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362 1 SÉRIE - NÚMERO 12

das nem a escandinavos nem a polinésios. Elas foram pensadas para os Portugueses e para os problemas que eles têm de enfrentar neste final de século.
Se damos valor à língua, à cultura e ao património, como grande opção, é porque- nos parece. que elas podem constituir virtualidades, nos termos latos em que estas se entendem no conceito estratégico de .defesa nacional, que, de maneira mais simples, correspondem àquilo que se pode mobilizar para a sobrevivência e para o desenvolvimento da comunidade nacional. Mas também lhe demos importância por nos parecer que, no quadro actual, há forças exógenas que podem ir atenuando essas virtualidades e, progressivamente, contribuir para a sua mutação. Não nos podemos esquecer de que a própria adesão à Comunidade Europeia reclama, para nosso bem e, afinal, para bem da própria Comunidade, que acentuemos a sua diversidade interna, mantendo-nos como somos e pondo ao serviço de todos as nossas potencialidades próprias.

Se apontamos o reforço das estruturas do Estado democrático como opção é porque estamos convencidos de que ele corresponde à vontade generalizada e profunda do povo português, mas que a liberdade; valor fundamental em que ele assenta, precisa de segurança para dela se desfrutar e que, num outro ângulo, a organização que lhe corresponde tem de ser eficaz; tanto no que respeita à formulação da vontade colectiva, a todos os níveis, como à execução das deliberações que a esses níveis se tomarem.
Se nos preocupamos em valorizar .ò papel de Portugal no mundo não é, naturalmente, com nenhuma aspiração hegemónica em mente, mas com a ambição justa de obter melhores condições de vida pára os Portugueses. Por isso, no seu âmbito, propomos coisas tão diversas como a investigação e o conhecimento aprofundado dos. nossos recursos. naturais e das formas como os poderemos explorar, mantendo no tempo as vantagens comparativas que eles eventualmente possam ter; e, numa outra perspectiva, a mobilização das contribuições para o desenvolvimento do País das inúmeras energias desaproveitadas nesse sentido, que significam as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo fora, desejosas de reforçarem connosco laços de colaboração e de afecto, para nosso bem e afinal também para o delas, porque estão sempre em causa valores intangíveis a que é preciso dar apreço.
Não é necessário procurar longas justificações para o que se propõe para corrigir os grandes desequilíbrios estruturais de que padecemos: as balanças alimentar e energética deficitárias tornam-nos extremamente vulneráveis na autonomia da nossa capacidade de decisão e as disparidades regionais são injustas. Por isso propomos que se abordem frontalmente estas questões, aliás a tratar, com pormenor operacional, noutro tipo de documentos coerentes com o. plano de desenvolvimento a médio prazo, de que estas Opções representam o enunciado de grandes metas orientadoras.
Quando se junta o reforço da economia ao combate ao desemprego é para tornar patente que pretendemos conseguir os aumentos de produtividade que nos hão-de garantir a permanência das vantagens comparativas das nossas actividades económicas; sem fazer pagar a todos uma factura demasiadamente gravosa no domínio do emprego. Isto só se conseguirá fazendo despertar energias latentes na capacidade de empreender dos portugueses; mas, porque a actuação tem de ser rápida, permitimo-nos reflectir sobre a forma de conciliar a pressa e a eficácia de actuação com o que parecem ser os dotes mais notáveis dos Portugueses, apontando algumas soluções nesse sentido. Subsiste a questão de fundo, que é a de erigir, em valor socialmente reconhecido e estimado, o sentido da iniciativa e do empreendimento que leve cada um a sentir-se responsabilizado por «também» fazer andar o barco, juntando à dos outros a força da sua inteligência, do seu saber e da sua vontade.
A isso tudo está profundamente ligado o novo conceito de empresa que gostaríamos de ver generalizado e em que a co-responsabilização substitui o confronto, em que as energias se somam e não se anulam, em que as posições se nivelam e não se exaltam.
A isso tudo está também ligada a valorização dos recursos humanos que apresentámos como grande opção. A educação e a formação profissional são as portas que abrem todas as outras portas do progresso. A observação do passado e do presente mostram que as oportunidades de realização pessoal surgem, com maiores probabilidades, àqueles que estão robustecidos por uma educação que os torna autónomos e lhes permite uma adaptação contínua às circunstâncias que a evolução acelerada dos nossos dias impõe. Mas não olhemos para os homens como recursos que fazem girar á máquina da economia. Colocamo-los a todos no centro do processo de desenvolvimento e, por isso alargamos a, ambição e designamos por «valorização» um vasto conjunto de acções que engloba, naturalmente, não só a educação e a formação profissional mas se estende também à informação, à participação na vida colectiva, ao comando das iniciativas que a fazem mover, ao empenhamento nas soluções que passam a ser de todos.

Vozes do PSD:- Muito bem!

O Orador: - Está neste caso o envolvimento do maior número nas instituições que cuidam do desporto, da cultura, da saúde, da protecção civil, do apoio aos idosos e às crianças e de muitos outros domínios que a experiência mostra lucrarem muito com a mobilização das contribuições voluntárias dos cidadãos.

A Sr.ª Ilda (Figueiredo (PCP): - Nós gostávamos de saber onde estão as verbas para fazer tudo isso.

O Orador: - O Estado não pode continuar a absorver funções que uma vida colectiva mais intensa do que a passada e pais exigente, em termos de nível e de qualidade, nos vai reclamar. O Estado não pode suportar esse acréscimo, em termos materiais, e não deve fazê-lo por razões de qualidade e de estilo na prestação desses serviços. Há, na nossa comunidade, maior capacidade de doação pessoal do que os fanáticos da estatização dos serviços sociais imaginam; e a «funcionarização» desses serviços nunca permite alcançar nem as economias nem a qualidade que um sistema descentralizado e fomentador da congregação de iniciativas privadas garante.

Vozes do PSID: - Muito bem!

O Orador: - Por isso os dinheiros públicos devem ser, reservados para estimular o aparecimento dessas contribuições voluntárias, em que o sentido de solida-