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1464 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 81

das nascentes atingiram mais de 26 milhões de litros, com o valor em contos, de 40867.
Desde 1936 que a frequência mostra carácter ascensional francamente animador embora, por vezes, de uns anos para os outros, se registem variações neste ritmo de crescimento por causas que conviria determinar para mover o seu saneamento.
O panorama afigura-se-nos absolutamente encorajante para mais se atentarmos que ele desdobra ao longe de dez anos significativos da nossa realidade sócio-económica.
Ainda relativamente ao ano de 1965, e ao número de inscrições então verificado, podemos anotar o número de dormidas nos estabelecimentos hoteleiros termais, que foram em relação a nacionais e estrangeiros, respectivamente de 90000 e 20000. Resta especificar que as dormidas totais observadas no País em 1965, foram, também respectivamente, de 3240 e 2800000.
O contrato dos números assim dados, logo, sem grandes congeminações, nos faz ressaltar a nula ou fraca intervenção na nossa vida termal das correntes turísticas internacionais e a relativa importância que ela assume no nosso turismo interno.
Se nos lembramos de que a maioria das termas funcionam escassos meses no ano, em centros isolados ou de pequena importância demográfica, com um equipamento hoteleiro limitado que representa apenas 17 por cento da capacidade total do País e que normalmente encerra o seu funcionamento com a actividade termal então talvez para nós assuma a devida importância e o seu alto significado o facto de as dormidas nas termas representarem 25 por cento das dormidas totais de nacionais.
Já a fraca importância do turismo internacional termal me parece devida a um desconhecimento quase absoluto de existência das nossas águas e á falta de uma propaganda inteligente e activa sobre a sua localização, a sua variedade e a excelência dos seus ambientes.
Não resisto á tentação de contar a história verdadeira de uma senhora estrangeira que se deslocou ao nosso país em passeio, aproveitando para fazer determinado tratamento de lamas de que tinha vago conhecimento. Chegada, ocorreu a certo departamento turístico onde lhe for respondido, perante a sua insistência, que não se faziam tais tratamentos em Portugal. E foi só por estar a lamentar-se da sua sorte no atuo do hotel onde se hospedaria que uma pessoa presente a elucidou devidamente da localização das termas procuradas, que atrás distavam demasiado do ponto de estada da turista.
E a referida senhora, se possuísse algum sentido de humor, certamente não deixaria de voltar ao tal departamento turístico a fornecer uma informação de que o mesmo parecia carente.
É sintomática esta pequena história com o seu travo anedótico, e revela bem o desconhecimento e o abandono a que são votadas as nossas termas no seu aproveitamento pelas correntes turísticas internacionais. Creio que uma íntima colaboração entre os concessionários termais e os departamentos centrais e locais de turismo poderia permitir o aparecimento daquela campanha salutar que levasse os estrangeiros até ás nossas termas.
Que tornasse mais consentâneas as percentagens da sua frequência, muito inferiores ás verificadas nos estabelecimentos termais austríacos ou italianos, e que de certa forma fosse de encontro ás necessidades e aos interesses de repouso e recuperação de muitos desses turistas que anualmente nos visitam.
Mesmo não devemos deixar de Ter em atenção a larga percentagem turística que nos +e fornecida pelos nossos vizinhos espanhóis em ascensional nível de vida, e que a dos passos, poderiam juntar o útil ao agradável numa digressão de curiosidade pelo nosso país.
Mas uma intima colaboração de esforços eu gostaria ainda de apreciar no estudo e no fomento da frequência termal por parte da corrente turística nacional. Porque, apesar da importância da participação já verificada apesar do aspecto optimista do seu ritmo de crescimento, a verdade é que o movimento termal não está ainda a dizer, por ser relativamente modesto, com a quantidade e variedade das nossas águas.
Fizemos já a demonstração de os elementos condicionantes do turismo geralmente considerado, atenta a importância exclusiva das termas como factor puro de turismo donde se pode extrair seguramente, dado o carácter rígido e permanente do equipamento a montar.
Investimentos e estudos que urgia realizar e a que se prestasse todo o apoio oficial, fomentando-os auxiliando-os e criando-lhes um puro ambiente de vivacidade executiva.
Vem agora a propósito lembrar que provenho de uma região privilegiada sob o ponto de vista termal. Efectivamente, o Norte do distrito de Vila Real, de estâncias em funcionamento apresenta o número, nada menos, de cinco - Pedras Salgadas, Salus Vidago, Chaves e carvalhelhos. Uma delas notoriedade recente, outras de longos créditos firmados no historial das nossas termas.
Mas quer nas antigas quer nas modernas, se vem de registar últimos anos um afã que tem muito de apreciável e revelador.
Falamos já na constituição do balneário a que a Câmara Municipal de Chaves vai meter ombros, isto após Ter procedido á feitura de um parque termal de amplas perspectivas e recorte moderno ladeando o rio Tâmega.
Na estância de Vidago, levou-se a cabo a modernização e ampliação do equipamento industrial de engarrafamento constituiu-se piscina de bela concepção, num adequado enquadramento paisagístico, que tem sido ponto de reunião e divertimento até para os nossos vizinhos fronteiriços.
Em Carvalhelhos situada numa região de inegável valor documental e de características curiosíssimas ampliou-se a indústria a de engarrafamento de água procedeu-se á construção de uma magnifica unidade hoteleira excelentemente situada e rasgada de ar e de luz.
O que se passa no meu distrito, no capítulo de águas termais, é bem elucidativo, e bom seria que esta tendência fosse acarinhada e dinamizada, de forma que os estabelecimentos termais se expandissem, ocupando o lugar a que têm direito adentro da indústria turística, modernizando-se como unidades indispensáveis á vida esgotantes dos nossos dias cientificamente equipados para além de uma fase de empirismo e de frequência blase, que já se não compadecem com a época em que vivemos.
Chegou a altura, para não deixar fugir esta oportunidade de dedicar duas breves palavras ao meios de transporte e ás vias de acesso á região vila-realense.
E faço-o por duas razões por constituírem uma das infra-estruturas, e das de mais interesse, adentro do fenómeno turístico, e por representarem, desde sempre e como deixei de antever no princípio desta intervenção, um dos problemas vitais da zona transmontana, condenada desde tempos memoriais a um isolamento forçado, sem