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5124 I SÉRIE - NÚMERO 105

num momento gravíssimo de alteração de um sistema de que não têm experiência nem os jovens nem os professores. Finalmente, o voto da Assembleia da República é no
sentido de que o Governo tome consciência da gravidade desta situação e intervenha a tempo de evitar graves prejuízos, como, por exemplo, o marcar psicologicamente uma geração num sentido que não é positivo. E ele. Governo, encontrará, nesse sentido, a solidariedade de todos, porque estas são das tais preocupações que não pertencem às maiorias nem às minorias, são de todos os portugueses, da geração dos mais velhos em relação aos mais novos, são preocupações profissionais dos professores, é a preocupação do futuro representado pela juventude de que tanto se fala e que neste momento vê os seus interesses e o seu futuro tão ferido e tão injustamente em perigo.

Aplausos do CDS, do PS, do PCP, do PRD e de Os Verdes e do Deputado Independente Raul Castro.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado António Barreto.

O Sr. António Barreto (PS): - Sr. Deputado Adriano Moreira, muito rapidamente para lhe trazer o apoio dos socialistas, integralmente, à sua intervenção, pela dignidade, pela seriedade, pelo sentido de responsabilidade.
Si. Deputado Adriano Moreira, só quem vê lobbies em tudo vê lobbies e já há muita gente que confunde problemas nacionais com lobbies. Reduzir os problemas universitários, designadamente dos professores, dos estudantes, do acesso ao ensino superior, a problemas de lobbies é, de facto, uma total miopia de quem já está com os pés para a cova - passo a expressão.
A situação do acesso à universidade é gravíssima; a instabilidade nos espíritos dos estudantes, dos profissões e na instituição é muito grave. O ministério continua a experimentar... O ministério, tal como o resto do Governo, infelizmente, fazem-me lembrar aquele magnífico fresco que existe em Monsaraz do juiz com duas caras: o que diz não é o que faz; o que pensa não é o que diz; e o que promete não é o que cumpre. Com a universidade, com a inteligência portuguesa está-se a passar, exactamente, a parábola do juiz com duas «.aias.
Sr Deputado Adriano Moreira, como explica a hostilidade deste Governo à universidade? Como explica esta imperícia do Governo perante a universidade? Como explica este espírito vingativo do Governo, perante a universidade, a que assistimos na famosa noite de dedicação exclusiva e que é pura vingança e redução pública de sentimentos menores? Como explica esta aberração da natureza, Sr. Deputado?

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Isso!

O Sr. Herculano Pombo (Os Verdes): - Aí a natureza não tem culpa!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Adriano Moreira, há ainda outros pedidos de esclarecimento. Deseja responder já ou no fim?

O Sr. Adriano Moreira (CDS): No fim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Encarnação.

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - Sr. Deputado Adriano Moreira, habituei-me a ouvir as suas intervenções com um grande respeito e uma grande atenção, porque V. Ex.ª não costuma fazer intervenções que não sejam sérias, profundas, meditadas e eventualmente justificadas pela sua preocupação.
O que agora estou a ver é uma outra coisa: é o Sr. Professor Adriano Moreira fazer uma intervenção de que já assisto em reprise, pois já não é a primeira vez que a faz, usando exactamente o mesmo conteúdo, as mesmas expressões e as mesmas ideias em relação a uma situação que todos entendemos ser difícil preocupante e séria - aliás, não é de hoje, como é evidente, a preocupação que todos temos em relação à universidade.
A situação, como disse há pouco o Sr. Deputado António Barreto, é gravíssima, mas não é de hoje que ela assim é, já é gravíssima há muito tempo e V. Ex.ª tem, com certeza, a consciência disso. A situação nas universidades é cada vez mais grave. O que viu agora em relação a este Governo e a este ministro - que tão bem conhecemos e tão nosso amigo é, se posso usar da expressão - é uma tentativa de arejar os conceitos, de fazer alguma coisa nova, realmente, em relação à educação.
V. Ex.ª não pode, de maneira alguma, sob pena de cometer uma gravíssima injustiça intelectual, deixar de dizer que este novo ministro da Educação não trouxe, de facto, dados novos para equacionar este importantíssimo problema e que não desenhou, como aliás, resulta do seu larguíssimo trabalho como profissional, como consultor internacional em relação a esta matéria, novas pistas para a saída do problema.
É óbvio que não se pode dizer que o problema está solucionado, porque não está nem lhe vou dizer que está. Este problema está, sim, a ser solucionado e é de uma dimensão tão grande e de uma gravidade tão profunda que, na verdade, nos anos mais próximos não estará, provavelmente, a ser solucionado.
Por outro lado, sob pena de cometer outra gravíssima injustiça, V. Ex.ª não pode dizer que é esta geração que está a ser prejudicada ou ofendida em relação a um acto concreto de um governo. Há várias gerações, por vários actos concretos de outros governos, que foram prejudicadas e ofendidas e estão ainda hoje a viver esses problemas.
V. Ex.ª não deseja mais do que eu, como também o Sr. Deputado António Barreto, que todos os problemas da universidade e dos estudantes sejam imediatamente resolvidos e ultrapassados.

O que não podemos dizer...

O Sr. António Barreto (PS): - Da-me licença que o interrompa, Sr. Deputado?

O Orador: - Com certeza.

O Sr. António Barreto (PS): - Sr. Deputado Carlos Encarnação, estamos aqui há tantos anos e não tenho a mínima ideia de que se possam resolver imediatamente todos os problemas.

O Orador: - Óptimo!