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2688 I SÉRIE - NÚMERO 83

valor (mesmo financeiro) quando se manifesta em grande quantidade. Esta visão quantitativista da representatividade afigura-se-me particularmente imoral e sobretudo muito perigosa. Atitudes desta natureza em vez de serem prova de poder são-no, acima do mais, de fragilidade. É preciso que a luta democrática assente mais na força da razão do que nas razões da força.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: O homem hodierno é o homem do capitalismo. Ora, o capitalismo é, ao nível do axiológico, um niilismo. O capital racionaliza, quantificando. Mas, mesmo quando fala do fluir livre dos desejos, faz deles um factor de capitalização. Os «humilhados e ofendidos» pelo sistema político-económico vigente já foram por demais quantificados e manipulados. A actual racionalidade capitalista não é uma fatalidade. Na história, nunca se está no fim, nem no princípio. Mas no meio. A história é puro intermezzo. Daí a palavra de esperança com que termino as minhas palavras...

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Moreira.

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Vila Nova de Gaia precisa de um projecto de desenvolvimento integrado para ganhar o presente, construindo o futuro.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Defendemos que seja um projecto protagonista e ambicioso.
Protagonista para dotar Gaia de uma identidade e vida própria, distinta dos concelhos vizinhos, que afirme o município como um pólo e como uma força liderante no âmbito da Área Metropolitana do Porto.
Somos totalmente contra um certo colonialismo, que se sente existir, do Porto em relação a Vila Nova de Gaia. Somos claramente contra o «ortocentrismo» e totalmente a favor do policentrismo da Área Metropolitana do Porto, em que Vila Nova de Gaia afirme a sua individualidade e seja indiscutivelmente um dos pólos de desenvolvimento.
Ambicioso porque deve ter como objectivo recuperar os atrasos e os erros de um passado ainda recente.
Vila Nova de Gaia tem de assumir o protagonismo de uma cidade europeia, preparando-se para o século XXI.
Temos o novo Plano de Desenvolvimento Regional em execução e o 2.º Quadro Comunitário de Apoio que vai permitir a Portugal receber 3500 milhões de contos até 1999.
No 1.º Quadro Comunitário de Apoio as autarquias locais receberam 145 milhões de contos e neste 2.º Quadro Comunitário de Apoio as autarquias irão receber 300 milhões de contos. Impõe-se, assim, que Gaia aproveite ao máximo este 2.º Quadro Comunitário de Apoio, não perdendo mais oportunidades, como aconteceu num passado recente, apresentando projectos arrojados e credíveis, que mude a cidade e o concelho para melhor, e proporcione à população gaiense uma melhor qualidade de vida.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Vila Nova de Gaia tem um conjunto de carências, problemas e potencialidades que urge resolver, aproveitar e optimizar.
Para o desenvolvimento económico, social e cultural da cidade e de todo o concelho, e para uma melhor qualidade de vida dos seus cidadãos, é imprescindível que Gaia disponha de melhores acessibilidades.
Assim, praticamente concluída que está a construção da via de cintura interna do Porto, impõe-se que o Governo, através da Junta Autónoma de Estradas, inicie com urgência a construção da Via de Cintura Interna de Gaia, para se obter o anel de circulação rápida na Área Metropolitana do Porto.
Impõe-se que não haja mais adiamentos nem atrasos, os gaienses estão fartos de esperar e há muito merecem a execução desta obra da responsabilidade da Administração Central.
A conclusão da ponte do Freixo e seus acessos e as ligações norte-sul descongestionarão a circulação rodoviária através das pontes D. Luís e da Arrábida, sem prejuízo das novas travessias sobre o rio Douro, como igualmente defendo.
A Câmara Municipal de Gaia, decidiu recentemente, e bem, aceitar a passagem para a sua jurisdição de um conjunto de estradas nacionais desclassificadas, desde que as mesmas sejam devidamente beneficiadas e sem prejuízo de virem a serem contempladas com as comparticipações financeiras futuras para a sua conservação, que resulte das conclusões das negociações em curso sobre esta matéria entre o Governo e a Associação Nacional de Municípios Portugueses.
Gaia precisa ainda de um verdadeiro plano de emergência para a recuperação da sua rede viária que está muito degradada.
A avenida da República, também conhecida como a avenida da morte, onde ainda recentemente mais uma jovem de 16 anos ali foi atropelada e morreu e um jovem de 13 anos ficou gravemente ferido, continua a ser um grande corredor para automóveis e autocarros.
Face à sua falta de segurança, a câmara municipal, de maioria socialista, comprometeu-se antes das últimas eleições autárquicas, a tomar algumas medidas imediatas para defender os peões e automobilistas, mas nada ainda foi feito até ao momento, pelo que a população começa à desesperar com toda esta negligência e incúria, que põe em causa diariamente vidas humanas.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Assim torna-se urgente implementar as seguintes medidas: defender os peões, aumentando a protecção das plataformas existentes; fazer construções acrílicas nas paragens da faixa central para proteger os peões enquanto aguardam os autocarros; criação de interfaces; criação de passes intermédios; eliminação de cruzamentos perigosos que incitam a inversões de marcha não menos perigosas; criação de algumas rotundas; construção de parques de estacionamento; concretizar a sinalização superior na Avenida, de maneira a evitar mudanças de direcção inesperadas dos veículos; utilização das faixas de rodagem entre o antigo café Mucaba e a ponte exclusivamente para estação terminal e acesso à ponte D. Luís; criar junto aos Paços do Concelho e à praceta 25 de Abril uma ampla área de lazer com arranjo urbanístico que contemple, para além das passagens desniveladas, áreas ajardinadas e espelhos de água, percursos pedonais, transformando esta área num centro cívico da cidade.
Justifica-se que o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, dê prioridade à construção da nova Estação das Devesas, que deve ser uma verdadeira Estação Metropolitana em Vila Nova de Gaia.
É essa a sugestão e apelo que faço desta tribuna parlamentar ao Sr. Ministro da tutela, para que assim seja.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Vila Nova de Gaia precisa de uma nova centralidade, com a construção de um novo centro cívico, vocacionado, fundamentalmente, para actividades de comércio e serviços de qualidade, a ser