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1302 I SÉRIE - NÚMERO 38

liberdade de expressão e à liberdade dos jornalistas, conduziram ao reforço da classe, impedindo a continuação dos actos indignos que nos últimos e penosos 3 anos os governos da AD foram desenvolvendo.
Á insensibilidade e desprezo governamentais perante a imprensa é tanto mais estranha quanto è certo os 2 últimos governos terem sido dirigidos por um político que se esqueceu de que foi jornalista. Resta aguardar que o jornalista, no futuro, afastado do Poder, venha a esquecer-se de que foi governo.
Quando um governo se isola da informação è sinal de que se isolou da sociedade.
Os governos da AD ignoraram que os jornalistas se recusam a ser simples veículos de propaganda. E se ainda insiste na utilização abusiva da imprensa, nomeadamente estatizada, isso vai passar a ser muito mais difícil a partir do Congresso ora reunido, como mais difícil vai ser a tarefa dos Alfaias e dos seus tortuosos homens de mão.

Vozes do MDP/CDE e do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Os marginais da informação vão deparar com uma classe muito mais coesa e disposta a fazer cumprir os seus dignos direitos. Vão deparar com a mesma e bela unidade que tornou possível o alto papel desempenhado pela comunicação social para a implantação das liberdades públicas e que tanta compreensão e respeito despertaram junto do movimento dos capitães de Abril, que reconduziu o País para os caminhos da dignidade.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Não farei agora o balanço da actuação dos governos da AD no sector da comunicação social. Aliás, todos são conhecedores dos ataques indignos à livre informação perpetrados pelo elenco governamental. Contudo, não posso deixar de referir algumas atitudes que, apesar de demitido, o governo ainda persiste em impor ao País.
Muito rapidamente, apontarei como os mais sensíveis os últimos factos ocorridos, que demonstram como a AD, sem saber o que reserva o futuro, tenta garantir, em lugares-chave, a colocação de homens da sua confiança.
Assim, afastado finalmente Proença de Carvalho da presidência da Televisão, cumprido que foi o seu nefasto papel ao serviço governamental e partidário, Pinto Balsemão, em obediência à sua coerência manipuladora, logo o substituiu por uma individualidade que tem graves responsabilidades na destruição da ANOP e no lançamento daquele aventureiro negócio relacionado com a criação da NP.
Por seu turno, Proença de Carvalho, antes de sair da TV distribuiu os seus servidores mais próximos por cargos da mais alta responsabilidade, o que demonstra claramente a disposição de manter a televisão sob controle.
Em relação à ANOP, o escândalo prossegue, já que o Governo não desiste da sua intenção de destruir a Agência Noticiosa Portuguesa. José Alfaia, apesar do Ministério do Trabalho ter recusado o despedimento colectivo, insiste nas suas intenções e vai canalizar para o servil conselho de gerência da ANOP 45000 contos para pagamento de indemnizações aos trabalhadores, já que teima, com revanchismo pessoal, em despedir, num acto de clara ilegalidade, 140 trabalhadores.
Aqui temos, Sr. Presidente e Srs. Deputados, como, no seu estertor, o governo da AD ainda se comporta como se fosse poder.
Ao citar estes dois breves exemplos é para dizer, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que o panorama irá necessariamente ser diferente depois do Congresso dos Jornalistas. Ê que no Congresso, além destes e de outros aspectos relacionados com o exercício do jornalismo no nosso pais, também será debatido o papel da cultura na comunicação social, com a presença de representantes da UNESCO.
E a existência de Alfaias e Balsemões repugna à cultura. Por isso, em defesa do papel cultural e educativo desempenhado pela informação, eles em breve serão colocados à margem do convívio com a classe.
«Liberdade de expressão. Expressão da liberdade». É sob esta máxima que decorre o Congresso dos Jornalistas, que da Assembleia da República saúdo na pessoa dos jornalistas e meus colegas de profissão que, anonimamente, com alto sentido profissional eles que também gostariam de participar no Congresso-, acompanham os trabalhos parlamentares numa missão bem mais difícil do que à primeira vista parece.
São credores do respeito desta Assembleia da República.

Aplausos do MDP/CDE e do PCP.

O Sr. Presidente: - Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Corregedor da Fonseca, os Srs. Deputados Maria Adelaide Paiva, Jorge Lemos, Sousa Tavares, Carlos Lage, Silva Marques e Mário Tomé.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria Adelaide Paiva.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Dá-me licença, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - Faz favor.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Sr. Presidente, não pondo em causa o critério da Mesa, creio que fui o primeiro a inscrever-me para pedir esclarecimentos.

O Sr. Presidente: - Devo dizer a V. Ex.ª que, como os pedidos de palavra são simultâneos...

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Mas, Sr. Presidente, ao que sei, a Sr.ª Deputada Maria Adelaide Paiva ter-se-á inscrito no fim da intervenção do Sr. Deputado Corregedor da Fonseca...

O Sr. Presidente: - Não, Sr. Deputado. Informa-me o Sr. Secretário que a primeira inscrição que surpreendeu - e viu também a de V. Ex.ª foi a da Sr.ª Deputada Maria Adelaide Paiva. Devo dizer a V. Ex.ª que eu só surpreendi as que foram feitas no final da intervenção, razão pela qual julguei que o primeiro orador inscrito fosse o Sr. Deputado Sousa Tavares. Todavia, com a segurança que o Sr. Secretário dá esta informação, vou dar a palavra à Sr.» Deputada Maria Adelaide Paiva, seguindo-se V. Ex.ª, Sr. Deputado Jorge Lemos.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Adelaide Paiva (PSD): - Sr. Deputado Corregedor da Fonseca, é louvável, e estou consigo, no voto de