O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

10 DE FEVEREIRO DE 1967 1179

Há menos de dois anos em 27 de Março de 1965 Sua Santidade Paulo VI, ao dar posse à comissão de sacerdotes de médicos, e de outros elementos (primeiramente constituída por 20 e agora possuindo 50 membros) destinada a estudar os problemas da natalidade afirmou tratar-se "de um problema que apaixona a opinião mundial e que preocupa justamente os esposos o os seus pastores" F. disse também que a questão era muito importante e as incertezas muito dolorosas para alguns, razão por que havia necessidade e urgência de dar uma resposta.
Pois até hoje, a resposta ainda não foi dada e mantém-se de pé aquilo que Sua Santidade afirmou noutra ocasião, por muito que custe a certos entusiastas do método.

Não vejo ainda razões para alterar em nada aquilo que foi dito por Pio XII.

Ainda não há muito que 400 médicos alemães à frete dos quais estava o próprio Knaus, dirigiram uma exposição ao Ministro da Saúde Publica da Alemanha Federal exprimindo as suas preocupações pela desenfreada propagando, anticoncepcional e em que não deixaram de incluir a imoralidade moderna, a sexualização da vida pública e os problemas do abortamento.
E o Instituto de Antropologia Médica de S. Lucas, de Munster (Alemanha), dirigiu um inquérito que compreendeu 3500 médicos e 15 000 outras pessoas da Alemanha, e da Áustria, depois de cujas conclusões entendeu dever dirigir um apelo à Comissão Pontifical Família- Natalidade para que se abstivesse de recomendar tal ou tal método de limitação da natalidade.
No ano passado em França o director do Instituto Nacional de Saúde e Investigação Médica por indicação do Ministro da Saúde Publica o da População nomeou uma comissão encarregada de elaborar, um relatório sobre as "consequências para a saúde das pílulas anticoncepcionais". Foi presidida pelo Prof. Lacome director da Maternidade do Baudelocq, e dela faziam parte dez professores e dois médicos especialistas de obstetríern, ginecologia genética medicina legal etc. Cada um deles elaborou um relatório da sua especialidade, quem depois de discutidos deram origem a uma parecer final, global, aprovada por unanimidade.
Nele só afirma que não há um, mas muitos, contraceptivos à venda, consistindo geralmente em associação de estrangeiros e de progestativos diferentes e portanto, com propriedades farmacológicas diversas consoante as associações realizadas, e que todos os dias o mercado é invadido por novas composições destinadas á contracepção. Igualmente se diz que os conhecimentos de que se dispõe, mesmo em relação aos produtos, actualmente utilizadas são ainda recentes, incompletos e, em muitos aspectos importantes inseguros que parece unânime a opinião de que muitas dessas drogas produzem um estado pseudogestativo com estase venosa, que as mulheres com nefropatia ou hipertensão arterial e as que tiverem icterícia gravídica devem ser particularmente vigiadas, que as diabéticas correm risco pelas alterações da tolerância hidiocarbonada que a administração destes produtos a mulheres com antecedentes de perturbações vasculares cerebrais e perturbações psíquicas requer grande prudência, não se oculta a preocupação de uma eventual acção cancerígena de tais drogas e, por todas estas razões, afirmam ser necessário de exame médico a prescrição da tal "pílula".
Estas drogas, a, que, abusivamente algumas vezes se chamam gestagenios ou progestagenios, em vez de progestativos, são usadas, não para favorecer a gestação (progestatronem), criando condições de nidação e nutrição ao ovo fecundado como naturalmente e fisiologicamente acontece, mas como anticoncepcionais ou melhor como inibidores da maturação folicular e consequente ovulação. Para tal fim, em vez de progesterona produto natural muito caro pouco activo por via oral [...] rápida destruição no organismo, passaram a usar-se os chamados progestativos semi- sintéticos ou artificiais que são produtos químicos sintetizados no laboratório e não no organismo cuja preparação se tornou possível desde que [...], em 1934 descobriu a sua composição química, que são mais baratos e muitos activos por via digestiva que tem uma semelhança estrutural e algumas das acções da progesterona, mas que tem também algumas acções secundárias, a que é preciso atender e contra as quais há fundados recursos.
Todos eles tem acção [...], mas além desta exercem acções fármaco- dinâmicas mais ou menos complexas principalmente estrogenicas [...] antigo nodotiópicas e anabolizantes consoante as associações medicamentosas que entram em cada um dos preparados que se vendem sob várias designações comerciais. São os próprios produtos ou os metabolitos resultantes da sua transformação no organismo que as originam.
Fazer crescer os pelos da barba, dar outra tonalidade à voz, reprimir o fluxo menstrual, originar tensão da glândula mamaria, produzir náuseas, promover esta acção termogénica, podem ser problemas de pouca [...] para as preocupações estéticas ou para a comodidade de certas senhoras mas já o mesmo se não poderá das perturbações que se refere o relatório francês que citei nem da atrofia do endométrio nem da modificação do muco do colo nem da alteração da coagulabilidade sanguínea, nem da masculinização dos fetos femininos produzidos por certas substâncias androgínicas contidas na pílula (já demonstradas) nem do receio da produção de óvulos anormais dos foliculos primordiais mantidos em repouso por meses ou anos, nem da preocupação que é justo admitir-se de se originar uma gravidez- surpresa e dos anovulatórios ingeridos nem actuar sobre o embrião na fase de gastrulação onde como está provado a sensibilidade teratogénea atinge o antigo o auge e onde as drogas de mais aparente inocuidade podem originar malformações congénitas. E esta gravidez- surpresa é um fenómeno corrente quando, por qualquer descuido, se interrompe a ingestão da pílula - há uma exaltação do poder da ovulação.
Se e difícil é difícil fazer prova desta última acção mais difícil e demonstrar que não é licito pôr a hipótese.
Os problemas criados pela talidornida são de data recente e não podem ser facilmente esquecidos.
Só quem não conhece as múltiplas acções acessórias e secundárias dos progestativos artificiais é que não sente preocupações acerca das possíveis potencialidades nocivas de qualquer tratamento prolongado com esses produtos.
Essa preocupação deve estar sempre presente na mulher que utiliza tais produtos e não deve deixar de o estar também no do médico que os receita. É preciso garantir a sua inocuidade e não só a imediata como também a tardia. A experimentação animal não pode ser resposta a todas as preocupações que agora nos dominam os dez anos de aplicação das drogas não são suficientes para a recolha de dados e só o tempo trará o seu esclarecimento, mas então pode ser já tarde, como aliás tem acontecido com tantos medicamentos, o cada voz mais frequentemente sucede. Quem poderá garantir que um órgão eminentemente sensível como o ovário não possa ser profundamente alterado se se mantiver inactivo, por acção dessas drogas, durante anos e anos? Quem poderá afir-