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15 DE MARÇO DE 1967 1403

rodas vivas, tema das nossas preocupações alcandorado pela nossa excelente vontade quase a penaceira para todos os males.
Eu tenho a noção das suas mil e uma ampliações, da sua vastíssima rede de infra-estruturas da fluidez dos seus elementos condicionalistas. E precisamos por Ter noção de tais dificuldades é que não me cobro de prestar homenagem aos homens que em vista de afluxo turístico internacional aumentaram e realizam as estruturas num país quase desprovido de equipamento adequado, num espaço de tempo diminuindo mais reduzido ainda pela avalancha sempre crescente de visitantes.
Mas por Ter também presente tal complexidade não posso deixar de temer certas soluções, determinadas falhas ou a verificação de resultados que talvez se não mostrem os mais harmónicos.
Vivemos dominados pelas implicações económicas do turismo e pelo relevo que este aspecto vem a assumir incontestavelmente. E o que me preocupa sobretudo é a realidade humana que ele representa, fruto que é de determinada necessidade ou da satisfação de certos anseios.
A procura de contacto humano que lhe está sub acente a natural curiosidade que impede o homem para o homem para outras paragens e para o conhecimento de outros sistemas de vida faz sobressair fundamentalmente uma inconsciente sede de particularidade e individualismo talvez no propósito de se reconhecer que é na indiocissinciasia e no reconhecimento de cada um que melhor nos compreendemos e mais perfeitamente nos fixamos no mundo compreendermos e mais perfeitamente nos fixamos no mundo conscientes da interdependência e da riqueza e da realidade humana.
Daí esta verdade comezinha e quase primária - toda a política turística deve procurar valorizar todo o que pessoalmente nos caracteriza a diferença, criando aquele clima de autenticidade que o turista afanosamente procura.
Tenho por isso receio da criação esgotante de limitadas zonas de turismo, provocando assimetrias profundas e reduzindo notávelmente o conhecimento e o estudo de toda uma realidade nacional.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Com o perigo provincial de essas zonas por uma tendência natural e comodista se converterem em zonas de convívio internacional absolutamente incaracterísticas e localizáveis em qualquer [...] de qualquer latitude.
Por outro lado gostaria de ver desenvolvido o nosso turismo interno permitindo e facilitando uma ampla troca de pessoas e factores regionalistas. Por outra banda desejaria uma actuação de fomento a base de um planeamento regional com o aproveitamento de todas as potencialidades e valorização de todos os particularismos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não esquecendo evidentemente que para além da criação de pólos de atracção turística do seu fácil acesso e do estabelecimento de condições mínimas de comodidade surja paralelamente provocar circunstâncias para a fixação ou permanência do turista.
Independentemente das motivações de repouso ou evasão que encaminham o visitantes, é nessa não por de remissa a conveniência de dilatar a sua permanência proporcionando-lhe centros de interesse e convívio fornecendo-lhe um somatório válido de diversões e visitas de estudo ou satisfação de curiosidades ambientando-o num clima de tempo efectivamente ocupado, rodeado pela cortesia e afabilidade dos autóctones.
Para tão vasto programa há que lançar mão de todos os factores valorativos e, sobretudo impulsionar aqueles que se mostram mais válidos e podem proporcionar uma maior rentabilidade por serem condicionados por elementos mais financeiramente estáveis.
Estas minhas considerações, Sr. Presidente rápidas e sintéticas, surgiram simplesmente por atendermos ao valor da nossa riqueza termal quer pela gama variada das suas águas, quer pelo seu notável potencial de interesse turístico.
A evolução social a facilidade dos transportes, uma nítida melhoria de teor de vida, as amplas perspectivas abertas pelo termo da ultima conflagração mundial, aproximando os homens na sua luta de recuperação e realização, ultrapassam de muito um turismo de deles, estabelecendo as bases para um turismo de massas, variado e poliforme.
Vive-se nesta época de conquistas espaciais e de envolvimento pasmoso da técnica, um período fabricante, desgatador e de energias, causador de inibições, em que se requerem períodos de recuperação ou repouso e em que se procuram porque as condições assim permitem, ambientes diferentes - quantas vezes uma pura e simples mudança de ambiente nos permite um estabelecimento pronto e até uma mais lúcida e pertinente visão do nosso ambiente habitual.

Vozes: - Muito bem!

O Orador : - Quer a motivação que desloca o turista seja um puro desejo de evasão, uma ânsia de divertimento, um propósito de contacto com outras mentalidades flagrantemente se nota nela a necessidade meprimível de uma recuperação física e mental, a necessidade do estabelecimento de um equilíbrio funcional absolutamente indispensável para aguentar as solicitações e desendicamento da vida moderna.
Neste aspecto vemos destinado um amplo futuro aos estabelecimentos termais, porque além dessa necessidade social e de reequilibro, eles oferecem-nos a vitalidade palpável de proporcionarem a cessação ou atenuação de males-estares físicosm, originados por dispares razões de uma agudeza permanente, que obrigam a uma permanência com certa duração contra deslocações contínuas, já em si mesmas esgotantes.
Talvez que as nossas termas ganhem assim o sentido de outras utilidades que não apresentavam umas décadas atrás fechadas que estavam a uma frequência privilegiada, e agora muito fora do ambiente que delas nos transmitia a pura vivaz de Ramalho Ortigão.
Reparamos por outro lado, no equipamento complexo que elas exigem desde instalações hoteleiras a aplicações medidas desde instalações desportivas a programas de repousante diversão, termas de certa forma abertas, adentro de uma sensação localizada de repouso, bem longínquas das condições de traçado da maioria dos nossos complexos termais, velhos de 30 anos.
Foi-nos dado ler não há muito tempo um estudo sobre a frequência e obrigação das nossas termas com razões e soluções abertamente aceitáveis e que vieram de encontro a muitos dos meus pontos de vista.
Vejamos relativamente ao ano de 1965, as termas portuguesas registaram 3316 inscrições no valor de 3738 contos. Neste mesmo período, as aplicações ascenderam ao valor de 7332 contos e as águas minerais saídas