O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

21 DE ABRIL DE 1965 4753

ilhas açorianas ao aeródromo de Santa Maria para tomarem os aviões que os levam para o exterior daquele arquipélago.
Se não fosse, como já disse, o arrojado empreendimento da S. A. T. A. em dotar os Açores com as limitadas carreiras dos seus pequenos aviões, a situação ainda seria muito pior, e esta conclusão leva-nos a sérias preocupações, por recearmos que aquela empresa não se possa manter sem dispor de um maior número de aeródromos.
Assim, a construção do da ilha do Faial não se apresenta apenas como um problema local, mas também como um problema de todo o arquipélago. Da sua boa e rápida solução depende não só o bem-estar das populações das ilhas do arquipélago, como ainda a satisfação dos anseios de muitos milhares de açorianos que vivem na América e no Canadá e que, saudosos dás ilhas onde nasceram, as visitariam com grande frequência, desde que o permitisse o tempo de que dispõem para o fazer, o que agora não sucede, dado que, embora levem poucas horas a vir da América ao aeródromo de Santa Maria, levam muitos dias a chegar àquelas ilhas, alguns deles sobre as vagas alterosas dos mares que as rodeiam.
Esta situação, além de colocar aquelas ilhas no maior isolamento registado em todas as parcelas do território português, contribui para os que já sofreram as suas consequências não só não desejarem lá voltar, como ainda aconselharem parentes e amigos a não utilizarem tão morosos e incómodos transportes.
Se não está hoje completamente dissipada a esperança, ou mesmo a certeza, que já foi alimentada pelas populações daquelas ilhas, de que a construção do aeródromo do Faial seria levada a efeito, é porque todos confiam religiosamente no espírito de justiça do Sr. Presidente do Conselho.
Sr. Presidente: Açoriano igual aos que vivem naquelas ilhas, em que os sismos e ciclones nos ensinam a viver com fé e esperança, também confio na justiça do Sr. Presidente do Conselho, razão por que não duvido de que muito em breve seja uma realidade a construção do aeródromo da ilha do Faial.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - Entretanto, e enquanto a mesma não se efectivar, faço um apelo ao Sr. Ministro das Comunicações, que ao problema tem dedicado o sem melhor interesse, para que seja atenuado o isolamento daquelas ilhas.
Julgo que tal finalidade seria conseguida se a T. A. P., pelo menos uma vez por semana, fizesse com um dos seus aviões uma carreira Lisboa-Lajes ...

O Sr. Sousa Meneses: -Muito bem!

O Orador: - ... e a Empresa Insulana de Navegação, com um dos navios das suas carreiras entre as ilhas, a prolongasse até às ilhas da Graciosa, S. Jorge. Pico e Faial.
Se tal solução fosse adoptada, todos os passageiros que partissem de manhã de Lisboa chegariam à tarde àquelas ilhas e alguns deles até poderiam almoçar nas suas casas.
Assim teríamos, num dia por semana, uma carreira rápida e cómoda, e suponho que sempre com a lotação esgotada, principalmente na época que se aproxima, dado que durante o Verão não há lugares vagos nos paquetes da Empresa Insulana de Navegação.
Tenho dito.

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Augusto Simões:-Sr. Presidente: Na sessão desta Câmara que teve lugar no recuado dia 23 de Abril do ano de 1960, usei da palavra para apoiar com muito interesse as justas considerações que o Sr. Deputado Urgel Horta havia feito na sessão do dia anterior sobre a difícil situação dos médicos veterinários municipais.
Ficou então amplamente demonstrada a verdade e o grande cabimento das. muitas queixas destes valorosos servidores e bem assente que nada tinha de justo o excepcional regime em que eram forçados a exercer as suas importantes funções.

Vozes: - Muito bem !

O Orador: - Chocava principalmente, já nessa .altura, a gritante desigualdade em que estes se encontravam colocados perante os seus pares dos serviços do Estado, que, a despeito de não usufruírem situação de desafogo, mesmo assim sempre tinham condicionalismo mais em conformidade com as exigências do nível de vida a que a todos obrigava o curso superior que tinham de possuir.

Vozes: - Muito bem !

O Orador: - Ora todo este anómalo estado de coisas e as graves implicações dele decorrentes tinham sido magnificamente analisados pelo Sr. Deputado Urgel Horta, com o natural calor que sempre punha na defesa das causas justas -e justas foram todas aquelas de que se ocupou- e por tal forma que a sua atitude mereceu o mais decidido apoio desta Câmara.
Dispenso-me, Sr. Presidente, de reproduzir agora tudo quanto nessa altura foi afirmado sobre o momentoso problema da vida dos médicos veterinários municipais.
Mas sempre recordo que se inventariaram tantas e tão poderosas razões de inferioridade que logo se reconheceu haver imperiosa necessidade de colocar esta classe de tão nobres servidores em nível igual, ou pelo menos semelhante, ao que usufruíam as outras classes de servidores do mesmo nível.

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O Orador: - Apoiados na grande razão que sabiam possuir, e que ainda se mantém, e animados pela compreensão que encontraram, têm os médicos veterinários continuado a lutar pelos seus direitos desconsiderados e, com inteligente persistência, têm feito ouvir a sua voz magoada nos vários quadrantes da nossa governação.
Rodaram os tempos "em que fossem atendidos, mas a esperança de alcançarem justiça tomou efectivamente corpo, chegando a concretizar-se num estudo completo que superiormente se mandou fazer pela Direcção-Geral dos Produtos Pecuários, já completo neste momento- e com as apropriadas conclusões que os graves problemas considerados naturalmente impunham.
Esse estudo, em que residem, como é natural, as esperanças de uma classe numerosa e disciplinada, entrou, há tempo, nos arcanos dos gabinetes ministeriais.
Ali tem permanecido envolto de pesado silêncio, que está a causar as grandes ansiedades que sempre provocam os demorados silêncios sobre os problemas vitais de uma classe.
É que a vida endureceu em dificuldade, e muitos daqueles que se dedicaram, às importantes funções que se contêm no lugar de médico veterinário municipal, e delas têm de viver, encontram-se no limite da resistência económica, cada vez mais enfraquecida.