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66 I SÉRIE - NÚMERO 2

com as técnicas modernas, acabarei por ficar em condições de vos continuar a infligir a minha presença durante mais alguns anos.
Vejam até que ponto eu faço questão de levar a minha solidariedade com o nosso camarada Manuel Alegre e com o meu amigo Jorge Sampaio!

Risos.

Quase chego à convicção de que o político que se preza tem de fazer a sua operaçãozinha ao coração, quando atinge uma certa idade.
Mas não estejam preocupados, porque ainda não é desta que se vão ver livres de mim. E, como dizia, há pouco, o Sr. Deputado Mota Amaral, isto é o preço de quem faz política com o coração. Se calhar, é!
Informo que darei entrada no Hospital da Cruz Vermelha na próxima segunda-feira, serei operado pelo médico Manuel Pedro de Magalhães, de quem tenho a fortuna de ser sogro - ele é um excelente cirurgião torácico, por isso estou em boas mãos -, e espero estar de volta dentro de duas ou três semanas.
Creio que não há mais informações a dar. Sem dramatismo, espero que tudo corra bem, mas, se não correr, bye-bye. De qualquer modo, quero que tenham a certeza de que vou sentir, saudades vossas, pelo menos até ao início da operação. Depois se verá!

Aplausos gerais, de pé.

Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Lacão.

O Sr. Jorge Lacão (PS): - Meu caro Presidente, meu e nosso querido amigo Almeida Santos, agradecemos a forma extremamente desdramatizada, mas, ao mesmo tempo, tão humanizada, como nos informou da operação a que vai ser sujeito.
Sr. Presidente da Assembleia da República, creia que estaremos inteiramente consigo em todos estes momentos; creia que, da nossa parte, de coração aberto, o acompanharemos em permanência; creia, Sr. Presidente, que sabemos e compreendemos que as instituições da República devem ter um cunho fortemente humanizado e que os titulares dessas instituições, sendo pessoas, devem, por isso mesmo, pelos valores da afectividade e da emoção, para além dos da razão, partilhar também connosco, e todos nós uns com os outros, os momentos difíceis pelos quais algumas vezes na vida temos de passar.
Sr. Presidente, nosso extremo amigo Almeida Santos, vamos estar sempre consigo e queremos que volte rapidamente.

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Obrigado, meu querido amigo! Já vi que entro na sala de operações cheio de mimo!
Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Marques Mendes.

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Sr. Presidente, é também para, de uma forma breve e na linha do que foi dito pelo Sr. Deputado Jorge Lacão, dizer o seguinte: política à parte, em meu nome pessoal e em nome de toda a bancada a que presido, agradecemos a franqueza da informação que transmitiu à Câmara; registamos com muito satisfação a forma tranquila como colocou a questão, o que significa um indício muito positivo; e, sobretudo, desejamos, com a maior das sinceridades, que tudo corra depressa e bem.
Política à parte, e para além de todas as divergências políticas, sempre salutares, registamos com um grande gosto que tudo se restabeleça rapidamente e que, com o coração «recauchutado», continue aqui connosco a prestigiar a Assembleia. Temos muito gosto em voltar a tê-lo cá novamente dentro de algum tempo, ainda com mais sangue novo, mais «recauchutado» e continuando sempre com a mesma disposição de hoje.
As melhoras para V. Ex.ª.

O Sr. Presidente: - Muito obrigado!

Aplausos gerais.

Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Abecasis.

O Sr. Nuno Abecasis (CDS-PP): - Sr. Presidente, permita-me que, com alguma ironia, lhe diga que não é só no Partido Socialista que se faz política com o coração. Eu sou um exemplo de que assim é e por isso também estou em condições de manifestar a minha solidariedade.
Devo dizer-lhe, Sr. Presidente, que não preciso de pôr a política à parte, porque V. Ex.ª é um valor nacional, qualquer que fosse o partido onde estivesse. E é, aliás, porque há riquezas em todos os partidos que a democracia se enriquece.
Não estamos a tratar de política nem de democracia, estamos a tratar de humanidade e de amizade. E com todo o coração lhe quero dizer que vamos rezar por si e temos a certeza de que o teremos de regresso dentro de muito pouco tempo.

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Octávio Teixeira.

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Sr. Presidente, é para, em nome do Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português, desejar que a intervenção a que vai ser submetido corra da melhor forma e, certamente, sem riscos.
Esperamos que regresse muito rapidamente, porque iremos ficar atentos em relação ao período que mediará até ao seu regresso, porque não vamos colaborar para que V. Ex.ª possa aproveitar essa situação para castigar os Vice-Presidentes, obrigando-os a dirigir os trabalhos na altura da discussão do Orçamento do Estado, na especialidade.
Sr. Presidente, descanse, recupere, mas venha a tempo!

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Espero regressar a tempo e faço questão de afirmar que sou grande amigo de todos os Vice-Presidentes e, por isso, nunca lhes faria uma partida dessas.

Risos.

Tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Castro.

A Sr.ª Isabel Castro (Os Verdes): - Sr. Presidente, quero também dizer-lhe que espero, sinceramente, que a sua «reciclagem» corra bem, que fique em «bom estado» e que regresse de novo. Não o invejo. Apesar de, eventualmente, estar na moda, para alguns políticos em Portugal, as operações ao coração, ainda não fiz nenhuma e não aspiro a tal, mas desejo vivamente que tudo corra bem e que regresse tão bem disposto quanto hoje está.

Aplausos gerais.