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0921 | I Série - Número 018 | 31 de Outubro de 2003

 

Onde é que V. Ex.ª estava quando foi, por seis vezes, anunciada e prometida a construção do novo hospital? Permanentemente, quando se discute o PIDDAC, ou é a cadeira partida ou o senhor cai da cadeira…! É que, de facto, única e exclusivamente fizeram-se remendos no velho hospital. Portanto, o Sr. Deputado devia andar distraído mais uma vez.
Sei que vos dói o novo hospital, dói-vos muito! Que vos dói o museu do Côa que vamos construir, porque gostavam que tivesse sido ao contrário.

O Sr. Afonso Candal (PS): - É preciso descaramento para vir falar do Côa!

A Oradora: - Dói-vos que (contrariamente ao que o vosso governo prometeu, que era a sua conclusão em 1998) tenhamos antecipado a A23 em 6 meses e, mais, que a isenção do pagamento de portagens tenha sido, a título excepcional, um regime que beneficia os habitantes e residentes do interior.

O Sr. Presidente: - Sr.ª Deputada, o tempo de que dispunha esgotou-se. Tenha a bondade de concluir.

A Oradora: - Termino já, Sr. Presidente.
Sei, por isso, que o Sr. Deputado tem a consciência pesada. Mas devo dizer-lhe que não vamos desistir de lutar, não vamos desistir de querer um hospital novo, apesar de todos os obstáculos e resistências que o Partido Socialista está a criar, e vamos fazê-lo porque acreditamos nas gentes da Guarda e acreditamos no esforço e no trabalho que todos os dias lhes dedicamos.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.

O Sr. António Filipe (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Queremos aqui manifestar a nossa grande preocupação com o futuro próximo da empresa Bombardier Transportation Portugal, actual designação da antiga empresa Sorefame.
Nos últimos tempos, os trabalhadores desta empresa, situada no município da Amadora, têm vindo a chamar a atenção da opinião pública, do Governo e desta Assembleia para a possibilidade de esta importante unidade industrial ficar sem encomendas a partir de Abril de 2004, pondo em causa os postos de trabalho dos seus 500 trabalhadores directos e de cerca de 1000 afectos a empresas que trabalham para aquela empresa em regime de subcontratação e ameaçando causar um enorme impacto negativo em muitas outras empresas e em todo o tecido social da região em que se insere.
Se a Bombardier Transportation Portugal cessasse a sua actividade ou mesmo se a reduzisse substancialmente, tal teria consequências dramáticas - obviamente - para os seus trabalhadores e para as respectivas famílias, mas teria um impacto social e económico devastador para as freguesias da Venda Nova e da Falagueira (e mesmo para a Amadora), sendo a Bombardier a maior unidade industrial do município.
Mas o problema da Bombardier não é apenas um problema do foro concelhio, vai muito para além disso. Se a Bombardier viesse a encerrar ou a reduzir substancialmente a sua actividade ou os seus postos de trabalho, isso representaria uma perda irreparável, não apenas para uma freguesia ou um município mas para toda a indústria nacional, que ficaria sem a única empresa que, em todo o País, tem capacidade para produzir material circulante ferroviário.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Muito bem!

O Orador: - Se a Bombardier deixar de construir carruagens, é Portugal que perde essa capacidade. Se a CP ou as empresas do Metropolitano de Lisboa ou do Metro do Porto não encomendarem agora à Bombardier as carruagens que podem e devem encomendar, porque o desenvolvimento das respectivas redes o exigem, quando o fizerem no futuro, não o farão a uma empresa portuguesa, porque a capacidade nacional para produzir carruagens ter-se-á perdido definitivamente.

Vozes do PCP: - Exactamente!

O Orador: - Se a Bombardier parar em Abril por falta de encomendas, o inevitável aumento da frota da CP, ou das redes de metro de Lisboa e do Porto, terá de ser feito à custa da importação de carruagens que poderiam e deveriam ser feitas em Portugal, porque a Bombardier Transportation tem capacidade e qualidade para as fabricar como mais ninguém em qualquer parte do mundo.