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27 DE NOVEMBRO DE 1967
Em Angola, a colheita de café, de importância preponderante na actividade agrícola da província, terá registado sensível acréscimo (4 por cento), embora inferior ao que se observou na campanha anterior. Aliás esta evolução coaduna-se com a política tendente à limitação da produção, de harmonia com compromissos assumidos internacionalmente. Com efeito, além da proibição no ano transacto, em quase todo o território da província, de novas plantações de café Eobusta, estão em curso estudos sobre as possibilidades de diversificação de culturas e de instalação de actividades económicas substitutivas em certas regiões produtoras de café. Nesta província terá ocorrido ainda recuperação da produção de milho.
Quanto à cultura do tabaco, prosseguiu o seu desenvolvimento em Angola e Moçambique, em correspondência com a procura por parte da respectiva indústria, quer das províncias, quer do continente. Assinale-se a acção empreendida em Angola na substituição de variedades cultivadas e no aperfeiçoamento das práticas de cultivo e das técnicas de tratamento, tendo em vista a melhoria da qualidade do tabaco. Além disso, apresentam-se favoráveis as perspectivas quanto à sua colocação nos mercados externos. Em fase ainda experimental, a produção de sementes de girassol em Angola deve atingir no ano em curso volume apreciável.
Também a produção de algodão terá aumentado de forma sensível na campanha de 1967 em Angola, devendo notar-se que tem vindo a crescer a participação do sector empresarial no volume total da produção. Em Moçambique, porém, a colheita de algodão deve ser ligeiramente inferior ao valor médio dos últimos anos.
Embora se tenha mantido estacionária em Angola, a produção de açúcar das províncias ultramarinas revelou acentuada expansão. Com efeito, em Moçambique verificou-se acréscimo de 14 por cento, pelo que a participação da província no volume global de açúcar produzido no ultramar se elevou para cerca de 75 por cento. Não obstante esta evolução, a produção de açúcar continuou a mostrar-se insuficiente para o abastecimento do País, embora se espere que a situação tenda a melhorar depois da concretização das iniciativas em curso neste sector em Angola e Moçambique.
Por sua vez, a produção de sisal acusou contracção, a que não foi alheio o desinteresse dos produtores, em face do baixo nível das cotações. Como não se antevê alteração desta situação a curto prazo, é de esperar que se verifique a reconversão de algumas áreas ocupadas com aquela cultura, especialmente em Angola. De facto, a evolução das cotações tem influído de forma menos intensa na cultura do sisal em Moçambique, onde a área cultivada se expandiu mais lentamente.
Em Angola e Moçambique a actividade pecuária tem evidenciado franca expansão, de acordo, aliás, com as suas potencialidades naturais e em paralelismo com o aumento do consumo nas províncias e com as necessidades de abastecimento de carne à metrópole. No decurso dos quatro primeiros meses de 1967 o volume de reses abatidas para consumo nas 38 principais localidades de Angola aumentou de 4 por cento, em relação a igual período do ano anterior. Nesta província tem também revelado incremento a criação de carneiros caracul.
A produção de bananas em Angola e Cabo Verde terá continuado o rápido desenvolvimento que vinha a verificar-se, dadas as possibilidades verificadas no abastecimento do continente.
Além do incremento verificado na produção de bananas, a província de S. Tomé e Príncipe tem beneficiado de melhoria das cotações do cacau, que foi objecto recentemente de um acordo internacional com vista à estabilização dos preços.
65. Nas indústrias extractivas tem vindo a operar-se significativo progresso, revelando-se particularmente favoráveis as perspectivas sobre a sua evolução nos próximos anos.
Os elementos referentes ao 1.° trimestre do ano em curso evidenciam acréscimo de 16 por cento da produção de diamantes em Angola, onde prosseguiu a extracção de minério de manganês, retomada no ano transacto. No mesmo período, a extracção de carvão em Moçambique elevou-se de 11 por cento, na sequência da recuperação observada em 1966.
Embora os números sobre a produção de petróleo em bruto e minério de ferro em Angola denunciem declínio no 1.° trimestre, é de prever significativa progressão da produção mineira para o conjunto do ano. Com efeito, a extracção do minério de ferro deve atingir volume considerável, devido ao início da exploração das minas de Cassinga. Por outro lado, a exploração dos vastos recursos petrolíferos recentemente detectados em Cabinda, que virá a proporcionar ao País lugar de relevo entre os principais produtores mundiais, prevê-se que será iniciada nos últimos meses de 1968, devendo atingir um volume de produção anual da ordem dos 7,5 milhões de toneladas no final de 1970. Os meios financeiros programados para este empreendimento ascendem em 1967 e 1968 a cerca de 3 milhões de contos.
E de assinalar ainda que foi autorizada no corrente ano a realização de contratos relativos à prospecção, pesquisa e exploração de petróleo em S. Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique.
Além disso, a actividade mineira em Moçambique deverá vir a intensificar-se com a exploração dos jazigos de minério de ferro recentemente descobertos.
Parecem delinear-se também boas perspectivas em Cabo Verde quanto ao aproveitamento de calcários e pozolanas, em ligação com a instalação na província da indústria do cimento.
66. Na actividade da pesca teria prosseguido no corrente ano a evolução favorável observada em 1966. Com efeito, no 1.° trimestre de 1967 a quantidade de pesca desembarcada nos portos de Angola e Moçambique excedeu a do período homólogo do ano precedente em 6 e 10 por cento, respectivamente.
Em face deste desenvolvimento, têm vindo a instalar-se no Sul de Angola novas unidades, de técnica evoluída, destinadas à congelação de peixe e à preparação de farinha e óleo de peixe. Por seu lado, em Moçambique deverá instalar-se em breve uma frota de pesca com a participação de capitais nacionais e estrangeiros, que será apoiada por uma doca seca e câmaras frigoríficas.
Em Cabo Verde esta actividade tem continuado em desenvolvimento, devendo ainda salientar-se o apoio prestado às frotas estrangeiras que pescam nos mares do arquipélago. Com vista a promover a intensificação desta actividade, foi autorizada, pelo Decreto-Lei n.° 47 537, de 16 de Fevereiro último, a concessão do aval do Estado a um empréstimo externo, no montante de 74" 500 contos, contraído pela principal empresa de pesca da província para aquisição de atuneiros.
67. A produção das indústrias transformadoras, especialmente em Angola e Moçambique, terá continuado a