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0922 | I Série - Número 018 | 31 de Outubro de 2003

 

Vozes do PCP: - Exactamente!

O Orador: - A Sorefame é, desde os anos cinquenta, uma importante e prestigiada unidade empresarial, não apenas para o concelho da Amadora mas para a economia nacional. Ao longo de quase 60 anos de actividade, esta empresa produziu importantíssimos equipamentos de grande vulto para diversos países, designadamente no sector da energia e do material circulante ferroviário. Foi na Sorefame que foram construídas as carruagens do metro de Los Angeles, de San Francisco ou de Nantes, para além das carruagens da CP, do Metro de Lisboa e do Metro do Porto.
A empresa tem plena capacidade para produzir carruagens desde a concepção até ao produto final e tem uma qualidade de projectar e produzir material circulante ferroviário que é universalmente reconhecida e que tem valido à empresa e à sua equipa de técnicos diversos prémios internacionais.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Quando tanto se fala, justamente, na valorização das capacidades dos portugueses e na necessidade de salvaguardar a nossa capacidade competitiva, seria um verdadeiro crime de lesa pátria que, em nome de uma absurda contenção orçamental, as empresas do sector ferroviário, de capitais públicos, paralisassem o necessário alargamento das suas frotas, condenando, com essa decisão, o futuro da metalomecânica pesada em Portugal.

Aplausos do PCP.

Actualmente, mesmo depois de desmantelado o sector da energia, a empresa emprega directamente mais de 500 trabalhadores, para além de dar trabalho a mais algumas centenas em regime de subcontratação, e tem em fase de ultimação as encomendas de carruagens para o metro e para os comboios suburbanos do Porto. Estas duas importantes encomendas ficam concluídas em Abril de 2004, havendo uma grande incerteza e inquietação quanto ao futuro da empresa a partir dessa data.
Esta situação pode, no entanto, ser ultrapassada. Bastará para isso que alguns projectos nacionais que implicam aquisição de material circulante sejam rapidamente concretizados, o que passa, como é evidente, e por decisões a nível governamental, designadamente quanto ao metro de Lisboa, ao metro do Porto e às carruagens incluídas no Programa CP 2000.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Muito bem!

O Orador: - É sabido que o metropolitano de Lisboa se encontra em fase de alargamento, estando prevista para breve, segundo se espera, a conclusão de uma ligação a Odivelas; estão já em curso as obras de ligação à Falagueira e existem, como se sabe, outros projectos de alargamento da rede. Como é óbvio, esse alargamento não pode deixar de ser acompanhado de um aumento da frota, sob pena de se degradar de forma insuportável a prestação do serviço da empresa. A Bombardier/Sorefame tem sido a empresa fornecedora do material circulante do metro de Lisboa, sendo natural a sua expectativa quanto à continuação desse fornecimento.
Também o metro do Porto, cujo alargamento se prevê, tendo inclusivamente em conta a duplicação das linhas suburbanas da Póvoa e da Trofa, se encontra na mesma situação: As carruagens foram até aqui fabricadas na Bombardier, pelo que será natural e desejável que as próximas também o sejam.
Acresce que o contrato relativo à construção de carruagens para a CP (CP 2000) prevê a possibilidade de opção de aquisição de mais 10 carruagens sem necessidade de novo concurso. Bastará que a CP exerça o direito de opção de que dispõe para que a Bombardier e os seus trabalhadores possam encarar o futuro próximo com mais confiança e para que a capacidade nacional para produzir material circulante ferroviário possa continuar a existir.
Destas decisões depende em larga medida o futuro da única empresa em Portugal com capacidade para fabricar o material circulante em causa, e tem dado provas de grande qualidade do trabalho que executa.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - A vida ou a morte da Bombardier depende, no imediato, de uma opção política do Governo. Tratando-se da única empresa em Portugal com capacidade para fabricar carruagens e sendo a aquisição de carruagens uma necessidade, não apenas inevitável mas premente, para as empresas de capitais