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16 I SÉRIE - NÚMERO 2

o facto de a minha intervenção ficar, assim, desactualizada, levou-me a abordar este assunto na ordem de trabalhos de hoje.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em eleições livres e democráticas, o povo açoriano mandatou, por maioria absoluta, o Partido Social-Democrata para constituir o V Governo Regional dos Açores, que será presidido pelo Dr. João Bosco Mota Amaral.

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Nenhum malabarismo argumentativo e nenhuma sintaxe ludibriante conseguem ocultar a verdade eleitoral de 11 de Outubro de 1992, qual seja: o projecto da social-democracia continua fresco e válido não só na memória, mas também no juízo actualizado do eleitorado açoriano.
O Partido Social-Democrata, com serenidade e conhecendo como ninguém o povo que serve, demonstrou que, em democracia, os partidos e os políticos não são afastados do poder simplesmente porque já o exercem há muito tempo e preterindo esse povo uma mudança mesmo artificial, mesmo incoerente ou mesmo incompetente.
A subjectividade e a jactância não entram nas unias eleitorais. O que entra, decisivamente, nas umas eleitorais é a credibilidade dos líderes políticos e, em análise objectiva, só o líder do PSD/Açores se apresentou a estas eleições regionais com a credibilidade suficiente para garantir mais quatro anos de estabilidade política na Região Autónoma dos Açores.
O povo açoriano encaminhou-se para as umas eleitorais ciente de que os indicadores de desenvolvimento que já existem no seu arquipélago, se tivermos como tenho de comparação aqueles que existiam na arrancada da autonomia político-administrativa e financeira, só foram atingidos com governos responsáveis e que utilizaram os quadriénios das sucessivas legislaturas como autênticos contratos-promessa com o povo, que se foram paulatinamente cumprindo com ele e a bem dele. O PSD está, pois, de contrato renovado com o povo açoriano.
Soubemos encontrar, na adversidade insular, engenho e talento para aplicar soluções peculiares e respeitadoras das assimetrias intra-regionais.
Soubemos cimentar a unidade regional, orientando a pluralidade açoriano para desígnios comuns de afirmação, projecção e desenvolvimento de um povo e de uma terra com inegáveis, porque tornadas visíveis, potencialidades.
Soubemos vencer o fatalismo que tolhia as nossas energias e o estigma generalizado de subdesenvolvimento que nos oprimia como açorianos e nos revoltava como portugueses.
Soubemos desviar uns Açores resignados a trilhar eseuros atalhos e colocámo-los, por direito próprio e com inquestionável autonomia, nas amplas estradas do desenvolvimento nacional, bem mais iluminadas pela governação do Prol. Cavaco Silva, e também em estabilidade política.
Soubemos acompanhar os passos audaciosos da integração de Portugal na Comunidade Económica Europeia acautelando interesses vitais e, em estreita colaboração com os governos da República do Prof. Cavaco Silva, marcámos frutuosa presença nesta nova fase da união europeia, garantindo figurinos comunitários de cooperação política e financeira impulsionadores dos Açores rumo a padrões europeus.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: As difíceis tarefas da governação, sobretudo no mundo de hoje, em que as mutações sociais, políticas e económicas se sucedem a um ritmo vertiginoso, não aconselham a formação de governos fracos e vulneráveis.
Não temos do poder nem o conceito hedonista da auto-satisfação, nem o conceito narcisista da ostentação. Para nós, PSD, poder é serviço e, como tal, tem de ser prestado nas melhores condições. Daí que a obtenção de uma maioria dita absoluta não signifique um estado de alma e uma postura política mas, tão-somente, a posse de um valioso instrumento que o povo nos confiou para o servir melhor, o mesmo é dizer, para cumprirmos o nosso programa de governo.
O nosso discurso político será de tolerância, unidade e extrema clareza na explicitação das nossas satisfações e insatisfações. Nunca subestimaremos os nossos adversários, pois a democracia não dispensa o seu contributo válido. Legitimamente, exigiremos alternativas credíveis.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Lamentamos que o PS e o CDS, nesta fase, tenham optado por obseuros conluios nas costas dos seus militantes, que assistiram, perplexos, ao «assassinato» político dos líderes que elegeram democraticamente, em congresso, para disputarem as eleições regionais.

Aplausos do PSD.

Lamentamos a ingerência directa dos líderes nacionais António Guterres e Manuel Monteiro, os grandes derrotados destas eleições regionais,...

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: -... e a subserviência resignada e amordaçada dos líderes regionais Martins Goulart e Rui Meireles, as grandes vítimas destas eleições regionais.

Aplausos do PSD.

Querem os Srs. Deputados da oposição melhor exemplo de «défice democrático»?

O Sr. Silva Marques (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Quem se propõe encabeçar, como independente, um projecto de mudança política, económica, social e cultural, que, obviamente, tem uma matriz partidária ou não se identifica com os partidos que o apoiam, e aí peca por incoerência, ou quer, tão-somente, apropriar-se de uma máquina partidária para alcançar o poder, e aí peca por oportunismo.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Não é o défice, é a bancarrota!

O Orador: - Os resultados eleitorais dos partidos da oposição na Região Autónoma dos Açores são elucidativos e demonstram à saciedade que a incoerência, o vedetismo de alguns independentes, a dissidência traiçoeira, o bairrismo fanatizado e a hipocrisia moralizadora são atitudes severamente punidas pelo eleitorado.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A natural euforia da vitória deve ser temperada com uma percepção realista e desapaixonada do futuro governo regional face a inegáveis problemáticas de natureza económica e social,