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1 DE MARÇO DE 1967 1305

turbado o santuário onde se costuma refugiar a sua proverbial modéstia
Meus senhores O bispo D. Jaime Garcia Goulart deixou Timor. Mas lá lhe ficou o pensamento e o coração naquelas terras que tantas vezes percorreu, de jeep, ou a cavalo, ou a pé, nas suas andanças apostólicas, e regou com o suor dos seus melhores anos, os anos da sua juventude sacerdotal.
A S. Ex.ª Rev (tm) a eterna gratidão de Timor, aqui expressa pelo seu Deputado e pelo missionário que bem de perto acompanhou a acção apostólica de S Exa. Rev
Para consolação dos cristãos e de toda a população daquela nossa província fica, Srs. Deputados, a certeza de haver sucedido ao Sr. D Jaime um outro grande bispo, o Sr. D. José Joaquim Ribeiro. Em boas mãos o testemunho da fé e da portugalidade naquelas longínquas terras do sândalo.
AS Exa a Rev.1(tm) as minhas melhores homenagens.
Ao findar, Sr Presidente, o apontamento, que prometi seria breve, duvido se consegui reduzi-lo à concisão desejada. Se o não logrei, imploro vénia. Mas não foi por falta de tempo, como dizia Vieira Foi por me haver minguado o engenho
Disse

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado

O Sr Fernando de Oliveira: - Sr Presidente Em vibrante e esclarecida intervenção o Eng. Duarte do Amaral solicitou há dias nesta Câmara que o mais urgentemente possível, se organizasse um sistema de ataque aos incêndios em matas e pinhais que ciclicamente afligem o nosso país na época de Verão.
Tal solicitação vem ao encontro do que afirmei um palestra proferida há quatro anos a respeito do emprego de helicópteros Entre as múltiplas tarefas que estas maravilhosas máquinas voadores podem executar, citava-se a seguinte o controle de fogos em florestas e o transporte de bombeiros, bem como o salvamento de pessoal cercado pelas chamas.
Afirmação que não era original, pois tal experiência era já corrente em muitos países de grandes coberturas florestais O que eu não podia nessa data adivinhar era que passados poucos anos, uma das maiores das nossas tragédias pinças -25 homens mortos- viesse tristemente exemplificar a hipótese então apresentada
Dentro de poucos dias passará o 4 º aniversário de um exemplo oposto o naufrágio do navio Silver Valley a tragédia que esteve prestes a consumar-se em frente e baria do rio Douro foi evitada pela acção oportuna de dois helicópteros em cerca de 40 minutos foram salvos 27 homens, que a altura da vaga impedia de atingir com barcos salva-vidas Prestes a morrerem em navio encalhado junto á costa, mas a distância inalcansável da terra por meio de foguetões, eram angustiadamente olhados por milhares de pessoas, impotentes perante o drama que se desenrolava
Porque tinha debaixo das minhas, ordens dois helicópteros e porque autorização imediata e larga me foi dada. encontrei-me a dirigir uma operação que apenas conhecia através das técnicas e do cinema.
Jamais esquecerei a emoção profunda que me causou o espectáculo daqueles homens, prisioneiros de um navio cercado por vagas alterosas.
Quando os helicópteros voavam baixo em tomo do navio, eles cornam de uma amurada paia a outra, a acenar desesperadamente a pedir auxílio.
O salvamento executou-se em circunstâncias extremamente favoráveis navio encalhado, permitindo que os helicópteros assentassem um patim do trem na amurada os naufrágios subindo directamente para bordo. Não havia vento a visibilidade era perfeita.
Estas raras boas circunstâncias, aliadas ao facto de as tripulações desses helicópteros serem profissionais do mais alto nível, fizeram criar a impressão de que o emprego de helicópteros no socorro a náufragos era tarefa bastante fácil. Em particular no Porto, foi-se ao ponto de concluir que com dois helicópteros tripulados por pilotos do aeroclube local o problema se encontraria resolvido no Norte do País a gente generosa da m nhã terra chegou até a iniciar uma subscrição para tal fim.
Ora a verdade é que o caso mais geral de um naufrágio - navio a afundar-se no me o da tempestade- se reveste das maiores dificuldades Com o navio a oscilar ou com fortes rajadas de vento, para que não seja eventualmente apanhado pelos mastros, o helicóptero terá da pairar bastante alto, fora, portanto, da sua almofada de ar e consequentemente, em más condições de rendimento Foi este o caso do naufrágio do navio Amei em que o emprego de helicópteros, se notável, se revestir das maiores dificuldades.
Em tais circunstâncias, é imprescindível recorrer ao emprego do guincho para içar os náufragos para bordo do helicóptero. É operação que requer muita perícia das tripulações e, para manter o moral e a ordem entre os náufragos, é normalmente baixado primeiro um socorrista, o qual aperta os cintos e conduz a operação de forma organizada.
Com o fim de elucidar os mais entusiastas e animar os menos crédulos, realizaram-se em Alverca exercícios com o fim de demonstrar as possibilidades dos helicópteros, fazendo-se ressaltar simultaneamente o que se não deveria esperar de tais máquinas e as condições indispensáveis ao êxito do seu emprego
Retiraram-se da água náufragos inanimados Com o auxílio de um socorrista, que descia do helicóptero por meio do respeito guincho procedeu-se ao içar do náufrago.
Transportaram-se um médico e um socorrista para bordo de uma embarcação onde os seus serviços eram urgentemente requeridos Este treino foi repetido em condições reais poucos meses depois, quando um tripulante de um navio alemão ao largo da nossa costa se encontrava gravemente doente.
Procedeu-se ao transporte de feridos para um hospital, fazendo-se transfusão de sangue em circunstâncias de emergência, durante o voo.
Procedeu-se igualmente ao transporte de bombeiros
Demonstrou-se, enfim, bastante do muito que se pode esperar de um helicóptero
Com certa frequência surgem apelos urgentes e Força Aérea para o transporte de um fendo grave para- Lisboa nalguns casos, o transporte em ambulância automóvel seria fatal, a falta de recursos locais conduziria e morte.
A Força Aérea responde sempre sim Não estando, porém, montado um serviço de urgência e com carácter permanente, só a muito boa vontade dos homens tem conseguido resolver os problemas.
Não sendo ainda hoje viável equipar os hospitais regionais com os recursos técnicos e com as equipas de cirurgiões e médicos especialistas requeridos pela assistência de urgência em casos graves, é viável, sim. montar um sistema de transporte, rápido e não traumatizante, para os grandes hospitais de Lisboa, Coimbra e Porto.