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1660 I SÉRIE - NÚMERO 49

com as características da Assembleia da República, uma assembleia política, e com a diversidade da sua composição, muito provavelmente, haverá sempre um ou dois Deputados que entenderão, pela sua vida profissional, o significado de cada uma destas ratificações e as potencialidades que elas comportam.
Relativamente à biologia molecular, basta-nos pensar, por exemplo, o quanto para nós tem é importante a biologia marítima, o estudo e a investigação do sangue e do cancro ou a indústria farmacêutica, para percebermos, mesmo sem grandes especializações, como é oportuno que. Portugal pertença a este tipo de organizações e a esta especificamente.
Precisamente porque sei que há no mundo científico português pessoas que trabalham nesta área com mérito e reconhecimento internacional na sua profissão, permitia-me reforçar a sugestão dada pelo Sr. Deputado que me antecedeu, já que a eficácia da nossa pertença depende muito do grau do nosso envolvimento.
Provavelmente, não será muito aconselhável que Portugal adira a uma organização deste tipo mantendo uma grande humildade. Os portugueses podem pertencer aos órgãos directivos, tal como os nacionais de qualquer outro Estado, mas muitas vezes, no mundo político, esquecemos esse aspecto e, talvez por isso, não retiramos todo o proveito possível.
Além do mais, penso que seria positivo, que, nestes assuntos, para além de políticos, também estivessem envolvidos especialistas. E que, como fiz grande parte da minha vida na indústria - só sou político por empréstimo -, sei que, em relação a muitas das organizações internacionais a que pertencemos, os últimos a saber são os profissionais. E essa é, de facto, uma má prática.
Uma vez que o Sr. Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas afirmou que este Governo inovou, criando um Ministério da Ciência e Tecnologia, recomendo ao Sr. Ministro da Ciência e Tecnologia que envolva os técnicos e os cientistas portugueses nesta aventura, porque se assim não for não tiraremos dela qualquer proveito.

O Sr. Presidente (Mota Amaral): - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Baptista.

O Sr. Pedro Baptista (PS): - Sr. Presidente, Sr. Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Sr.as e Srs. Deputados: A biologia molecular é uma disciplina básica da modernidade científica, da qual, decorrem diversos ramais científicos e tecnológicos que respondem a grandes descobertas do século e criam á expectativa de resposta a alguns dos grandes anseios da humanidade.
Actualmente, além da investigação fundamental, assume particular importância o desenvolvimento dos meios instrumentais e o ensino, não só no referente à biologia molecular propriamente dita como noutras áreas conexas da investigação, do conhecimento e da indústria.

O Sr. Carlos Luís (PS): - Muito bem!

O Orador: - Por outro lado, a internacionalização do conhecimento científico, tendo-se expresso nas últimas décadas na internacionalização da própria tecnologia instrumental e na rapidez do seu desenvolvimento, coloca às instituições científicas nacionais o imperativo da criação de instituições transnacionais de cooperação internacional plena.

O Sr. Carlos Luís (PS):- Muito bem!

O Orador: - O desenvolvimento tecno-instrumental é cada vez mais condição para o desenvolvimento da própria investigação cientifica.
Com esses objectivos foi instituída, em 13 de Fevereiro de 1969, a Conferência Europeia de Biologia Molecular que, por sua vez, criou, pelo acordo agora em ratificação por parte deste Parlamento, em Maio de 1973, o Laboratório Europeu de Biologia Molecular, com sede em Heidelberg.
O Partido Socialista considera este, um momento histórico. Vinte e cinco anos depois, levando à prática o Programa do Governo socialista, no capítulo da ciência e tecnologia, que se comprometeu a participar activamente na construção das políticas europeias...

A Sr.ª Rosa Albernaz (PS): - Muito bem!

O Orador: - ... e no reforço da presença portuguesa nas organizações científicas internacionais, a biologia molecular portuguesa passa à sua europeização, o que permitirá elevar a qualidade da investigação nacional e criar as condições para o desenvolvimento, ao nível das aplicações dos métodos moleculares, nos vários domínios da actividade económica, promovendo a modernização, a independência è a competitividade da indústria biotecnológica nacional.
E por isto, Sr. Presidente, Sr.ªs ,e Srs. Deputados, é porque este acordo consagra, na integração internacional dos métodos moleculares, a independência e a competitividade da indústria biotecnológica portuguesa, concretizando o desiderato de uma interactividade positiva da globalização e da afirmação regional no campo da ciência, da tecnologia e da indústria, que o Partido Socialista defende a ratificação por parte de Portugal do Acordo que institui o Laboratório Europeu de Biologia Molecular, concluído em Genebra em 1973.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Mota Amaral): - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Corregedor da Fonseca.

O Sr. João Corregedor da Fonseca (PCP): - Sr: Presidente, Sr. Secretário de Estado, Srs. Deputados: O que o Sr. Deputado Rui Gomes da Silva aqui disse vale o que vale... Aliás, ficámos todos a saber que o Sr. Deputado prefere votar matérias no total desconhecimento, sem qualquer tipo de debate ou aprofundamento, posição que estará, talvez, de acordo com o comportamento do Grupo Parlamentar do PSD.
Com boa disposição, o Sr. Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas fez alguma chalaça a propósito da proposta de resolução n.º 81/VII, que o Governo traz à Assembleia da República para debate e aprovação, e foi ele próprio quem afirmou que não é o membro do Governo adequado para vir fundamentar esta proposta governamental. De facto, o Sr. Secretário de Estado nem sequer foi capaz - como todos pudemos verificar - de responder a uma questão muito simples que lhe coloquei, isto é, se nestes últimos 25 anos o Laboratório sofreu ou não alterações na- sua estrutura e se houve sectores que beneficiaram ou deixaram de beneficiar em virtude da não ratificação atempada de Portugal a este Acordo.