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5499 | I Série - Número 102 | 01 de Julho de 2004

 

isso que o escondeu dos portugueses durante tanto tempo. Foi por isso que o negou até quarta-feira passada.

Aplausos do PS.

Este impedimento político foi reconhecido pelo próprio Dr. Durão Barroso quando, na noite da maior derrota eleitoral até hoje sofrida pela direita portuguesa, afirmou: "Percebi o sinal dos portugueses. É um sinal de exigência que nos estimula para fazer ainda mais. Não viro à cara à luta".
Duas semanas depois Durão Barroso deixou de lutar. Desistiu. Abandonou o Governo de Portugal.

Aplausos do PS.

Para trás ficaram frases bonitas como esta, que apenas serviram para iludir os portugueses e arrancar palmas das bancadas do PSD e do PP.
Recordo aqui uma dessas frases, proferida no ano de 2002: "Não vou desistir do Governo enquanto não fizer de Portugal um País avançado". Repito, Srs. Deputados: "Não vou desistir do Governo enquanto não fizer de Portugal um País avançado".
Que País avançado nos deixou Durão Barroso?!
Um País com 450 000 desempregados; um País com 150 000 portugueses em lista de espera para uma cirurgia; um País onde o poder de compra das famílias desceu; onde a economia baixou e o investimento estrangeiro diminuiu; um País mais atrasado em relação à média dos países da União Europeia, onde até o défice real cresceu para 5,3%!

Aplausos do PS.

Um País em que o Estado tem vindo a desresponsabilizar-se das suas funções sociais.
Em vez de um País avançado, como prometeu, o Dr. Durão Barroso deixou-nos um País em crise; crise orçamental, crise económica e crise social, a que agora junta uma crise política.
É obra! Convenhamos que era difícil fazer pior…

Aplausos do PS.

E por isso percebe-se que os porta-vozes da maioria decadente não queiram eleições antecipadas. E quando dizem que não querem eleições antecipadas não o fazem por estar a pensar no País ou nos portugueses. Estão a pensar neles próprios e em conservar os seus lugares. Estão agarrados ao poder e por isso têm receio de conhecer a vontade dos portugueses.
E esta atitude faz toda a diferença entre nós; o PS, em Dezembro de 2001, não teve qualquer dúvida em ouvir a opinião dos portugueses. O PSD, nessa altura, porque lhe convinha, exigiu-a. Agora, agarrado ao poder, renega tudo o que antes disse.
O PS, consciente das responsabilidades que lhe cabem, face à crise agora criada, e em coerência com o que defendeu há dois anos, considera inevitável e desejável uma nova consulta popular.

Aplausos do PS.

A situação criada é excepcional e o interesse nacional exige uma renovação da representação parlamentar, justificada pela ruptura da relação de confiança entre o Dr. Durão Barroso e os portugueses.
Os resultados eleitorais de 13 de Junho ganham nesta circunstância uma relevância política acrescida que à data não tinham e que agora expressam um sentimento nacional capaz de criar uma alternativa consistente à actual maioria decadente.
Acresce que o futuro governo de Portugal deve ser um governo politicamente forte, detentor de uma autoridade política inquestionável, que, em nossa opinião, só se consegue com a renovação de um novo contrato eleitoral, onde cada português possa expressar livremente a sua opinião e a sua vontade.
Como disse, e bem, Jean-Jacques Rousseau: "O poder pode transmitir-se, mas a vontade dos cidadãos não".
Neste caso concreto não é só em nome do PS que aqui estou a solicitar, a requerer e a defender eleições antecipadas. São os portugueses que as exigem para que haja uma clarificação política.

Aplausos do PS, de pé.