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1048 | I Série - Número 019 | 05 de Novembro de 2003

 

Protestos do PSD.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Não arranjam mais nenhum?!

O Orador: - Assim, Portugal atrasou-se. Seria altura de mudar de políticas, para que Portugal voltasse a crescer, para que o bem-estar das famílias voltasse a melhorar e para que a consolidação das contas públicas, então, sim, fosse possível. É que ainda não perceberam uma coisa: só sem a obsessão do défice se resolverá, em Portugal, o problema do défice! Só com confiança, com investimento e com crescimento.

O Sr. António Costa (PS): - Muito bem!

O Orador: - Mas esse não é o caminho do Governo, infelizmente para Portugal e para os portugueses. Para o PS, sim, esse seria o caminho. Não o será para a maioria que hoje existe na Assembleia da República, mas estou certo de que esse outro caminho, o caminho da confiança, em Portugal, é o caminho dos portugueses.

Aplausos do PS, de pé.

Entretanto, reassumiu a presidência o Sr. Presidente Mota Amaral.

O Sr. Presidente: - Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Nuno Teixeira de Melo e Jorge Neto.
Tem a palavra, dispondo de 3 minutos, o Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo.

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Eduardo Ferro Rodrigues, há coisas que, manifestamente, o Partido Socialista não percebe e nem sequer percebe que não se deveriam discutir.
O PS começa por não perceber que o Estado, tal como qualquer pessoa de bem, tal como um bom pai de família,…

Vozes do PS: - Ah!

Risos do BE.

O Orador: - … tem de ser capaz de garantir algumas coisas que os senhores nunca foram capazes de garantir: o Estado tem de garantir que paga aquilo que compra; o Estado tem de garantir que paga os serviços que contrata; o Estado tem de garantir que não gasta mais do que aquilo que, garantidamente, vai ser capaz de pagar. O Partido Socialista não percebe isto e não percebe, sequer, que não se pode ou que não se deve discutir isto!
Pela nossa parte, não percebemos que o Partido Socialista queira discutir algo que resulta de um manifesto bom senso, sendo que, Sr. Deputado Ferro Rodrigues, antes de mais, para se criticar tem de se ser capaz de dar o exemplo. E, Sr. Deputado Ferro Rodrigues, salvo o devido respeito, V. Ex.ª, como ministro que foi do governo que, até há pouco tempo, governou este país, não é, seguramente, um bom exemplo.
Sr. Deputado Eduardo Ferro Rodrigues, V. Ex.ª, como ministro, foi um governante que permitiu que se comprasse mais do que aquilo que se podia, que se gastasse mais do que aquilo que se devia e, principalmente, que não se pagasse. Ora, o Governo e o Estado têm de ser o primeiro dos exemplos perante os cidadãos, o que VV. Ex.as e o Sr. Deputado em concreto nunca foram capazes de ser.
Sr. Deputado Eduardo Ferro Rodrigues, os portugueses têm o direito de saber qual a alternativa que o senhor aqui nos apresenta. É muito fácil chegar a Plenário e, da tribuna, criticar o Primeiro-Ministro, o Governo, dizer que tudo vai mal, que o Orçamento é virtual, que as medidas não servem, que o País vai "por aí abaixo", passando ao lado, inclusivamente, das opiniões da Comissão Europeia e de reputadíssimos economistas, alguns deles do Partido Socialista. Esse é o caminho mais fácil!
Mas, Sr. Deputado Eduardo Ferro Rodrigues, V. Ex.ª é secretário-geral de um partido que quer governar Portugal, V. Ex.ª quer ser primeiro-ministro de Portugal, pelo que tem a obrigação primeira de mostrar aos portugueses a alternativa à política do Governo e, em concreto, do discurso de V. Ex.ª, hoje, aqui não retiramos uma única ideia.