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3036 I SÉRIE -NÚMERO 94

nistros das Obras Públicas, Transportes e Comunicações e do Planeamento e da Administração do Território sobre a localização da nova ponte, vide essa diferença fundamental que, será muito discutida no futuro. Repito, procuram ocultar essa vossa incapacidade "assobiando para as árvores" e, olhando para o Partido Socialista.
O PS tem expresso sobre esta matéria preocupações consonantes com as da maior parte dos portugueses. Trata-se de problemas que têm a ver com a própria confiança dos portugueses nas instituições e daí que tenhamos aqui formulado um alerta no sentido de que, a continuarem por esse caminho, poderão responder amanhã por estragos consideráveis na relação entre os cidadãos e as instituições. Que o aviso fique feito!
Quanto à curiosidade do Sr. Deputado André Martins, e tendo a nossa posição sobre esta matéria sido várias vezes abordada em resposta a perguntas dessa natureza, queria dizer-lhe que terá a paciência de esperar pelo momento da votação do projecto de lei que referiu para ver qual será a nossa posição.

Vozes do PSD: - Ah...!

O Orador: - Por agora, dizemos-lhe o seguinte: o Governo criou este problema com os aumentos inconsiderados que decidiu, a responsabilidade de os resolver é do Governo e não queira V. Ex.ª colaborar também na operação que consiste em atribuir ao Partido Socialista a pseudo-responsabilidade pela crise e pela sua resolução.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem á palavra o Sr. Deputado Rui Carp.

O Sr. Rui Carp (PSD): - Sr. Presidente da Assembleia da República, Srs. Deputados: Neste pré-início da última sessão parlamentar da presente Legislatura não posso deixar de começar por constatar que está a ser consensual a evidência da retoma económica em Portugal e nos nossos principais mercados externos.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Trata-se da envolvente económica ao debate político mais desejada pelos portugueses, talvez com a excepção daqueles para quem as boas notícias são sempre más!
A inflação entrou seguramente numa estratégia descendente, as iniciativas do investimento privado estão em crescendo, o investimento público cumpre o calendário já anunciado nas GOP (Grandes Opções do Plano) e no Plano de Desenvolvimento Regional, não obstante dificuldades de tesouraria nos cofres comunitários em Bruxelas - que só o Sr. Secretário-Geral do PS ignora - e o défice orçamental voltou aos seus devidos "canis". Existem apreciáveis condições para, sem terapias de choque tão ao gosto dos socialistas de aquém e de além-fronteiras, se inverterem as tendências perversas no mercado de trabalho onde, aliás, a taxa de desemprego, mesmo na sua pior altura, ficou muito abaixo das médias europeias.
E importante reconhecer-se que, nos momentos difíceis por que passaram as economias europeia (onde nos integramos) e mundial, o Governo manteve-se determinado, esclarecido e mesmo lançando mensagens dialogantes aos parceiros sociais. É nos momentos difíceis que se vê a capacidade dos políticos e esta foi uma prova dura, agravada com acontecimentos localizados de insatisfação como os casos da portagem da ponte sobre o Tejo e da localização de depósitos de resíduos tóxicos, onde o Governo social-democrata português revelou um elevado sentido de Estado, cedendo no que era justo mas não recuando um milímetro no que era essencial e bom para o País e para os portugueses.
É assim que se deve governar: ouvindo, dialogando e decidindo, não cedendo a soluções simpáticas e agradáveis para o momento mas que trariam custos acrescidos e lesões sociais graves nos períodos seguintes.
E é infelizmente este comportamento de só defender o que é simpático para o que cada audiência gosta de ouvir ou, então, fazendo acusações vagas e sem conteúdo, com insultos mais ou menos grosseiros à mistura, que a oposição se pretende demarcar do Governo e do PSD, em especial o PS, em particular o seu Secretário-Geral, o líder in nomine da oposição.
Propostas alternativas? Nenhumas! E de opções políticas nem um só leve indício. Só pedidos para adiar, adiar, aguardar! O principal partido da oposição entende que não é sua função avançar com alternativas. Está no seu direito, os portugueses responder-lhe-ão!
Senão, vejamos: o Governo apresenta o Plano de Desenvolvimento Regional à discussão pública. O Secretário-Geral do PS, ele próprio ou por interposta pessoa, diz que não houve discussão nem debate, que era preciso ouvir as alternativas da oposição. Ficámos à espera delas mas, até hoje, não apareceu nenhuma.
O Governo substitui a administração do Banco Central na sequência de um mal-estar interno que urgia ultrapassar e o Secretário-Geral do PS, ele próprio ou por interposta pessoa, vai logo anunciar que se criará um clima de instabilidade e de desconfiança. Sabe-se bem que a evolução do escudo, dos mercados monetário e financeiro, foi exactamente o contrário do que previa o PS, e ainda bem para o nosso País.
Finalmente, e porque o tempo não é muito, o último e mais recente exemplo.
Depois de o Governo ter sido acusado de não conseguir combater a crise económica, enganando-se rotundamente, porque a retoma da economia já aí está, o Secretário-Geral do PS, à saída de uma audiência por ele pedida ao Sr. Presidente da República - foi à explicação! -,...

Risos do PSD.

... acusa o Governo de querer atrasar a vinda dos fundos comunitários, muito importantes, como se sabe, para a retoma económica. Chegou mesmo a acusar o Sr. Primeiro-Ministro de "hipócrita". Mas alguém minimamente esclarecido pode acreditar numa coisa tão absurda como esta?
Desafio o Secretário-Geral do PS a provar, com documentos verídicos, que o Governo pediu à Comissão Europeia, responsável pela gestão dos fundos, para adiar ou atrasar os fluxos financeiros para Portugal. Porque, se não os apresentar, então teremos a prova final, para os mais cépticos, quanto à incapacidade demonstrada pela actual direcção do PS para ser alternativa ao PSD na condução dos negócios do Estado.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: - A confiança crescente dos portugueses no País será a causa do nosso sucesso político e do vosso insucesso enquanto partidos da oposição. Compreendemos, assim, as razões das queixas e das insatisfações do Secretário-Geral do PS.

Aplausos do PSD.

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