O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

23 DE FEVEREIRO DE 1972 3205

no plano político, com realce para a institucionalização doa congressos do povo guinéu, consolidando a sua inserção na estrutura geral da província. Não entraremos em pormenores sobre estos numerosas realizações, que bem o mereciam, nem tão-pouco acerca do vasto programa de desenvolvimento da cidade de Bissau, igualmente programadas para o corrente ano de 1972, para não alongar em demasia esta exposição.

Queria apenas, para terminar, referir a notável participação das populações na defesa civil da Guiné, prova bem patente do portuguesismo das gentes daquela parcela da nossa terra. Segundo o general Spinola, cujo nome ficará, sem dúvida, inscrito, em letras maiúsculas- na nossa história ultramarina, prevê-se o "levantamento de mais 15 pelotões de milícias, num total de 500 milícias. Recompletamento do corpo de milícias, em ordem a atingir o total de 900 milícias. Estruturação da Organização Provincial de Voluntários de Defesa Civil da Guiné, com & criação de sectores, subsectores e núcleos, respectivamente nas áreas dos concelhos administrativos, postos administrativos e povoações de maior importância. Distribuição' de armamento colectivo às populações em autodefesa e melhoramentos e conservação das organizações defensivas".

Por este rápido bosquejo poderá avaliar-se, ainda quê muito sumariamente, o magnífico plano sócio-político-económico em curso na Guiné, no presente ano de 1972, plano que dignifica não só a sua portuguesa gente e o seu mentor, mas também todos nós, que fazemos parte integrante do mesmo grande Portugal.

Sr. Deputado Martins Nunes, compreenderá, assim, V. Ex.ª, melhor do que qualquer outro, quanto nos sentimos honrados em termos sido, nesta Casa, durante algum tempo, os porta-vozes da Guiné, província que está atravessando, apesar da guerra que nos impõem, um notabilíssimo surto de modernização e de progresso.
Finda esta nossa grata incumbência, apenas entristecida pela causa que a motivou - o desaparecimento de Pinto Bull -, missão que desempenhámos mais com o coração do que com o verdadeiro conhecimento dos problemas, que a nós faltava e de que V. Ex.ª é possuidor, desejava, em nome de todos, mas particularmente no de Salazar Leite, Teófilo Frazão c no meu próprio, apresentar-lhe as mais cordiais saudações de boas-vindas e formular votos para que V. Ex.ª nesta Assembleia Nacional prossiga na meritória tarefa de reivindicar da opinião pública a atenção e o interesse que a Guiné e a sua gente muito e bem merecem.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Leal de Oliveira: - Sr. Presidente: A extrema gravidade que aos meus olhos apresentava o problema do tranco a uso de estupefacientes não me permitiu deixar de tecer nesta Casa, em 9 de Dezembro de 1970, algumas considerações "obre " chaga horrenda que corrói o corpo já bastante mutilado da Humanidade, e findo com a maior repulsa - ninguém gosta de mexer ma lama.

Considerei ser minha obrigação como homem, como pai e como Deputado pelo círculo de Furco, distrito que estava e está ainda susceptível à expansão dos estupefacientes pela multidão dos turistas que o procura, chamar a atenção do Governo e de teria a Nação para esta praga e ao mesmo tempo congratular-me pela "n tão recente publicação do Decreto-Lei n.º 420/70, que condicionou a produção, tráfico e o uso de estupefacientes.

Mas a droga continuou a invadir o País: com certa complacência de todos nós o digo de todos nós porque terá de ser a Nação, toda a Nação, que a deverá combater por todos os meios.

É que a luta, contra a droga e contra a corrupção dos costumes não pode ser só repressiva, terá efectivamente de ser, sim, obtida pela educação integrar do homem de acordo com os bons princípios morais e cívicos e no contexto de uma sociedade, onde não abunde a miséria o a opulência gritante e, onde o trabalho seja considerado um factor da dignificação do homem.

Com efeito, a droga tem-se espalhado nos países ocidentais como resultante, afirmo-se, de uma civilizarão essencialmente materialista que ali se está desenvolvendo, pelo desapego dos pais à educação dos filhos, pela inadaptação da juventude por falta de ânimo e combatividade a uma sociedade cada vez mais hostil e incompreensível e, ainda, como arma política habilmente manejada pelos que pretendem o imperialismo mundial.

Sr. Presidente: Vozes houve que, entretanto, é muito autorizadamente, denunciaram o problema em Portugal.

O Doutor Vasconcelos Marques, por exemplo, no Congresso de Seguros, realizado em fins de 1971, e com a responsabilidade que lhe advém da sua alta competência profissional, afirmou então:

Uma dos causas de acidentes que ninguém refere normalmente é o estado consequente da ingestão de drogas pela juventude.

Disse ainda aquele distinto cirurgião que sé "conhecem os locais onde a droga é vendida, sabe-se quem a consome; é exactamente a nossa juventude", e, ainda disse num outro passo da sua intervenção que "a droga somada ao álcool e a medicamentos é a causa de muitos desastres" de viação.

Também a voz mais autorizada da Nação, a de S. Ex.ª o Sr. Presidente da República, não deixou de se ouvir e, assim, de apontar a gravidade da expansão da droga e das suas maléficas consequências.

S. Ex.ª, na sua tradicional mensagem do Ano Novo ao País, focou mais uma vez e com pleno conhecimento da gravidade que tem para o mundo ocidental a corrupção dos costumes, onde a droga é causo e efeito do degenerescência do juventude.

Disse na altura o Chefe do Estado:

Tornou-se particularmente mais visível o trabalho de sopa que de há anos para cá foi posto satanicamente em marcha para minar os alicerces da civilização ocidental e cristã e para o qual chamei angustiadamente a atenção em anteriores mensagens. Embora pareço absurdo, foi precisamente nas nações ditas mais civilizados que o poluição moral começou através da corrupção dos costumes, do uso das drogas e do descaminho da juventude, tornando-as centros de desagregação social e de contaminação, generalizada. É possível que o comunismo os tenha escolhido precisamente pela semelhança dos respectivos regimes e por conhecimento da sua permeabilidade à corrupção, de que se conseguiu libertar drasticamente, evitando dentro de casa o mal que tem procurado e conseguido introduzir na alheia.

Também o Emissora Nacional de Radiodifusão,; na sua emissão de 7 de Dezembro passado e com a responsabilidade que lhe advém de ser um órgão oficial e de vasto auditório onde chega a sua palavra, avisou, a Nação do