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9 DE JANEIRO DE 1971 1289

O Sr. Roboredo e Silva: - Sr. Presidente: Serei breve, pois o que importa é não deixar passar em julgado, sem uma palavra de aplauso na Assembleia, a promulgação do diploma saneador que o Governo, paio Ministério da Justiça, acaba de anunciar, relativo à disciplina da transacção de lotes de acções de sociedades anónimas, cuja posição financeira, deve deduzir-se, tenha declarada influência ou forte projecção nas actividades económicas da Nação.

Vozes: -Muito bera !

O Orador: - Trato-se de matéria da mais alta relevância, que requerei), da parte de quem sobre ela se debruçou, coragem moral, percepção dos acontecimentos e disposição para enfrentar problemas de manifesto interesse nacional que poderiam interferir, KG não disciplinados, com os mais fundos alicerces da vida do Estado e da própria Nação.
Não há dúvida de que estamos em pleno decurso de uma nova época de realidades fecundas o positivas, que não podem deixar de merecer o aplauso de todos os portugueses, nomeadamente daqueles que há muito se batem por governos fortes, mas justos, progressivos e capazes de encarar corajosamente todas as dificuldades, em que nem grupos financeiros e economicamente poderosos, que põem, porventura, os seus interesses acima dos da Nação, nem pretensas organizações, mais ou menos desorganizadas, de carácter subversivo possam proliferar.
Estas últimos dois dias foram indiscutivelmente decisivos para a Administração, pois a comunicação do Sr. Ministro da Educação Nacional sobre a reforma do ensino e educação, a que ontem foi dado devido relevo na Câmara através da palavra autorizada do Sr. Deputado Pinto Machado, e o diploma a que me estou referindo suo dois marcos miliários da política acertada, renovadora e eminentemente social do Governo que, felizmente, preside nos destinos da Nação.
Como português e militar, totalmente independente nas minhas opiniões e nos meus conceitos, avesso a louvaminhas e a sociedades de elogio mútuo, que nada pretende do Estado mais do que servi-lo até onde ainda possa ter algum préstimo, pondo de lado canseiras e objectivos pessoais, desejo afirmar bem alto que estou com o Governo neste momento e estarei sempre que as suas atitudes e decisões tiverem, doa a quem doer, como finalidade sanear, disciplinar e cortar as réniges e rectrízes, permita-se-me a expressão, a quem pretenda voar demasiadamente alto, afugentando, por exemplo, o pequeno aforro, que á elemento fundamental de uma economia nacional verdadeiramente sã.
Partidário convicto de vasto apoio à iniciativa particular, quo á a base do progresso económico e até social da Nação, considerando os empresários competentes, dinâmicos e honestos como pilares do desenvolvimento e engrandecimento da Pátria, também entendo que os empresários só merecem ajuda e consideração quando não têm como objectivo pôr os seus interesses acima de tudo, numa ânsia de lucro e ganância e, quiçá, de outras metas, que são mais que condenáveis. Se assim têm de ser sempre apreciados, nesta fase melindrosa e delicada da vida nacional em que se fazem sacrifícios sem conta de vidas e fazenda para defender a integridade das populações e da terra portuguesas, esta apreciação tem de ser muito mais drástica.

Vozes: -Muito bem !

O Orador: - Bem haja, pois, o Governo pela aplicação de tão oportuna medida.

Vozes:.-Muito bem, muito bem! O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Alberto de Alareão: - Sr. Presidente; Precisamente na mesma tarde (10 de Dezembro de 1970) em que agradecia ao Governo a atenção dispensada a muitas das questões por nós levantadas na passada sessão legislativa, o Sr. Ministro da Educação Nacional dignava-se receber os professores de Didáctica das escolas do magistério primário de todo o Pais, em Lisboa reunidos para apreciação de assuntos respeitantes à sua função pedagógica e actualização de conhecimentos.
Ao apresentar os cumprimentos, o inspector do ensino normal fez-se eco dos anseios quanto h situação e vencimentos destes professores, já aqui por nós trazidos a esta Assembleia em 27 de Fevereiro último.
S. Exa., era resposta, declarou que a situação assinalada, e já do seu conhecimento, só podia ter sido devida H esquecimento, que todos estavam apostados a alterar rapidamente, com quo todos nos louvamos e desta tribuna, em seu nome, agradeço.
«Desde os tempos mais recuados, o fogo foi sempre para o homem, um amigo e um inimigo, primando em fazer pagar caro e inexoravelmente os inapreciáveis serviços que lhe presta.» Contudo, suma vez as grilhetas quebradas, não conhece mais a sua força e destrói tudo o que encontra a sua passagem. Esteja onde estiver, o homem não pode viver sem este elemento. Porém, o seu primeiro cuidado deverá ser afastar o espectro do incêndio e, desarmando o fogo, fazer dele um amigo». Assim se escreveu em revista da moderna detecção de incêndios Cerberus Alarm.
Em intervenção que já não ti vemos oportunidade de fazer na passada sessão legislativa, mas que nem por esse facto perdeu actualidade, antes ganhou ressonância o assunto, havíamos escrito:
Já se anuncia a Primavera, vem ai a chegar o tempo quente e seco ... - significa tal que irão começar a surgir novos focos de incêndio nas florestas de Portugal.

Uma vez mais o fogo foi notícia no ano transacto em matas portuguesas.
Dos montes de Santa Luzia, em terras de Viana, aos perímetros florestais de Arcos de Valdevez-Ponte de Lima e às matas do Estado de Vila Real; de Valongo e Santo Tirso ao Marão e as terras de Monte Redondo, em Castro Daire; das encostas de Sever, junto ao Vouga, a Vouzela e S. Pedro do Sul, a Guarda, à serra de Leomil; lá nos altos de Almeida-Sabugal; da Doa Viagem aos ferradores de Coimbra, às matas do rio Crês, em Santa Comba-Mortágua, a Tábua e Oliveira do Hospital; das matas de Soure a serra da Lousa e a sua cercadura de fumo e fogo Poiares-Arganil-Góis-Pampilhosa da Serra-Castanheira de Pêra-Pedrógão Grande-Figueiró dos Vinhos, ou subindo à Gardunha, a Argemela, lá para o Fundão-Covilhã; da região de Leiria a Ferreira do Zêzere, da serra dos Candeeiros ao maciço florestal da região de Abrantes e a Quinta do Arrepiado, na Chamusca; em Torres Vedras, na desnudada agora serra de Montejunto, em Rio Maior, em Sintra, na região de Louros, um pouco ,por toda a parte na Costa do Sol e Outra Banda, da serra de Grândola a Santa Bárbara de Nexe, no Algarve, foram línguas de inferno dantesco que surgiram, neste