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2790 I SÉRIE - NÚMERO 72

partidários e económicos, na luta contra a unicidade imposta e na construção de uma central sindical livre e democrática;...

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - ... a extraordinária acção da juventude social-democrata no domínio do associativismo juvenil, em geral, e estudantil, em particular, da sensibilização política e cívica das gerações mais novas e na formação dos quadros de amanhã;...

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - ... o trabalho desenvolvido por todos os nossos companheiros que nos órgãos de soberania têm cumprido empenhadamente os compromissos assumidos pelo PSD perante os eleitores;...

O Sr. José Magalhães (PCP): - Muito mal!

O Orador: - ... por fim, permitam-me que recorde muito especialmente e com grande saudade aqueles que, não estando já entre nós, assumiram especiais responsabilidades políticas no partido e no Estado, granjeando, pelo seu trabalho e pelo seu exemplo, entre amigos e também entre adversários, indelével respeito e admiração: Carlos Mota Pinto, Nuno Rodrigues dos Santos, Francisco Sá Carneiro.
Vou terminar: é meu costume dizer o estritamente necessário e porventura útil, preferindo às palavras os actos. De resto, a acção, o movimento e a reforma são valores especialmente caros aos sociais-democratas.
Termino exprimindo esta simples vontade, que é determinação colectiva de todos os sociais-democratas: o 25 de Abril recomeça hoje porque merece ser renovado todos os dias.
Com um objectivo essencial: o de prosseguirmos, com redobrado empenhamento, os caminhos da consolidação do Estado democrático, do desenvolvimento e do progresso, tendo em vista proporcionar a todos os portugueses, especialmente aos mais desfavorecidos, uma vida progressivamente melhor numa sociedade mais livre, mais justa e mais fraterna.
Para que o 25 de Abril perdure como símbolo do orgulho de sermos Portugal, quase milenário na sua história, mas com um futuro de grande esperança pela frente.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente da Assembleia da República: - Sr. Presidente da República, Sr. Primeiro-Ministro, Sr. Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Srs. Membros do Governo, meus ilustres convidados, Srs. Deputados: Há dias, de um nosso conceituado jornal, respiguei parte de um escrito de um lapidário da nossa língua que a trata com a leveza poética e o carinho espontâneo que ressaltam da evidência de um burilar delicado. Nele se dizia:
As palavras são como as máquinas. Chegam a uma altura que têm de ser substituídas. Fizeram o seu percurso, cumpriram a sua história. Rodaram nos eixos da rotina, gastaram-se a tempo e fora de tempo. Perderam o sentido côncavo e maleável para acolher novas realidades.
Assim escreveu o distinto jornalista Padre António Rego.
Mas se no renovar da língua, no refrescar da língua, muitas das suas folhas caíram, foi, tão-só, para que ela resultasse mais fortalecida e pujante pelo nascimento e apropriação de muitas outras que, no respeito da sua matriz, fazem dela o mais vigoroso e imprescindível veículo da expressão da nossa cultura.
Mas há palavras que são tronco. Há palavras que são raízes. Há palavras que são cerne da existência de um povo porque transportam ideias que são o sustentáculo da sua sobrevivência e garantem a perenidade do seu futuro.
Foram razão da sua origem, foram alimento do seu passado, são a justificação do seu presente e serão a força do seu futuro.
Estas não caem, não secam, não perdem sentido, e porque são raízes ou tronco colhem ou transportam a seiva, sempre renovada, que é força, energia e vida de uma vontade, de um querer, que tem assomos de infinito na consciência projectada de um crescimento sem termo.
Elas poderão, pela violência, ser agrilhoadas, proscritas, introduzidas no «lagar doloroso do silêncio». Poderão ser dilaceradas, esfarpeladas, proibidas..., que sempre ressurgirão como um grito, como uma chama, em explosão de alegria, rompendo barreiras, vencendo ostracismos.
É que elas traduzem as ideias que dão vida ao pensamento e orientam a inteligência nos caminhos da lucidez ao serviço do homem, da definição da identidade dos povos, na garantia da sobrevivência da própria Humanidade
Elas são í energia vital da emancipação e fazem parte do património indissolúvel de cada homem como atributo da sua própria dignidade.
De entre muitas outras, permiti, Srs. Deputados, que proclame as que justificam, aqui e agora, a nossa presença, contado o peso das nossas convicções, dos nossos sentimentos, dos nossos desejos, projectos e sonhos: independência, liberdade, justiça, solidariedade, democracia.
Independência, que fora projecto conseguido nos campos de São Mamede. Aí se começou de escrever o primeiro dia de Portugal com a juventude e audácia que dá razão às exigências mais profundas de um querer ser que foi, é e será eternamente. Por ela fomos e somos um Povo que, rompendo a história, se consagrou no respeito que os outros lhe tributam e se afirmou por um testemunho tão vivo que merece a admiração reiterada do Mundo.
Liberdade, que é desejo infrene de realização total. E porque nunca inteiramente conseguida, sempre será renovada na luta permanente de uma aventura aliciante de alargar os seus limites, aprofundar o seu sentido, elevar cada vez mais alto a nobreza do seu pulsar. E se em nome dela se têm cometido condenáveis atropelos, sobram-nos exigências para a depurar de tudo quanto possa manchar a sua beleza. O seu fascínio mobilizador é componente das nossas exigências profundas.
Justiça, que é grito instante de gerações em busca de uma saciedade mais harmoniosa, onde cada qual, pelo reconhecimento dos seus direitos, se não sinta postergado para a valeta do desprezo ou da marginalização, sofrendo a agressão dos privilégios que aos outros são concedidos enquanto lhe são recusados os seus próprios direitos.