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0414 | I Série - Número 12 | 13 de Outubro de 2001

 

Ministério, do qual faz parte a Câmara Municipal de Almada, com vista à determinação dos futuros terminais desta e de outra natureza, no concelho de Almada. A Trafaria será provavelmente uma hipótese, entre outras.
O bom senso aconselha a aguardar pelo resultado deste grupo de trabalho, uma vez que qualquer solução apressada acarretará inevitavelmente um elevado custo financeiro que é necessário acautelar, atentas as necessidades, que são muitas, não apenas no distrito de Setúbal mas em todo o País.
Não posso, no entanto, deixar de referir o elevado investimento público, nunca antes visto, que tem sido e continua a ser feito pelo Governo do Partido Socialista no distrito de Setúbal, do qual destaco o IC13, o metro sul do Tejo, o comboio na ponte 25 de Abril (Lisboa-Fogueteiro), o Programa Polis, entre muitas outras realizações.
Quanto à construção do troço da via rápida Funchalinho-Trafaria, que fará parte do IC32, é preciso recordar que a actual legislação obriga a que seja feita a avaliação do impacte ambiental. Ora, tanto quanto julgo saber, essa avaliação está em curso, prevendo-se a sua conclusão no primeiro trimestre de 2002 e o lançamento do concurso público no próximo ano. Ou seja, o processo de construção do troço está a decorrer normalmente e há apenas que aguardar pelo seu termo.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Sendo legítimas as aspirações dos peticionários, é também de bom senso, face às razões invocadas, aguardar com serenidade pela conclusão dos processos que estão em curso, para podermos, então, analisar estas questões tendo em conta toda a informação útil e, na devida altura, cada um assumirá as suas responsabilidades.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente (João Amaral): - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Rosado Fernandes.

O Sr. Rosado Fernandes (CDS-PP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, queria desiludir o meu colega Vicente Merendas, dizendo-lhe que enquanto se puder parquear em cima de todos os passeios em Lisboa, enquanto existir esta «babilónia» que aqui vemos (agora, já quase nem sequer se pode atravessar a rua da Emenda, porque eles não emendam as asneiras que fazem, põem «postaletes» e nem sequer pensam na questão dos carros e do espaço para eles passarem), é evidente que o português, visto tratar-se de um povo pobre, terá sempre a necessidade de vir de automóvel. Será necessária alguma pedagogia e algum policiamento nas ruas para mostrar que trazer o carro para o centro da cidade acarreta enormes dificuldades àqueles que nela vivem.
Assim, enquanto isso não for feito, julgo que também não haverá apetência para as justas reivindicações feitas nesta petição.
Por outro lado, é evidente que a margem sul do Tejo foi gostosamente estragada pelos sucessivos presidentes da Câmara Municipal de Almada, que deixaram estragar, em vez de a valorizarem, uma margem que tinha, desde o século XVI, desde o tempo do Frei Luís de Sousa, lindíssimas casas, das quais ainda hoje sobra uma ou duas - vemos, por exemplo, da auto-estrada, uma miserável grande superfície construída ao lado de um lindo solar e perguntamo-nos que capacidade tem a gente da outra margem para consolidar alguma coisa de útil para a população que deviam defender!
Quanto à construção do cais rodofluvial, repare-se no que foi feito com a SILOPOR: construiu-se a SILOPOR com dinheiros americanos, e alguém esteve interessado em arranjar acessibilidade à mesma? Não, senhor! A acessibilidade é feita, não direi por fragatas, o que talvez fosse mais simpático, mas por batelões, que vão depois para o local onde se encontrava instalada a antiga Portugal e Colónias. É qualquer coisa de inimaginável, embora todos saibamos que o transporte fluvial é mais barato. Esta é a principal instalação para receber todo o trigo, que, infelizmente, temos de importar de todo o mundo.
Quando vou à Trafaria, fico admirado como é que a estupidez humana conseguiu conceber um local que é simpático, que podia ser bonito, que podia ser agradável, que podia ser acolhedor, mas do qual fizeram uma espécie de desterro para quem lá está! Mas, meu querido amigo, o gosto não se faz por decreto e a estupidez humana é muitas vezes invencível!

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (João Amaral): - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Rosas.

O Sr. Fernando Rosas (BE): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Queria apenas dizer, muito brevemente, que o Bloco de Esquerda acolhe favoravelmente a petição para o restabelecimento da travessia fluvial Trafaria-Belém-Trafaria, especialmente no sentido da construção do terminal da Trafaria. Temos sempre entendido e entendemos, na nossa intervenção autárquica, que a construção do terminal rodofluvial da Trafaria permitiria uma maior escoamento da população para Lisboa, criando uma alternativa ao terminal de Cacilhas e contribuindo para o desenvolvimento daquela terra.
No entanto, também entendemos ser preciso um pensamento estratégico, em termos de realizar o escoamento de pessoas de uma margem para a outra sem automóvel.
Nesse sentido, é necessário conceber, no planeamento da ligação das duas margens, o prolongamento do metro sul do Tejo até à costa, o que não está previsto, e perspectivar uma solução de eléctricos rápidos para a Trafaria. Sem se encararem esses dois objectivos, a questão da diversificação do fluxo de pessoas de uma margem para a outra ficará sempre problemática.
Não obstante, entendemos que a petição é relevante e merece acolhimento pela Assembleia.

O Sr. Presidente (João Amaral): - A última inscrição para intervir neste debate é a da Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Esta petição vai precisamente no sentido daquilo que Os Verdes têm sucessivamente reivindicado, isto é, mais e melhores transportes, neste caso concreto, a aposta no transporte fluvial, para servir uma população que trabalha maioritariamente em Lisboa e que faz o percurso Almada/Lisboa e Lisboa/Almada diariamente.
Cremos que é um apelo justíssimo, tanto mais que se trata de uma população que há cerca de 30 anos faz as viagens nas mesmas condições e que não tem assistido a um verdadeiro investimento na melhoria deste transporte fluvial.