraves ao desenvolvimento do turismo local.
Albufeira, com a sua linda praia, como que uma concha tirada do seu fundo, quase uma pitoresca baía, começa por aproveitar o túnel mandado abrir pela enérgica acção de Duarte Pacheco ligando, a vila à praia para tornar a sua rua principal, como que a antecâmara do seu salão nobre, a praia.
Por toda a parte se fala, se elogiam as belezas do Algarve, todos querem um bocado para erguer hotéis, pensões, criar pousadas, levantar moradias. O capital acorre ao Algarve, os terrenos junto ao mar, as terras da costa, atingem preços fabulosos. O ilustre Ministro adjunto da Presidência, do Conselho, Dr. Correia de Oliveira, diz-se pelo Algarve que a conselho de Salazar, parte com o secretário Nacional, Dr. Moreira Baptista, a visitar o Sul da Espanha, as praias vizinhas do Algarve, onde o slogan espanhol «Espanha pelo mesmo dinheiro oferece maior turismo» havia feito uma verdadeira revolução de desenvolvimento construtivo e colocara a Espanha em segundo lugar no movimento turístico do Mundo ao ser visitada em 1961 por mais de 6 milhões de turistas, a seguir à Itália, que, em primeiro lugar, recebera mais de 9 milhões.
Não desconhece o Governo Português o valor do turismo, sabe quanto é grande o seu rendimento, sabe quanto por ele recebe a vizinha Espanha e como com ele equilibra, através do rendimento de muitos milhões de dólares, a sua balança de pagamentos. Os nossos serviços oficiais não desconhecem o que se diz sobre turismo na imprensa estrangeira e nacional. Ainda em 4 de Janeiro último o Jornal do Algarve transcrevia do seu colega Pueblo, de Madrid, a seguinte passagem de um artigo intitulado «Incremento do turismo»:
Estamos no fim do ano de 1963 e todas as esperanças postas no incremento do turismo durante o mesmo foram preenchidas e ultrapassadas. Há semanas festejou-se de maneira espectacular e alegre a chegada à Espanha do turista número 10 milhões. Um número que há poucos anos teria produzido vertigens. E o rendimento desta actividade atinge também níveis impressionantes. Já não é aventuroso antecipar que fecharemos o ano com uma cifra favorável para o turismo de 600 milhões de dólares: 36 000 milhões de pesetas. Cifra que ultrapassava o valor de quaisquer outras exportações, incluindo as de produtos agrícolas, que até há pouco eram a base do nosso comércio externo.
Quer dizer, conclui o Jornal do Algarve:
Mais de 17 milhões de contos rendeu o turismo à Espanha no ano de 1963.
Certamente que o nosso Governo não desconhece os dados, os elementos estatísticos do turismo espanhol, e se desconhecesse teria agora no bem elaborado e ordenado trabalho do ilustre avisante todos, e todos parece-me bem, quantos se têm publicado e que seria ocioso por minha parte repetir aqui.
Tem o Governo mostrado o maior desejo de elevar o turismo, de procurar dar-lhe um forte impulso. Nós, os Algarvios, sabemos e agradecemos a inclusão para imediatos empreendimentos, sabemos que se escolheram dois centros: o Algarve e a Madeira.
O Governo, os organismos oficiais, já haviam dado a compreender que conheciam o valor do turismo algarvio,