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11 DE FEVEREIRO DE 1967 1193

Toda a inventariação servirá mesmo para encarar a divisão do País em zonas turísticas e sua indispensável dotação com infra-estruturas administrativas

O Sr. António Santos da Cunha: -Muito bem!

O Orador: - Quanto ao estudo das correntes turísticas e suas motivações, revela-se de particular interesse se considerarmos a sua projecção no futuro. Vai-se tornando habitual em alguns países fazer sondagens que permitam alguma luz sobre estes problemas. Indaga-se das motivações dos que se deslocam, dos grupos vários ou sócio-económico a que pertencem, da duração das permanências épocas do ano em que são gozadas as férias transportes e alojamentos utilizados atracções turísticas preferidas.
A capacidade de concorrência turística revela-se na comparação dos preços da oferta turística com os dos outros países. Custos de chegada á fronteira, preços de alojamento, de alimentação, de transporte, de distracções etc. são elementos de interesse nada «««««.
Eis sem ««« uma larga tarefa para os nossos estudiosos.
Ainda uma palavra de enaltecimento para o chamado turismo interno. As razões políticas sociais e económicas que fundamentam a defesa do turismo internacional aplicam-se, em boa medida do turismo inter regional. O desenvolvimento do turismo interno em Portugal poderá compensar as crises estacionais ou os prejuízos originados na perda das correntes externas quando estas passarem a procurar por razões variadas como a «moda turística» outros países.
É a obtenção de todos os elementos possíveis sobre turismo interno e o turismo do exterior que permitirá programar em Portugal uma política turística onde se destinam objectivos se equacionam meios actuais ou previstos se esclareça a importância do turismo para a economia - contribuição do turismo para o rendimento nacional contribuição do turismo estrangeiro para a balança de pagamentos investimentos públicos e privados no turismo, incidência no emprego recursos fiscais provenientes do turismo incidências gerais sobre a agricultura a industria e os serviços.
O Sr. Presidente A vastidão e a complementaridade dos territórios que integram a nação portuguesa revela uma importância excepcional ainda nos elementos do turismo.
Parcelas dispersas por vários concorrentes oferecem o imediatismo das riquezas próprias aliado á lição de um encontro de culturas no «mundo que o português criou».
A riqueza turística não reside aqui apenas no contexto humano e sociológico de uma nação pluriracial mas ainda nos dons de uma natureza prodiga nos mais variados elementos que constituem cartaz de atracção turística a caça, a pesca, a vegetação exótica e luxuriante os desertos que compõem««««««« e evocação do mundo lunar.
Concretizemos no que respeita aos espaços metropolitanos ou seja á parcela do território nacional que nos últimos anos tem acusado maior afluxo de turistas (cerca de 2 milhões em 1966).
Quais as razões que no conjunto dos países da O. C. D. E. fundamentam as pretensões da metrópole a « país de turismo».
O continente e as ilhas adjacentes dispõem de uma série de factores de atracção baseados no clima na topografia variada dos territórios no património artístico e cultural no folclore e na mesa. A atitude simpática e prestável da população ajuda a manter a atmosfera favorável.
Ora o desenvolvimento prodigioso do turismo internacional - nomeadamente dos países da O. C. D. E. - exige novas zonas de expansão o que permite considerar o território o metropolitano como um mercado potencial uma grande reserva para o turismo.
Já aqui afirmei noutra oportunidade que o europeu nomeadamente o homem do norte tem a nostalgia do sol do calor da céu azul do mar das praias de areias cintilantes. Daí a boa parte do incremento prodigioso do turismo espanhol, italiano, e jugoslavo. Daí ainda e perante a situação de outra zonas a necessidade da metrópole jogar a sua oportunidade de reafirmar quanto ao continente a sua encantada vocação de jardim da Europa á beira - mar plantado. Mas o ultramar ligado á metrópole desenvolvendo um turismo apoiado na caça e na pesca ou simplesmente servindo as populações dos territórios vizinhos oferece igualmente largas perspectivas quanto ao seu futuro turístico.
Moçambique de que espero ocupar-me particularmente em próxima intervenção mercê da proximidade da Republica da África do Sul e dos territórios que constituem a extinta Federação das Rodésias e Niassalândia da excelência das suas condições naturais e do esforço de alguma iniciativa privada já hoje ocupa posição de certo relevo no turismo africano.
Toda a costa de Moçambique é uma sucessão de praias maravilhosas Ponta do Ouro, baía de Lourenço Marques, S. Martinho de Bilene, Sepulvera, Závora, «««, Inhassoro, ilhas de Bazaruto, Santa Carolina, Berta, Pobane, Mossul, e Porto Amélia constituem para mim recordação inolvidável.
Mas também as regiões de meia altitude como Namancha ou de montanha como Tsetsena Penha Longa Angoma (Dominé) Milange, Gorué (Namuli) Ribaué ou Malema, são cartazes invulgares.
O Parque nacional da Gorongoia o empreendimento de ««««« os safaris a reserva do Maputo os hotéis de Lourenço Marques Beira e região de João belo a exploração das linhas da D E T A os serviços de taxis aéreos e voos não regulares revelam -se já hoje - e a enumeração não é exaustiva - como valiosas infra - estruturas turísticas.
Tal como Moçambique também Angola pode abonar com as suas riquezas energéticas. Acrescentara a elas ««««««« da vegetação de Cabinda e do Congo Português a majestade de quedas de água como as do Duque de Bragança e a sugestão edénica das regiões do café o aprazível da actividade humana de Luanda ou Nova Lisboa a estranha sedução do deserto de Moçâmedes o inesquecível espectáculo da Tundavala toda a formosura Da região de Sá da Bandeira.
Recordando ainda a Guiné com o seu matiz de raças e folclore a beleza de Pecive ou o meditismo dos Bijagos S. Tomé e Príncipe, Cabo Verde ou as distantes terras portuguesas da Ásia e da Oceânia surge naturalmente a pergunta.
Teremos feito tudo pelo aproveitamento conjugado das potencialidades turísticas no espaço português? Estarão certos todos os caminhos trilhados na metrópole e no ultramar?
Sr. Presidente Salientar que ao nível da administração central o turismo conheceu mesmo em alguns países a criação de ministérios ou Secretarias de Estado especializadas.
Possibilitou-se deste modo uma presença ao mais alto nível da administração o que também permitiu uma coordenação eficaz dos vários serviços que se ocupam do