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3 DE FEVEREIRO DE 1971 1551

humildemente, considero uma verdadeira reforma -, eu pasmo como se pretende misturar o direito de a discutir com um verdadeiro incitamento em a destruir, seguindo-se, assim, o caminho recomendado e anunciado pela subversão que reinou nas Universidades, comandada por elementos a ela estranhos. E se confunde, com tudo isto, a natural reacção do País e da própria juventude, aquela que não quer ver misturada com a desejada reforma a revolução, doutrinada, anunciada e subsidiada pelo dito partido comunista, em clandestinidade. Essa mesma revolução que não visa apenas a Universidade, mas a própria administração pública, as forças armadas, as empresas privadas e a sociedade; em suma: a Nação!

E podem continuar chovendo as ameaças, que jamais calarei a voz da minha consciência de político e de português!

Vejo condenar, indistintamente, toda a espécie de extremismo, afirmando-se que são os conservadores os mais perigosos e os grandes culpados do que se passa quanto à chamada crise da juventude, ou universitária. Como já ouvi condenar as forças armadas, por não terem ganho ainda á guerra de África... Oiço atacar a autoridade e a firmeza, mesmo quando é chamada a travar a violência revolucionária! Felizmente que o Governo mostrou, solidariamente, que não hesitará em usar de uma e de outra coisa, mesmo sem ter de ter em atenção o brado da Nação, consciente e ordeira, para reprimir certa agitação universitária que andava paredes meias com n subversão!

Haverá quem hesite em chamar os bombeiros com a casa a arder, apenas por medo que o ataque ao fogo moleste alguns móveis o adornos de estimação.... pessoal? Será que apenas se devem tomar providências quando estiver reduzido a cinzas um património multissecular? Será isso que querem os pacifistas ou quem condena o uso da autoridade, tudo quanto se reclama como medida indispensável a fria análise da reforma universitária, ou quaisquer outras que o Pais venha a carecer, e algumas serão?

Será, finalmente, que também o Governo tem receio de ver o ensino transformado, e as consequências sociais e políticas que daí possam advir?

Que mau conceito terá, quem assim pensar, dos governantes, das suas intenções e, sobretudo, da própria juventude, que tantos pretendem fazer, crer que estão defendendo, formando e informando ...

Terão alguns erros, e bem graves, os tão desacreditados conservadores! - O de não terem sabido, por exemplo, separar a tampo o trigo do joio, mas isso .. . quem não se engolia? Agora, francamente, o que não vejo é como responsabilizá-los pelo que se tem passado portas adentro de algumas Faculdades de Lisboa! Cartazes subversivos, slogans infamantes para a guerra do ultramar, dísticos de propaganda comunista, insultos ao Governo e às forças armadas, etc.

Será esta a maneira de se defender a reforma universitária, ou a maneira livre do a discutir?

Sr: Presidente: Sinto que me alonguei demasiado, e, sinceramente, não queria fazê-lo. Não posso, contudo, calar o meu receio e as minhas dúvidas perante o que oiço e que, de quanto mais alto vem, mais perigoso se torna, mesmo sob o rótulo de bons intenções ... dentas está o Inferno cheio!

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Linhares Furtado: - Sr.: Presidente e Srs. Deputados. Antes de abordar o assunto que é o objectivo principal desta intervenção, peço desculpa, VV. Ex.ªs

Por não ir directamente a, ele como é meu hábito, mas desejo inserir breves notas a antecedê-lo.

Com a data de 7 de. Janeiro do ano corrente recebi da Direcção-Geral dos Hospitais sete páginas dactilografadas sobre o meu requerimento de 7 de Abril de 1970. A explicação desta gestação quase a termo, oito meses, é dada no preâmbulo que cito: "Alguns dos pontoa focados tinham implicações com serviços de outros Ministérios e foram morosas as informações prestadas (algumas sem chegarem a ser fornecidas)."

É isto uma demonstração oficial da desarticulação lamentável que caracteriza a nossa Administração a diversos níveis e cie que tenho sido, mais que uma vez, testemunha e vítima como muitas outras, pelo menos pela dissipação de longas horas o de paciência que seria absolutamente desnecessária para a solução mais perfeita e rápida dos problemas. Lembro-me de situações concretas em que a não colaboração ia ao ponto da oposição total e aberta, dando a ideia de que os interesses em jogo diziam respeito a estados antagónicos ou mesmo inimigos.

Quando tais desequilíbrios se passam a níveis administrativos baixos, são de lamentar profundamente, mas quando estão em causa altos escalões de uma administração pública, que melhor exemplo da tão falada "corrosão da retaguarda" se pode invocar?

A segunda nota justifica-se porque é a primeira vez que nesta Assembleia me proponho falar de problemas referentes à vida hospitalar, portanto, médica, e porque, provavelmente, a esta farei seguir outras intervenções sobre variados aspectos deste sector da vida nacional. Nesta. Comam, têm tido assento nomes dos mais ilustres da medicine portuguesa, a qual tem dado um dos mate valiosos contributos que qualquer classe pode oferecer paia o progresso da sua pátria. Seria desnecessário citar, a este propósito, o único prémio Nobel de que este país ne pode orgulhar.

A todos os duplamente colegas que me antecederam rendo todas os homenagens de modesto médico e Deputado, mas, porque da vida hospitalar me vou ocupar, sinto que não seria justo se não prestasse particular testemunho da mais elevada admiração e respeito pelo nome de Cid dos Santos, que para além da grandeza e superioridade do seu labor de professor e investigador (que justamente o projectaram para muito além-fronteiras nacionais como uma das maiores glórias da medicina portuguesa nas últimas décadas), tem dedicado às questões hospitalares trabalhos que documentam a sua visão superior, dom e isenta. São eles um contributo superiormente válido para a melhoria da situação em que mós debatemos, após um longo período de delírio administrativo, que ia criando, ou criou mesmo, uma autêntica snovo, classe" no sector da saúde.

É todo esse labor numa contribuição ao engrandecimento nacional, que bem merece o repúdio de agravos sofridos e a expressão do mais sincero e desinteressado elogio.

O problema que abordo hoje respeita ao menos qualificado do pessoal do enfermagem que directamente priva com o doente, como tal - os auxiliares de enfermagem. Faço com uma dupla satisfação. Por um lado, bento ser útil aos profissionais, por quem (como por todos os de enfermagem) tendo uma admiração e estima que é fruto das alegrias, tristezas e canseiras vividas comuminente, dia a dia, em prol do doente. Por outro, espero que a solução dos problemas que afligem estes profissionais que tantos sacrifícios fazem, contribua eficazmente para a melhoria da prestação de cuidados de enfermagem aos dela necessitados e para a própria esta-