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14 DE ABRIL DE 1971 1777

rés absolutos - essa permanece, forte e pura, no espírito de todos nós.

Sim! Permanece a recordação ... e permanecem os altos ensinamentos que ela comporta!

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Casal Ribeira: - Sr. Presidente: No seu último discurso, pronunciado no Ponto no passado dia 2, o Sr. Presidente do Conselho declarou, em determinado momento e referindo-se à guerra que no ultramar nos foi imposta, "que ela faz porte de uma vasta conjura internacional, com quartel-general na O. N. U., mas que dispõe por esse Munido fora de numerosos conluiados obedientes ao comando comunista ou à orquestração da propaganda contra o ultramar português". E acrescentou:

Infelizmente lia cá dentro quem rejubile com essa campanha. Meus: quem colabore nela. Com consciência de traição uns. Inconscientes outros. Todos, porém, maus portugueses.

Posto isto, e não se pode deixar de aplaudir vivamente estas palavras e esta afirmação, que, por certo, não se aplica- às chamadas e vilipendiadas direitos - nem mesmo à extrema direita, pois não me parece que enfare nos fosse possível em qualquer circunstância recorrer-se á uma farsa tipo italiano, contra qualquer velho e heróico príncipe Borghese -, há ainda que reter, enfare outras coisas, o conceito do Sr. Presidente do Conselho sobre o f neto de a guerra que sofremos na carne da nossa carne, s que nos leva vidas e fazenda, "não ter frente nem retaguarda".

"A frente", prosseguiu, sé em todos os lugares onde o terrorismo pratica os seus actos de violência, seja Cabo Delgado, seja Tancos. A frente esta em todos os sítios e em todos os momentos em que o adversário procura instalar os suas ideias derrotistas, preconizando o abandono do ultramar, intentando mancebos em idade militar à emigração ou soldados à deserção" (abro aqui um parêntesis para recordar a emoção e a surpresa que provocou no País uma absolvição proferida há semanas na cidade do Porto) "e", prosseguiu o Sr. Presidente do Conselho, "insinuando que está ultrapassado o amor à Pátria ou que já não tem cabimento a ideia da Noção, minando até nas escolas oficiais o moral da juventude a pregando, em palavras doces ou em cantatas nostálgicas, uma paz desvirilizada, feita de cobardias e de cedências perante todas as reivindicações mais atrevidas ou os ataques mais audaciosos."

E por cento, valha-nos Deus, também não podem imputar-se estes crimes nem esta política de sapar a consciência e a resistência nacional às direitas; nem mesmo a extrema direita!

O que é facto, é que, tendo-se verificado na madrugada do passado dia 8 de Março um acto criminoso, com a marca evidente do partido comunista, que, aliás, reivindica a façanha, na frente única da guerra que do estrangeiro nos foi imposta - repito - e pelo estrangeiro á subsidiada, crime esse que visou, com algum êxito, o enfraquecimento dos nossos meios de defesa e ataque, comunicação e transportes, os seus autores, moralmente, pelo menos, parece terem incorrido nos disposições do Código de Justiça Militar, que diz que pode ser condenado à morte ou, se for militar, a morte com expulsão aquele que no teatro da guerra com país estrangeiro auxiliar o inimigo, interceptar comboio ou correspondência inutilizar pontes, vias do comunicação, obras de defesa e ataque; e destruir material dos caminhos de feiro ou do quaisquer meios de comunicação.

Parece, pois, não haver dúvida, nesta guerra com o estrangeiro - não esqueçamos que o quartel-general dos nossos inimigos é na O. N. U., nem tão pouco as incursões que, partindo de territórios vizinhos, diariamente se verificam na Guiné, em Angola e em Moçambique - que os traidores e sobotadores de Tancos estão incursos no crime de alta traição, e como tal devem ser tratados!

A Pátria está em perigo; ninguém duvida que há uma vasta "conjura internacional" para a enfraquecer e aniquilar. Se não usarmos da mesma dureza, ia a dizer impiedade, que o inimigo uso para connosco, o que nos sucederá e como havemos de ser sorgulhosos dos vivos, merecer os nossos mortos"- e continuar Portugal?

Vozes: - Muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Salazar Leite: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: Não tive a felicidade de estar presente no Ponto quando, em 2 de Abril corrente, S. Ex.ª o Presidente do Conselho aí proferiu o seu discurso. Mas não pude evitar o desejo de algumas paJawas dizer ou sobre ela meditar.

Não quero, de modo algum, enveredar pelo caminho fácil das palavras laudatórias, que poderiam ferir fortemente a modéstia de quem proferiu esse discurso. Prefiro, sim, empregar palavras simples de agradecimento, como simples são todos os actos da vida desse homem que tão bem soube compreender a Nação e tão bem soube compreender os Portugueses.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: Ao ler e ao meditar esse discurso, devo dizer que aquilo que mais senti foi que esse discurso era todo ele uma chamada de consciência para os Portugueses. Chamada de consciência perante situações que temos de enfrentar, situações que temos forçosamente de vencer. Refiro-me especialmente, e já nesse sentido também, se referiu o Sr. Deputado Casal Ribeiro, que me precedeu no uso da palavra, à guerra que nos é imposta, àquela que, como muito bem disse S. Ex.ª, tanto é guerra em África como em Tancos, e em que os homens que nela entram estão na primeira linha, pois tanto a frente como a retaguarda são a primeiro, linha.

Esse, portanto, um dos aspectos que me impressionou no discurso: a chamada de consciência do verdadeiro português para encanar de frente essa guerra que lhe é imposta, para lutar a fim de atingirmos a vitória. Mas essa vitória devemos de olhar para ela, infelizmente, partindo do princípio de que temos de atacar, como muito bem disse o Sr. Presidente do Conselho. Gostaria de ver se seria possível que olhássemos sobretudo para ela procurando atacar no sentido da paz, isto é, procurando, tanto quanto possível, desenvolver os nossos meios de acção, demonstrar a todo o Mundo que somos capazes de fazer aquilo que a História nos impôs desde que demos novos mundos ao Mundo, desde que tomámos sobre a nossa alçada a orientação e a condução dos populações que ocupavam esses novos mundos.

Esse seria realmente o desejo ardente de um homem de paz. Mas porque tenho os pés assentes na terra, embora desejando ardentemente a paz, não vejo que haja possibilidade de o fazer sem que todos os portugueses se unam numa frente única, paia conseguir o desenvolvimento de uma nação que é a nossa e mostrar que Portugal tem lealmente o direito de se encontrar a par das grandes nações do Mundo.

Neste momento estou-me a referir principalmente a um facto que também foi focado pelo Sr. Presidente do Con