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1568 | I Série - Número 38 | 19 de Janeiro de 2001

 

Na intervenção do Sr. Deputado António Martinho há uma clara indicação do Grupo Parlamentar do Partido Socialista no sentido de ser também assumida a questão do protocolo financeiro. V. Ex.ª não foi sério, V. Ex.ª não foi correcto!

Protestos de público presente nas galerias.

Sei muito bem como é que se fazem essas manipulações e quem é que paga as deslocações das pessoas!...

Protestos do PSD.

O Sr. Presidente (Narana Coissoró): - Tenham calma, Srs. Deputados.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente (Narana Coissoró): - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Para fazer uma interpelação à Mesa sobre a sua condução dos trabalhos, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente (Narana Coissoró): - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Sr. Presidente, acabámos de assistir a uma coisa que foi tudo menos uma defesa de consideração da bancada! Foi um comício em que se fez um ataque à Assembleia da República, em que se disse que a Assembleia da República quando está a discutir projectos de resolução nada está a fazer. E a Mesa não interveio!

Aplausos do PSD.

Protestos do PS.

Protesto porque a Mesa deveria ter tirado a palavra ao Sr. Deputado Manuel dos Santos, que não estava a fazer qualquer defesa da honra e estava a ofender a honra desta Câmara.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Joaquim Sarmento (PS): - Isso é mentira!

O Sr. Presidente (Narana Coissoró): - O Sr. Deputado apenas quis falar, porque aquilo que o Sr. Deputado Manuel dos Santos disse é juridicamente certo. Politicamente, V. Ex.ª interpretará como melhor entender.
Teve o seu minuto de intervenção. Vamos continuar os trabalhos.
Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Nazaré Pereira.

O Sr. António Nazaré Pereira (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Manuel dos Santos, a consideração pessoal que tenho por V. Ex.ª e por muitos dos Deputados do Partido Socialista em termos pessoais, como sabe, é elevada. Todavia, é evidente que tem toda a razão quando afirmou que se tratou de um ataque ao Partido Socialista. Um ataque pela sua inoperância, um ataque pela sua incapacidade para resolver um problema! Não se tratou de qualquer ofensa, e as palavras do Sr. Deputado bem provaram que não estava em causa qualquer honra.
O Sr. Deputado entendeu falar para a audiência que aqui está a acompanhar os trabalhos, V. Ex.ª quis fazer o favor de tentar explicar aqui o inexplicável. É o desconforto que V. Ex.ª e outros Deputados do Partido Socialista têm nesta Assembleia por aquilo que não pode, de modo algum, ser explicado, que é o autismo do Governo relativamente ao Douro!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Narana Coissoró): - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Rosado Fernandes.

O Sr. Rosado Fernandes (CDS-PP): - Sr. Presidente e Srs. Deputados resistentes, que aguentaram até este momento, que pena me fez ter visto o bloco central, que tanto se amava, agora tão desavindo - que coisa tão triste!
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Esta não terá sido a primeira vez na sua história que a região do Douro viu acirrados os ânimos dos seus viticultores, nem será certamente a última. E, pelos vistos, os ânimos vão mesmo acirrar-se! Não digo que sejam As Vinhas da Ira, mas andarão lá perto!
Num país que legifera e vocifera tantas vezes sem resultados palpáveis, é mais um facto a registar. Se não se tratasse da histórica região do Douro, se não se tratasse de um vinho de reputação mundial, se não se tratasse de um vinho por cujo número de garrafas bebidas se definiam num dia os homens na Inglaterra - one bottle man, two bottle man, three bottle man, four bottle man (William Pitt, o grande Primeiro-Ministro, era o four bottle man e dizem que, com o seu bafo de vinho do Porto, embebedava o escrivão que estava à sua frente!) -,…

Risos.

… se não fosse assim, não teriam aparecido hoje à discussão desta Câmara três projectos de resolução: do PS, do PSD e do PCP.
Limito-me, em nome da minha bancada, a comentá-los, sem ter a pretensão de ser o salvador do Douro, pois o Douro, para se salvar, precisa de mais Douro, de menos diálogo e de mais decisão - decisão sua, própria, e, bem entendido, governativa.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Não compete, por isso, a esta Assembleia, senão dentro da discrição aconselhável, decidir algumas medidas que poderão assegurar o futuro do Douro. Basta, pois, que aconselhe, como é seu dever, algumas tarefas a que urge lançar mão.
Em primeiro lugar, há que combater a desconexão patente entre as várias entidades em presença, desconexão acentuada pela fraqueza institucional da sexagenária Casa do Douro.