O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

30 DE JANEIRO DE 1965 4443

E se os garrafões são transportados em camionetas de passageiros, como tantas vezes acontece, coma fazer para visar as guias?
Tudo a complicar a vida de quem procura vivê-la com simplicidade, de quem tem direito a que o deixem viver em paz.
Contra a elevada taxa de $40 por litro clamei sempre, por não andar longe do que de lucro ficará para o produtor das regiões graníticas.
De igual modo, sempre clamarei contra a exigência de guias, que, se não têm justificação para qualquer quantidades, são verdadeiramente ridículas quanto exigidas para porções pequenas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Errar é próprio dos homens, sua dúvida, mas manter em vigor um erro eivado de injustiça, de inoportunidade e que complica a vida, em vez de a simplificar, não dignifica nem enaltece quem o sustenta e mantém.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Para terminar, afirmo que o único remédio paia tão grande mal é a revogação pura e simples dos diplomas citados.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Aníbal Correia: - Sr. Presidente: Faz hoje precisamente um ano que as Câmaras Municipais nos concelhos de Castanheira de Pêra e de Penela descaiam dos contrafortes da serra da Lousã, onde ficam situados, até ao Terreiro do Paço, da nossa bela e grande cidade de Lisboa, com o fim de pedirem ao Sr. Ministro das Obras Públicas a satisfação de um anseio que existe em todos os seus munícipes desde há mais de meio século!
E, para alicerçar a ambição que pretendem ver realizada, fizeram-se acompanhar das pessoas mais representativas dos dois distritos a que pertencem, ré! lectivamente, de Leiria e de Coimbra.
Dessa numerosa comissão, composta de algumas dezenas de pessoas qualificadas, além dos governadores civis de Coimbra e de Leiria, que a ela presidiam e da maior parte dos Deputados dos respectivos círculos eleitorais, faziam parte dois dos mais ilustres castanheirenses Prof. Doutor Bissaia Barreto e Dr. Ulisses Cortês cuja presença foi especialmente destacada pelo já aferido membro do Governo.
A pretensão ali apresentada continua a ser justa e necessária, até mesmo sob o aspecto político, e, por isso, ficamos com a esperança, em que vivemos, de que a sua realização será levada a efeito, tal como o têm sido outras que há 30 anos se julgavam utópicas, o que não se verifica no caso presente.
Trata-se da estrada nacional n º 347, no lanço compreendido entre o Espinhal e Castanheira de Pêra, que já foi iniciado há 50 anos por ambos os lados, num extensão de vários quilómetros, que chegam até ao lugar do Fontão, no concelho de Castanheira, e ao lugar! das Relvas, no concelho de Penela.
Faltam apenas cerca de 10 km, ainda não terraplenados entre as duas referidas povoações para ligar os doía concelhos de Penela e Castanheira, satisfazendo assim a justa dos muitos aglomerados populacionais existentes ao longo do trajecto de tão almejada via de comunicação, entre os quais poderemos citar as povoações de Traquinai, Silveiras, Pardieiros, Tarrasteira e Moinhos da Ribeira, que estão cercadas de matas, em região acidentada, e ainda não dispõem de vias de comunicação por estrada.
Além disso, melhoravam consideràvelmente as povoações de Fontão, Vilas de Pedro, Molhas, Seares, Singrai, Fontão Fundeiro, Campelo, Alge, Tresportos, Peralcovo, Eiras, Pé de Janeiro e Relvas, que viam assim a saída fácil dos seus produtos hortícolas para o concelho de Castanheira de Pêra, onde o mercado consumidor os absorvia na totalidade.
Para melhor esclarecimento direi que o concelho de Penela é essencialmente agrícola, e, por isso, vive dos seus produtos hortícolas, ao contrário, o concelho de Castanheira de Pêra, onde falta o terreno para agricultar, vive exclusivamente da sua indústria de lanifícios, ocupando neste sector o terceiro lugar na escala nacional.
Com a referida ligação, os dois concelhos beneficiariam grandemente em todos os ramos da sua actividade, e até a Nação ficaria mais enriquecida, não só pelo engrandecimento que o lanço de estrada viria trazer, de modo especial, às povoações por onde vai passar, e que não têm qualquer acesso fácil aos centros mais desenvolvidos, mas até no aspecto turístico, onde as belezas naturais da região necessariamente atrairiam nacionais e estrangeiros.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Os produtos hortícolas que o concelho de Penela produz em abundância teriam colocação fácil e pouco dispendiosa em Castanheira de Pêra, com a vantagem para este último de os poder comprar muito mais barato e durante todo o ano, mesmo no Inverno, do que aqueles que ali chegam hoje vindos de regiões muito mais distantes, e em piores condições sob todos os aspectos
Para se avaliar melhor a vantagem para ambos os concelhos neste sector, diremos que a vila de Castanheira consome anualmente, vindos de fora do concelho, mais de 500 000 kg de batata, 100 000 kg de feijão e grão, 300 000 kg de milho; e, no mercado semanal que ali se realiza, cerca de 100 vendedores de legumes, frutos, louças, cestos, galináceos etc , ali comparecem, todos vindos de concelhos distantes, especialmente de Miranda do Corvo, que fica a mais de 40 km de distância, encarecendo assim os preços dos produtos.
Na comunicação directa com o concelho de Penela, através do lanço de estrada acima referido, do qual não se fez ainda o respectivo estudo pelos serviços técnicos, havia para o concelho de Castanheira de Pêra a enorme vantagem de encurtar as distâncias com o Norte do País, e de modo especial com os grandes centros comerciais de Coimbra, Figueira da Foz e tantos outros.
Além disso, os 10 km de estrada cuja construção se pretende constituiriam uma atracção turística da maior utilidade para a Nação, sem os inconvenientes perigosos que existem, na travessia da serra, pela actual estrada que a liga à Lousa, que durante o Inverno está quase sempre envolvida em denso nevoeiro, que a torna de trânsito difícil durante o dia e quase intransitável durante a noite.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - As numerosas fábricas existentes ao longo da sua ribeira de Pêra, os grandes pinheirais que a circundam e o Santo António da Neve, que fica situado a cerca de 1100 m de altitude, donde se avistam as serras mais altas do nosso país e onde existem uma ermida.