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0727 | I Série - Número 015 | 23 de Outubro de 2003

 

A Sr.ª Jamila Madeira (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado João Pinho de Almeida, foi com particular tristeza que ouvi as suas palavras, numa tentativa de representar a juventude portuguesa. Não encontro nenhuma credibilidade nas palavras proferidas ao referir-se ao Dia da Defesa Nacional e à sensibilização em relação às Forças Armadas. Na verdade, não me parece que isso tenha alguma coisa a ver com aquilo que o Sr. Ministro Paulo Portas tentou implementar como obrigatoriedade, sem nenhum trabalho preparatório, em relação à sensibilização que é preciso ter para aumentar o voluntariado ao nível das Forças Armadas.
Em relação a isso, Sr. Deputado, estamos absolutamente de consciência tranquila porque foi no tempo do governo do PS que não só a extinção do serviço militar obrigatório foi consagrada e foi conseguido que, até 2004, fosse efectivamente uma realidade, coisa com que o Sr. Ministro Paulo Portas, afinal, nem se consegue comprometer de uma maneira cabal, dizendo se sim ou se não - aliás, são absolutamente contraditórias as informações do seu Gabinete - e, por outro lado, assume que quer apenas, permita-me que lhe diga, um "plenário" estilo "Mocidade Portuguesa", obrigando os jovens portugueses a apresentarem-se (de contrário, são multados) para "beberem o sumo" das Forças Armadas.
Ora, Sr. Deputado, julgo que isso não representa nem os jovens portugueses nem as Forças Armadas. Obviamente, em relação à defesa nacional, temos uma visão muito diferente da do Sr. Deputado e do Ministro Paulo Portas.
Por outro lado, os jovens portugueses estão absolutamente frustrados com este Governo. Sentem-se o "bode expiatório" deste Governo na educação, na habitação, na segurança social, no rendimento social de inserção, no desemprego, no emprego, etc. Posso continuar a citar-lhe um sem número de exemplos, Sr. Deputado!
O Sr. Deputado não consegue perceber que este Governo está a deixar o País sem futuro e a única coisa que os jovens conseguem perspectivar como solução, porque já não têm mais nenhum instrumento, é contestar, é falar alto, é obviamente ir para a rua. O que é certo, Sr. Deputado, é que sem educação o País não tem futuro e o seu Governo não conseguiu construir um futuro para o País. Muito pelo contrário, "vendeu" a educação, "vendeu" a segurança social, "vendeu" a saúde, "vendeu" tudo o que havia para "vender"!
Sr. Deputado, diga-nos, afinal, o que é os jovens vão fazer, em Portugal? Vão emigrar? Aliás, é a única coisa que têm feito…
Sr. Deputado, diga-nos quais são os jovens portugueses que o Sr. Deputado diz que representa? Não encontro nenhuns! Todos os que supostamente o Sr. Deputado representa devem ter emigrado, aliás como os próprios indicadores sociais referem.
Enquanto Deputada, devo dizer que os jovens portugueses se têm sentido absolutamente recalcados com este Governo. Por isso, Sr. Deputado, assuma e ajude a liderar uma contestação forte, em nome dos jovens e do futuro do nosso país.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de Almeida.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Jamila Madeira, acho perfeitamente natural que não encontre aqueles jovens que eu digo representar aqui. Sabe porquê? É que nem todos os jovens têm as prioridades daqueles que, se calhar, a Sr.ª Deputada aqui representa.
Eu, pelo menos, reconheço que a Sr.ª Deputada tem legitimidade para aqui estar e para representar jovens portugueses que pensam de maneira diferente da minha. Mas não tenho o pretensiosismo de achar que só existem aqueles que pensam da mesma maneira que eu, ao contrário do que a Sr.ª Deputada faz, que considera que o mundo pensa sempre o mesmo que a senhora, não percebendo que isso é totalmente impossível!

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Gostaria ainda de lhe dizer que aqueles jovens que tentam trabalhar para ter as suas oportunidades - cá, não precisam de ir para fora! -, que querem ter os seus projectos cá e que lutaram contra a inactividade de um Governo socialista durante seis anos estão cansados! É natural que a Sr.ª Deputada não os encontre pois eles têm mais que fazer, têm mais que dar ao País! E, sobretudo, não se revêem numa democracia de "cadeado", mas numa democracia em que participem democraticamente na formação de opiniões e em que cada vez que sejam chamados a dar a sua opinião o façam com vigor, sem forçarem a sua geração a pensar da mesma maneira que eles ou sem terem intenções absolutistas em relação aos outros jovens da sua idade. Respeitam-nos, como respeitam aqueles que pensam da mesma maneira que