O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

11 DE MARÇO DE 1967 1437

(...) do saber. E o saber, Sr Presidente, é a moda propulsora para todos os desenvolvimentos
Não lia economia nem Civilização compatíveis com a época em que vivemos sem o mínimo de desenvolvimento intelectual que permita o conhecimento dos factos e a compreensão das ideias. O analfabeto é um ser anacrónico, direi mesmo que é um retrógado, no sentido de que nos conduz ao primitivismo da escala humana Combatei esse estado, em que vitoriosas batalhas já foram ganhas é uma constante da nossa política, que por nenhum preço devemos relegar para um plano secundário Nessas batalhas tem jus ao reconhecimento de todos os portugueses o nosso ilustre colega Dr Veiga de Macedo, que, como Subsecretário de Estado da Educação, fez baixar a níveis europeus o índice do analfabetismo em Portugal. Bem haja. Mas, Si Presidente, o que já se fez obriga a fazer mas cada vez mais e melhor. Assim o exige o prestígio da nossa doutrina e, mais ainda, o indispensável prosseguimento da política de valorização do indivíduo e da grei. Promover uma adequada instrução primária é pôr em marcha o mais potente motor dos desenvolvimentos múltiplos da Nação Portuguesa.
Essa política tem de ser seguida, e prosseguida, como caminho seguro, que todos pretendemos, para maior grandeza da nossa querida Pátria
Évora, o distrito de Évora, espeta e confia, que não será olvidado. Precisamos de mais escolas e de mais professores
Aproveito, Sr Presidente para rogar, como é do inteira justiça, uma melhor compreensão para esses valiosos servidores, verdadeiros baluartes das estruturas mestras da Nação Portuguesa
O professorado primário bem merece, pelos serviços que presta, uma atenção especial dos nossos governantes. A sua missão de sacerdócio e bem servir está acima de qualquer banal elogio, mas, é verdade, necessita de Viver com dignidade e independência, e hoje vive mal e com fracas possibilidades de sobrevivência Reclamo, Sr Presidente, uma especial atenção para esta prestigiosa classe
Passando ao ensino secundário, tanto no aspecto clássico como no técnico, o distrito de Évora está longe Sr Presidente, de se considerar bem servido
A escola técnica de Évora necessita, ingentemente de ter novas e amplas instalações. Não há motivos estéticos ou técnicos que possam retardar a sua construção. Tudo tem remédio nesses capítulos. Só não tem remédio a manutenção de situações que inibam ao maior número o acesso fácil a um ensino eficiente e probo. Turmas superlotadas, aulas pletóricas quadros docentes desfalcados, são elementos de atraso no desenvolvimento das camadas escolares, o que, com verdade, equivale a dizer, caminhos conducentes a um atraso que não queremos, e não queremos todos, o todos somos muitos para que nos possam desprezar
O que todos queremos, Sr Presidente, ninguém o pode ignorar
Évora necessita, necessita com urgência além da escola que acabo de referir, de outra mais. Duas escolas técnicas para Évora são um mínimo com vista a um futuro que, embora alguns não acreditem, é já amanhã
Mãos à obra com urgência, para que a nossa geração e a nossa política de verdade não sejam pela história que nos julgará, cognominadas, com verdade, do imprevidentes
Mas Évora, Sr Presidente não é apenas a cidade monumento de Portugal, é ainda a capital de um distrito com centros populacionais de alto interesse. Lembrarei que Vila Viçosa, pólo de uma vasta região, necessita de juntar às suas glórias do passado, passado promissor de largo e fecundo futuro, uma escola técnica que lhe permita formar as gentes que hão-de prosseguir no desenvolvimento das riquezas da sua ubérrima terra. Há os mármores, os azeites, as florestas, a cerâmica, os mais variados produtos da terra, à espera do técnicos que promovam a sua industrialização e o seu comércio. Temos que agir aqui, também, «depressa e em força» Mas, Sr Presidente, nem só a fidalga Vila Viçosa é credora das atenções, neste aspecto, do Poder Executivo O mais jovem dos concelhos do distrito de Évora, de Portugal continental até, bem justifica o velho aforismo que nos diz os últimos são os primeiros. Refiro-me a Vendas Novas
Teria de vigorosos anseios Com uma população constituída por um amálgama de originários de várias províncias, tem a inevitável vitalidade das sociedades de recente criação. A par dessa heterogeneidade humana, está situada na confluência de dois tipos de terras diferenciadas pelas suas qualidades inatas e pela diversidade dos seus processos e tipos de cultura o Alentejo e o Ribatejo. Esta simbiose dá resultados economicamente dignos de atento estudo Há terras de trigo junto de terras de milho. Há florestas de sobro consorciadas com pinhal. Há regadio natural com sequeiro de fraca rentabilidade Há pomares e vinhedos junto de olivais e terras maninhas. Desta diferenciação resultam, na população, caracteres distintos e fortemente diferenciados
A sede do concelho, com um sentido industrial ]á definido há longas décadas, é bem a expressão deste todo em que, paradoxalmente, a heterogeneidade criou um tipo, que se destaca na planície alentejana a que pertence, de unidade altamente apta para aceitar e cumprir as regras básicas de um alto desenvolvimento regional. Há que referir, pelo incentivo, a que chamarei, mal certamente, por osmose, a presença, há largos anos, da Escola Prática de Artilharia. Dos componentes, em sucessíveis gerações, da guarnição desta escola têm saído, pelo exemplo e pela acção directa, os maiores impulsos para o desenvolvimento de Vendas Novas. Benéfico exemplo das virtudes castienses ao serviço da população civil. Acresce, ainda uma salutar política municipal, orientada no maior sentido da promoção local, sem a asfixia, que noutros concelhos se verifica, de uma exagerada tributação municipal. Os frutos dessa política estão à vista, largos passos dados na industrialização de Vendas Novas
Mas, ainda no campo do ensino secundário, também Vendas Novas precisa de uma escola técnica onde se possam formar os jovens que hão-de constituir os quadros qualificados indispensáveis ao seu crescente desenvolvimento. É axiomático dizer que só com operários e técnicos devidamente especializados se poderá processar o progresso que todos desejamos para a terra portuguesa. A escola técnica de Vendas Novas tem de ser uma realidade, realidade em curto intervalo de tempo, se não queremos olvidar a realidade dos factos
Mas Vendas Novas tem, ainda, outra necessidade instante no sector do ensino secundário, e para isso ]á foi dotada, no testamento do falecido rei D. Manuel II, com os meios, todos os meios, indispensáveis a criação de uma escola agrícola, que bem poderá ser a melhor do País. Não compreendo, e comigo muita gente, por que se não deu cumprimento ao testamento do falecido monarca. Talvez tenha de voltar a este assunto quando tiver em meu poder os elementos que mo foram prometidos

Vozes: - Muito bem!